Discografia Rush – Parte 14 – álbum: Grace Under Pressure Tour – 1984 – (Rush Replay x3 -2006)

“All that we can do is just survive, all that we can do to help ourselves is stay alive”–     Neil Peart – “Red Sector A”

Após os desdobramentos que fizeram o grupo canadense atrasar o lançamento do seu 10º álbum, finalmente no fim de abril de 1984 eles estavam prontos para voltar para a estrada, desta vez em uma excursão que os levaria basicamente ao território norte-americano (com datas no Canadá) e, pela primeira e última vez, ao Japão. O grupo deixou bem claro para o seu empresário que era necessário um maior equilíbrio entre o tempo dedicado às suas famílias e o tempo de ausência necessária a cobrir as datas agendadas. Segundo Geddy Lee, a mudança já se fazia necessária há tempos. As dificuldades do trio em seus relacionamentos familiares haviam aumentado e a razão direta disto se referia ao pouco tempo que passavam com suas esposas e filhos. Estar em uma banda juntos na estrada por tanto tempo causa inevitáveis desgastes, mesmo para um trio tão unido.

Assim, o grupo tocou, excursionando pela “Grace Under Pressure Tour em 81 noites, 7 delas no Canadá e outros 4 shows no Japão. Os shows começaram em 7 de maio, seguindo até 16 de julho daquele ano. Após uma pausa de quase dois meses, o grupo se reuniu de novo para mais shows entre 14 de setembro e 09 de novembro. As últimas datas foram justamente aquelas no Japão e também no Havaí.  Eles estiveram no país do sol nascente entre 16 e 21 de novembro e seguiram para os dois shows finais em Honolulu, em 24 e 25 de novembro.

A nova programação deu mais conforto e fôlego ao grupo, pois eles estavam fazendo shows maiores para poder trazer uma mescla entre o material desenvolvido durante anos de carreira e as novas canções. Situações das turnês anteriores, como por exemplo fazer 23 datas seguidas sem folga, estavam fora de qualquer cogitação. A regra, a partir dali, era de não ultrapassar 3 shows sem qualquer folga. Neil continuava cada vez mais a se exercitar por longo tempo em suas bicicletas no tempo livre, o que o levaria em breve a buscar as motocicletas. No fim daquela turnê, em 1984, o grupo já podia contar com a possibilidade de contar com o fretamento de pequenos aviões, para voltar para casa de forma mais ágil. Após últimos dois shows em Providence e New Haven, na região de Connecticut e Rhode Island, em 07 e 09 de novembro, tudo mudou. Aquilo que, a princípio, era considerado um presente para o trio passou a ser um fator decisivo para a sequência da banda. Neil Peart passou mal em pleno voo para casa, fazendo com o que o piloto pousasse de forma prematura, cerca de 30 minutos após decolarem. Neil foi medicado e seguiu de carro para casa. Após aquele desdobramento, o baterista confessou aos seus colegas o grande pânico que tinha dos acidentes aéreos.

Como seguir para os shows finais, no Japão e no Hawaii, depois do incidente que mostrou o grande temor do baterista em voar? Por incrível que pareça, este não foi o maior problema para que o Rush finalmente tocasse nas terras nipônicas. A banda sempre mostrou certa resistência em viajar para tão longe por questões logísticas, por não poder levar um show completo para os japoneses, pelos altos custos envolvidos. Em 1984, porém, os empresários japoneses estavam dispostos a tudo, pagando um cachê substancioso, garantindo replicar cada detalhe do show em suas terras natais.  Eram quatro shows, em Nagoya, Fukuoka, Osaka, concluindo no famoso Budokan em Tóquio.

