Não me considero um cara “sortudo”. Em geral, o que consigo é através de suor, mexendo em coisas que ninguém quer mexer, indo atrás daquilo que muitos dizem “deixa para lá”, e muitas vezes, através de sacrifícios, conseguindo fazer o que muitos não conseguem porque só pensaram, não executaram. Nada nunca vem “de graça”, “deixar para amanhã” é discurso de perdedor atrasado. “Não deixe de fazer hoje o que você deveria ter feito ONTEM” é minha frase.
Já sorte é aquela coisa relativa – normalmente a sorte só sorri a quem está preparado. Mas coincidências são aquelas coisas que são as vezes igualmente inexplicáveis…
Há alguns meses atrás, por motivo de trabalho novamente, se determinou uma viagem a Madrid, a última que deverei fazer a trabalho para lá por tempo indeterminado. Em 2015 estive lá mas não achei nenhum show. Em 2014, tive o privilégio de ver Sir Elton John. E este ano, como parte de minha “rotina” quando viajo, busquei novamente e não encontrei nada.
Gosto de usar – e aproveito para indicar – o site Songkick para buscar shows. Costuma funcionar muito bem! Ele traz de tudo, então dependendo da cidade, tem que ficar filtrando, mas até aí, melhor ter em excesso do que não ter. Bom, ele COSTUMA funcionar muito bem, mas não é 100%. E eu confirmei isso exatamente no dia de hoje.
Como já tive a chance de estar na cidade nos anos anteriores, estava buscando algumas alternativas aos “medalhões turísticos”, que considero já ter feito tudo que me interessa. Claro que ir ao Prado é sempre necessário ; assim como ver o Palácio Real, passar na Plaza Mayor e desfrutar um vino, jamón, queso y aceitunas no Mercado San Miguel. Tudo isso é coisa para dois dias. O resto seria repetir coisas – não que isso seja ruim, mas a ideia é sempre explorar coisas novas.
Na tentativa de buscar por possíveis eventos pontuais na cidade – feiras, rango, bares, etc., acabei por usar um site que gosto bastante de Madrid, o “esMADRID“. Este site traz dicas legais de turismo – “medalhões” – e coisas “de momento”. Há também uma agenda. E que bom que existe essa agenda. Entrei lá e comecei a dar uma fuçada. Vi um link “Musicales” por lá. Confesso que nem iria clicar: pensei em Flamenco (particularmente não é minha praia) e que traria bandas locais e afins, que também não interessam. Além disso, pensei: “esta é a época do ano que as bandas fogem do frio europeu e vem para, por exemplo, nossa terra quente”. Mas resolvi clicar, claro. Ainda bem.
Eis que vejo “Paul Simon”. O engraçado é que eu vi e passei reto. Aí voltei a barra de rolagem correndo. Pensei: “Ahhh??? Paul Simon – PAUL SIMON?”. E o espanto foi maior ainda porque neste último domingo, durante uma pizza com a família, surgiu o assunto que eu tinha me realizado ao ver o Van Halen ano passado. E realmente, sonho realizado e era o último “check” da lista, já que coisas como David Gilmour, Paul Simon e afins eram impossíveis. Bom, este primeiro surpreendeu a muitos vindo para cá. Mas Paul Simon, se muito, teria que calhar uma visita para NY, pensava eu. Aí comentei durante a pizza: “quem sabe um dia eu não veja o Paul Simon em NY? Mas acho que está tarde…”.
Então, qual é a chance de: ter uma viagem que seria em outubro alterada para uma semana ruim, de frio e feriado em SP, para trabalhar? Estar na cidade exatamente na data? Ter uma viagem NO DIA SEGUINTE, ou seja, estar lá e ainda sem conflitar com outra viagem”? Coincidência, sorte, ambos, sei lá, sei que corri ao site. “Que frustração! É lógico que estará sold out. Estarei lá e vou perder”. Claro que pensei nisso enquanto o site carregava. Eis que vejo que, realmente, tudo “no chão” do Barclaycard Center está sold out (mesmo local do show do Elton John em 2014, a propósito). Mas consegui um ingresso logo na arquibanca acima, com ótima visão, setor 1. Quantos ingressos neste setor disponíveis? UM! Sim, UM. É o suficiente, obrigado! :-).
Pois é. Mais um sonho pessoal a ser realizado. Paul Simon esteve no Rio em novembro e e em São Paulo em dezembro de 1991. Eu estava prestes a fazer 10 anos de idade. Meu pai e minha tia foram ao show, me lembro como se fosse hoje. Eu já conhecia e cantava tudo. Eu não fui por restrição de idade no show, pois lembro que insisti que queria ir, claro (ainda mais sendo criança). Fez parte da minha infância e formação musical, sem dúvidas – e eu demorei a fazer uma homenagem a ele (e ao genial Garfunkel) aqui no blog, mas a fiz em 2014.
A chance dele vir ao Brasil é tão pequena quanto qualquer um pode esperar. Então, é mesmo uma chance de ouro. E salvo algum problema de força maior, terei este privilégio e trarei os detalhes por aqui, claro.
Paul Simon está com disco novíssimo lançado – Stranger To Stranger, com 11 faixas. Não tinha a mínima ideia disso, mas vou atrás, claro. Confesso que por melhor que seja, obviamente eu quero saber dos clássicos – quero saber é de The Boxer, El Condor Pasa (If I Could), America, The Sound Of Silence e especialmente Me And Julio Down By The Schoolyard, que por mais uma “coincidência”, foi uma música que escutei umas 10 vezes semana passada quando caiu em um random do pen drive. Paul está em tour européia para divulgação do novo trabalho, tocando em venues lendárias. Hoje, por exemplo, tocará no Royal Albert Hall, em Londres.
[ ] ‘ s,
Eduardo.
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Não fazia ideia que você curtia Paul Simon
Muito bom
E que experiência
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Eu gosto, Rolf. Desde sempre. Depois dê uma olhada no post que fiz focado na dupla “arroz e feijão”, ou seja, ele com Garfunkel.
Ver o Paul Simon ao vivo era dado como descartado para mim. Mas parece que vai dar certo.
[ ] ‘ s,
Eduardo.
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Muito legal este post, que bom que a coincidência lhe favoreceu, aliás , muito merecidamente. Eu havia passado meio batido pela matéria, mas que bom que acabou topando com ela de novo.
Conte-nos do show, Eduardo, se possível.
Alexandre
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