O precursor do recurso “random”: os discos de vinil “multilaterais”

“Multilateral”, “multilaterais” – a primeira dúvida aqui era se as palavras existiam em nossa língua. Sim, existem.

Lendo este artigo do blog do Discogs (marketplace que não deixa ninguém mais em paz há anos – o Kelsei que está curtindo, certo, Kelsei?), me deparei com este interessante texto que, claro, também leva o leitor às compras mas, de qualquer maneira, traz algo que eu particularmente não conhecia: o tal fenômeno dos álbuns multilaterais, ou “multisided records”.

Inicialmente cheguei a fazer – e já o deletei – uma referência apenas como comentário no melhor post sobre vinil da história da internet mundial – esse aqui. Mas entendi que o assunto é legal para se ter um post independente e aguardar os grandes mestres aparecerem e darem a aula: sim, falo dos senhores Remote e, obviamente, da nossa Enciclopédia JP.

E o que seria a tal técnica? Bom, agora há informação de sobra – basta ver aqui. Em geral, uma técnica bastante legal que, ao se colocar a agulha normalmente (na extremidade / borda da bolacha) para iniciar a audição do álbum, o ouvinte é “levado” para alguma das ranhuras, não necessariamente a primeira. Alguns álbuns, inclusive, possuem faixas escondidas “acessíveis” após a insistência de tentar encontrá-las, “aleatoriamente”.

Ainda de acordo com o artigo acima, realmente parece que o álbum de 1973 do Monty Python, o Matching Tie and Handkerchief, é o grande exemplo da brincadeira. Mas no post do Discogs, encontrei e me interessei muito mais pelo Rush ‎– Rush ‘N’ Roulette (1981) – que casou perfeitamente com o momento de ter recebido recentemente o Exit…Stage Left aqui em casa, para alegria minha, dos gêmeos e do Claudio, estou certo.

Mas vamos ver um pouco disso na prática, em um exemplo muito legal que traz mais entretenimento ainda: um jogo que acompanha um álbum para uma brincadeira de apostas, como se fosse de corridas de cavalo, para ver quem acerta o que será tocado e ganha…

Há várias outras “aplicações” deste tipo de técnica para jogos e entretenimento e, como no caso do Rush, para tentar descobrir qual será a “próxima música”. Entendo ser algo que só o mundo veria anos depois, a função “random” que temos nos aparelhos de CD…

Vontade até deu de comprar do Rush ‘n’ Roulette … falta só a coragem$$$$.

[ ] ‘ s,

Eduardo.



Categorias:Artistas, Curiosidades, Discografias, Rush

3 respostas

  1. Falando em maluquice… tocando vinil como se fosse um CD!

    Mais fácil comprar um CD player? Mas e a graça da vida? 🙂

    [ ] ‘ s,

    Eduardo.

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  2. Bem, tudo aqui é uma maluquice sem fim e bem adequado aos grupo de nerds que habitam esse blog ( não exatamente a minha praia, ressaltemos..).
    Entre os dois projetos de doidos , fico com esse segundo, é uma engenhoca bem interessante, apesar de precisarmos entender que o fato do treco dar defeito vai fazer do dono ter uma novela sem fim para tentar consertá-lo. A não ser que ele seja um gênio como o narrador acima.
    Em relação aos multitracks, sei lá hein….
    Melhor ficar com o Exit…Stage Left e ouví-lo sem parar, na ordem que foi criado.
    Melhor ainda, ouça-o 5 vezes seguidas.
    Afinal, uma obra prima como essa merece no mínimo 5 audições seguidas.
    E definitivamente não precisa de engenhoca nenhuma para escolher qual faixa tocar.
    Todas são maravilhosas.

    Alexandre

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  3. Caramba que parada doida
    Essa ai do rush random foi irado! So petardo!

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