O choque cultural, porém, foi o fator que nunca mais os fizeram retornar ao Japão e o principal motivo disto foi um incidente ocorrido no hotel em que estávamos, antes do show em Osaka. A banda estava no lobby para alguns drinks, e Neil foi ao banheiro. Após certa demora, perceberam que o baterista havia se envolvido em uma discussão, pois ele estava repreendendo um homem que estava brigando com uma mulher. Neil aparentemente ficou indignado ao vê-lo batendo nela enquanto os recepcionistas e os seguranças seguiam tranquilamente com suas vidas.  Geddy Lee, em seu livro My Effin’ Life, afirmou que: “… o homem gritava de volta para Neil em japonês, claramente dizendo para ele cuidar da própria vida. Eles se empurraram, e nesse momento Alex também chegou perto do cara, e então os funcionários do hotel começaram a gritar conosco, insistindo para que saíssemos do saguão e, até onde conseguimos entender, garantindo que aquela era uma questão exclusivamente entre marido e mulher. Ficamos tão furiosos que continuamos gritando para ele parar, mas nossos protestos só pioraram a situação. Enquanto os seguranças nos empurravam para dentro do elevador e as portas se fechavam, assistimos horrorizados ao bandido dar um soco na barriga da mulher, que caiu no chão…”

Geddy seguiu citando que “…No dia seguinte, nosso tradutor explicou que o homem tinha muitas tatuagens, o que — especialmente em Osaka — significava que ele era membro da Yakuza e que nenhum japonês ousaria confrontá-lo. De repente, entendi por que havia placas na casa de banhos dizendo “sem tatuagens” — código, na verdade, para “sem Yajuka”. Foi um ato abominável e violento, certamente, sob qualquer ponto de vista. Estávamos deprimidos, ninguém mais do que Neil, que ficou tão perturbado que jurou nunca mais voltar ao Japão, e nunca voltou…”

O set list da “Grace Under Pressure Tour” basicamente trazia 7 das 8 músicas do novo álbum, com “Afterimage” se revezando com “Kid Gloves”, que havia sido tocada na turnê de aquecimento. Os primeiros shows, como o exemplo abaixo, na estréia em 07 de maio, traziam “Afterimage”.  Na volta da pausa entre julho e setembro, o grupo voltou a tocar “Kid Gloves”. Em qualquer ocasião, uma das músicas vinha logo após o hit “Closer To The Heart”. Em 2 dos 4 shows no Japão e em um dos shows em Honolulu o grupo resolveu deixar as duas novas canções de fora. O restante do repertório trazia uma mescla entre os mais recentes álbuns, a partir de “Permanent Waves” com “The Spirit of Radio” e três canções de “Signals”. Músicas maiores, como “Xanadu” ou “La Villa Strangiato”, foram retiradas dos shows. E mesmo as músicas da fase inicial da carreira foram trazidas em formato de medley, em versões incompletas. Apenas o álbum “Moving Pictures”, em função de sua enorme repercussão, tinha maior espaço nos shows, com nada menos de 5 canções presentes, entre elas a inédita até então “Witch Hunt”, que vinha na sequência da trilogia “Fear”, com “The Enemy Within” e “The Weapon”.  Esta foi a única vez que a trilogia foi tocada ao vivo em sua sequência originalmente concebida.

A turnê foi vista por mais de 780.000 pessoas, um novo sucesso para a carreira do grupo. Os shows foram abertos por bandas emergentes do cenário hard rock dos anos 80, como Helix e Y&T, mas também por atrações como Gary Moore e Fastway, o projeto do guitarrista Fast Eddie Clarke, recém-saído do Motorhead.  Em dois shows o grupo fechou as noites como headliners do festival The Texxas Jam, que trouxe entre outros artistas Bryan Adams e Ozzy Osbourne, promovendo o álbum “Bark At The Moon”.

O sucesso da turnê os fez novamente investir em um lançamento em formato home vídeo, como haviam feito para promover “Exit…Stage Left”.  Para o vídeo “Grace Under Pressure Tour”, o conjunto utilizou-se de imagens do show no Maple Leaf Gardens, Toronto, Ontario, Canadá.  Futuramente, outro show (de 1981) neste mesmo local seria utilizado para constar na versão do 40º aniversário de seu álbum “Moving Pictures”, como pode ser visto no apêndice C desta discografia.

O vídeo foi lançado inicialmente em formato VHS e Betamax em 1986.  Em seguida, em 1988, o vídeo foi disponibilizado através de LaserDisc e no raro formato vcd (vídeo cd).

Ambos os formatos não tiveram vida longa, mas nesta versão em LaserDisc, além do show da “Grace Under Pressure Tour”, está incluído o videoclipe completo para “The Big Money”, cuja versão editada foi lançada comercialmente para canais como a MTV em 1985.

A versão remasterizada em som surround 5.1 foi trazida como parte do box set Rush Replay X 3 de 2006.       

Como o conteúdo deste box inclui também os shows “Exit…Stage Left” e “A Show of Hands” que já haviam sido lançados anteriormente do formato tradicional de vinil duplo ao vivo, um cd de áudio com o “soundtrack” do homevideo foi incluído também. A versão em áudio inclui todo o áudio do show, e nas versões lançadas pela Best Buy incluiu também quatro canções do homevideo de “Exit Stage Left” (“Limelight” e “Closer to the Heart”) e do homevideo do “A Show of Hands” (“The Spirit of Radio” e “Tom Sawyer”). Este lançamento em box set de 2006 foi uma excelente cartada comercial da gravadora, pois vendeu o equivalente à certificação de dupla platina (200.000 cópias), ainda em setembro daquele ano.

Não há qualquer reconhecimento às vendas efetuadas pelo home vídeo em nenhum dos demais formatos.

Por fim este áudio da turnê de “Grace Under Pressure” foi lançado separadamente em áudio no dia 11 de agosto de 2009. Ele apresenta a mesma capa do álbum de estúdio do “Grace Under Pressure”, de 1984, mas com “1984 Tour” escrito no canto inferior esquerdo, como podemos perceber no alto deste post.

O track-list do vídeo, trazendo 14 das 20 canções tocadas no dia 21/09/1984 em Toronto, é o seguinte:

“The Spirit of Radio” (com “The Three Stooges” Intro) (5:51)

“The Enemy Within” (4:48)

“The Weapon”(com a introdução de Joe Flaherty como Count Floyd) (7:42)

“Witch Hunt” (4:41)

“New World Man” (3:59)

“Distant Early Warning” (6:11)

“Red Sector A” (5:23)

“Closer to the Heart” (3:35)

“YYZ/2112: The Temples of Syrinx/Tom Sawyer” (9:41)

“Vital Signs” (4:56)

“Finding My Way/In the Mood” (3:35)

No fim das versões em vídeo há o playback do trecho intermediário de “Afterimage”. A versão do Rush Replay X 3 da Best Buy, como já informamos acima, ainda trazia em áudio, no cd bônus, as faixas abaixo, extraídas 2 a 2 respectivamente, do áudio dos home vídeos “Exit…Stage Left” e “A Show Of Hands”.

“Limelight” (4.27)

“Closer to the Heart” (3.24)

“The Spirit of Radio” (5.00)

“Tom Sawyer” (5.00)

Assim como é o formato da discografia para os álbuns da banda, pretendemos para a seção de vídeos trazer breves comentarios sobre cada track disponível. Não há necessidade de fazer qualquer diferenciação entre as versões de áudio ou vídeo, uma vez que o conteúdo extraído do show de 1984 em Toronto é exatamente o mesmo em todas as versões.  O show não está na íntegra, é importante reforçar. Registrado oficialmente, há pouco mais de 1 hora da apresentação.

O show já começa trazendo em playback a trilha sonora de abertura do seriado “Os Três Patetas”. A ideia de abrir com tal trilha sonora iniciou-se na turnê anterior, de “Signals” e iria prosseguir nas demais excursões da banda até a divulgação do álbum “Presto”.

Você pode ser ouvir esta trilha de abertura também aqui:

1-“The Spirit of Radio 

A primeira música deste home vídeo é uma ótima escolha, pois “The Spirit of Radio” não somente abre os shows em alto estilo como também não constava no homevideo anterior, o do “Exit… Stage Left”, era certamente uma ausência sentida.  Já no início percebe-se que há uma ligeiro atraso de Alex ao sair do riff agudo que inicia a canção para o trecho seguinte. A banda mostra um visual totalmente renovado em relação aos shows da tour de “Moving Pictures”, visual este que já havia sido mexido durante os shows de “Signals”, mas que apenas que esteve nos shows pode observar. Alex, em especial, usando um terno branco sobre uma calça camuflada parece ter de vez adquirido o visual moderno, inclusive em um penteado bem new wave. Lee também está de blazer e já está utilizando o baixo Steinberg desde o início do show. Já Lifeson se adaptou integralmente aos modelos Stratos, e aqui empunha uma guitarra branca. Exceto pelo pequeno e quase imperceptível detalhe de Alex no início da canção, o que ouvimos aqui é uma versão excelente do clássico de “Permanent Waves”, com direito a um close do air drumming da plateia na complexa convenção aos 5:25.

2 – “The Enemy Within” 

Alex se junta, logo no início da música, a Geddy que está próximo ao seu arsenal de teclados com o acabamento em laca vermelha que combina com a bateria de Peart. Os teclados são executados em revezamento com a linha audaciosa de baixo pelo multi-instrumentista. Novamente é impressionante ver Lee dando conta de tudo ao mesmo tempo. A iluminação traz lasers para compor a parte mais lenta da canção. Neil também traz em detalhes uma condução magnífica na canção. O energético trecho final traz Lee muito à vontade sob a linha de baixo, se portando no meio do palco e interagindo com a plateia.

3 – “The Weapon

A música começa com a interação em telão do ator cômico Joe Flaherty, que era muito conhecido por seu personagem Conde Floyd. Entre outras frases em tom cômico, o ator sugere a plateia para fazer uso dos óculos 3D para acompanhar a canção. A marca do ator, que faleceu em abril de 2024, na cultura pop americana e canadense é algo marcante, e ele fez diversas pequenas aparições que o homenageavam durante o decorrer de sua vida, entre elas interpretando o carteiro da Western Union que entrega a carta do Dr. Brown para Marty McFly em De Volta para o Futuro Parte II.

Após o trecho de Joe, a banda começa a tocar o início da canção, percebemos Neil utilizando de um fone de ouvido para poder ouvir bem o metrônomo eletrônico de um Drum Machine Roland TR-808 vinculado ao sequenciador de Geddy Lee, mas ao mesmo tempo Peart parece muito à vontade, jogando as baquetas para cima várias e várias vezes.  Lee está perto dos teclados, mas novamente usa muito mais o baixo que os sintetizadores. Chegamos ao trecho intermediário da canção, quando os teclados se juntam à guitarra de Lifeson, que está usando o pedal de volume. O guitarrista está agora utilizando o modelo preto de uma Stratocaster que ele apelidou de “Porkflapsocaster”. Peart continua esbanjando categoria em uma quantidade incalculável de viradas, esta é sem dúvida umas das canções na qual o baterista mais se destaca.  O solo de Lifeson vai crescendo até que depois de uma rapidíssima virada de Peart, a música retorna à melodia do refrão, enquanto Alex termina seu trecho principal.

4 –“ Witch Hunt

Chegamos ao final da trilogia “Fear”, com as imagens de uma população enfurecida diante de uma fogueira, marchando para um descontrole absoluto. Alex começa o riff da canção, enquanto Peart está novamente aproveitando as pausas para jogar as baquetas muito alto no palco. Percebe-se o uso dos toms eletrônicos um pouco antes da música crescer com o uso de teclados. Alex está ajudando com o Moog Taurus Bass Pedal. O trecho da segunda estrofe substitui os teclados pelo baixo vigoroso enquanto Alex acrescenta o efeito flanger em sua guitarra. “Witch Hunt” tem uma diferença significativa no arranjo, pois o pequeno solo de baixo no fim da canção em estúdio é substituído por linhas de guitarra alternando solos e base, já que Geddy precisa priorizar os teclados neste trecho. trecho. A música encerra a trilogia “Fear” que nunca mais foi tocada em sequência durante a carreira da banda. A turnê de “Grace Under Pressure” é a única a trazer as três canções em sua ordem planejada. O grupo nunca tocou a parte 4 na sequência das outras três, como veremos mais à frente na discografia da banda.

5 – “New World Man  

Alex traz uma guitarra Telecaster para a canção, algo bem raro até então. A música segue no formato mais tradicional do power trio nos refrões, com Lee usando o sequenciador para os teclados. A banda apimenta com um ritmo de reggae nas estrofes. O final da canção mostra Geddy destruindo no seu Steinberg. Neil também não deixa por menos, estraçalhando com várias viradas incríveis.

6 – “Distant Early Warning”

Chegamos ao hit principal de “Grace Under Pressure”, com a capa do álbum sendo mostrada nos telões, para dar espaço ao início do vídeo promocional, enquanto a banda se mantém no escuro.  Novamente Lee se mantém perto dos teclados, mas prioriza o baixo. No trecho pré-refrão ele se encarrega dos teclados. Já no refrão percebe-se que Alex mexe no Moog Bass Taurus Pedal. Ele volta a usar a guitarra preta conhecida como “Porkflapsocaster” e é com ela que vai seguir até o fim do show. Como curiosidade, essa versão ao vivo da música foi cedida pela banda para fazer parte do álbum Hear ‘n Aid, projeto humanitário da comunidade de metal e hard rock de 1985. As viradas de Neil novamente se mostram incríveis depois do solo. A versão ao vivo ganha em dinâmica e energia em relação ao gravado em estúdio. No fim da canção, no telão, mais imagens do videoclipe são mostradas.

7 – “Red Sector A

Com cerca de 34 minutos do show editado, Lee finalmente dá uma pausa para apresentar “Red Sector A”, citando que se trata de mais uma das novas canções “vermelhas”. Um vídeo promocional deste trecho do show foi retirado para ser divulgado na MTV e demais programas de TV da época, conforme podemos ver abaixo.

Novamente Peart está utilizando os fones de ouvidos para ouvir claramente o metrônomo eletrônico vinculado aos teclados de Geddy. O baterista está no kit eletrônico, apenas incorporando um ou outro elemento da parte tradicional de sua bateria. A banda incrementa este trecho do show com lasers e simulação de bombas com fumaça no trecho em que Lee canta “shouting guards and smoking guns” para êxtase da plateia. A parte do solo mostra esse novo estilo desenvolvido pela banda na época com solos que trazem vários acordes, enquanto Peart troca a condução característica por acréscimos de viradas e mais viradas de bateria.  A canção é uma das raras que Geddy sequer está empunhando o baixo, pois se dedica totalmente, além obviamente da voz, aos teclados.  

8 – “Closer to the Heart” 

O início da música está até um pouco baixo, com Alex tocando um bonito violão de nylon Ovation. A música já constava no vídeo de “Exit… Stage Left”, mas como é um dos clássicos absolutos da banda foi mantida também neste track list. A diferença principal está no fim da canção, quando o grupo estende o trecho, alternando o clima da música, abrindo espaço para novas viradas e um final bem energético.

9 – “YYZ/”2112: The Temples of Syrinx/”Tom Sawyer

“YYZ” só aparece nos créditos do home de “Exit… Stage Left”. Ou seja, mesmo sendo uma versão que é parte de um medley com seu final reduzido, vale por cada segundo termos a sua inclusão por aqui. A versão está mais acelerada do que em estúdio. Podemos ver em detalhes a virada antes do solo e uma maravilhosa execução de Lifeson neste que é um dos grandes solos do músico. Segue-se o trecho com o teclado de Lee tomando conta do cenário, com Lifeson improvisando um pouco nas últimas notas de seu solo.

O grupo emenda com o “The Temples of Syrinx”, segunda parte de “2112”. Os vocais nas estrofes estão adaptados para um registro mais baixo, que ainda assim é bastante desafiador. A música mantém o clima bastante energético que nos está levando ao fim do show.

O medley segue mostrando no telão a capa de “Moving Pictures” para o seu hit principal, “Tom Sawyer”, o outro clássico que também consta do material de “Exit… Stage Left”, mas, assim como “Closer To Heart”, teve pela a banda a opção de novamente ser incluído. As imagens trazem detalhes que podemos ver melhor aqui, já que o vídeo de “Exit… Stage Left” é um pouco mais escuro, como o uso de Minimoog na frase principal de teclados. A música é tocada na íntegra no medley.

10 – “Vital Signs”

O sequenciador de “Vital Signs” entra rapidamente quando o medley anterior termina, enquanto Alex inicia os acordes em tempo super intricado. Peart desta vez consegue usar o tom eletrônico no pré-refrão enquanto brinca, “regendo” o tempo com a outra mão. Nas turnês anteriores o baterista não tinha o artefato eletrônico para trazer o arranjo original da canção ao vivo. Apesar do uso da parte eletrônica por Neil, “Vital Signs” é basicamente um outro exemplo do formato mais tradicional como power trio, com Lee e Lifeson interagindo no meio do palco.  O solo de baixo no fim da canção é absolutamente extraordinário, enquanto no fundo ouvimos o Moog Taurus Bass Pedal que é tocado por Alex. 

11 – “Finding My Way/”In the Mood

“Finding my Way” inicia o medley do primeiro álbum que encerra o homevideo em alto astral. Os vocais de Geddy estão excelentes, mostrando que o multi-instrumentista pode usar os tons mais altos, embora naquele momento da carreira preferisse mesclar com as outras possibilidades de sua voz. A banda toca a parte inicial de “In The Mood”, com Alex ajudando nos backings. Nesta versão, Geddy muda a letra de “Hey Baby” para “Hey Booby”. Dali eles seguem para o solo de Lifeson e repetem o refrão. O show termina com Alex e Geddy se juntando a Neil no meio do palco, para total ovação da plateia.

Na sequência do vídeo, ao fundo, temos o playback do trecho intermediário de “Afterimage” em estúdio, enquanto os créditos são exibidos.

E se você quiser, pode assistir o homevideo todo aqui, enquanto este ainda se encontra disponível:

O material da turnê de “Grace Under Pressure”, seja em áudio, seja em vídeo, é por nós altamente recomendado, especialmente na versão 5.1 do Replay X3, na qual a voz está mixada apenas no canal central. Ele mostra a banda capturada em um momento singular de sua carreira, absorvendo e interpretando de forma bastante própria todas as influências dos estilos musicais tidos como modernos à ocasião. Além disso, o vídeo mostra de forma ainda mais clara a espetacular capacidade artística e virtuosa do trio canadense. A reclamar, somente o fato de o show não estar na íntegra.

No próximo capítulo veremos a banda continuar a sua busca por experimentar e estampar a sua “cara” nos estilos de vanguarda da ocasião. See ya!

Keep bloggin’

Abilio Abreu e Alexandre B-side



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2 respostas

  1. Great detailed look at Rush’s rare ‘Grace Under Pressure Tour’ release — excellent track breakdown and history for fans.

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  2. Thank you for your comments!

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