Cobertura Minuto HM na Califórnia (e Nevada): The Beatles LOVE no The Mirage Hotel em Las Vegas

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Terminando esta cobertura de 2012, trago um pouco do espetáculo “The Beatles LOVE”  do Cirque du Soleil, o espetáculo apresentado no The Mirage Hotel em Las Vegas que celebra o legado Beatles de forma a explorar a beleza poética das letras de alguns clássicos do Fab Four em uma forma teatral e circense da qualidade do circo mais famoso do mundo, trazendo cenas que misturam realidade com imaginação em performances de um pouco mais de duas horas (com intervalo) que incluem freestyle dance de personagens como “Doctor Robert”, “Eleanor Rigby”, Father McKenzie”, “The Fool”, “Her Majesty”, “Nowhere Man”, “Sgt. Pepper”, “The Walrus”, entre outros.

Antes, entretanto, trago um pouco de contexto sobre o álbum “LOVE”. Mixado entre 2004 e 2006 no lendário Abbery Road Studios e lançado ainda em 2006, trata-se de um remix de petardos das discografia dos Beatles especialmente feito com o propósito de ser apresentado para este espetáculo. Com a permissão de Macca, Starr e das viúvas Yoko e Olivia Harrison, George Martin e seu filho Giles  começaram o trabalho com a sensação que não seria aprovado.

A confirmação que a dupla Macca-Starr havia dado o sinal verde motivou os Martin a desenvolverem um trabalho que remixa músicas e demos em mashups (misturando duas ou mais músicas) com soundbeds, ou seja, a técnica usada com frequência nos anos 80 em propaganda, que adiciona elementos novos às trilhas – basicamente, se adicionam novas camadas, criando-se algo que é facilmente detectado ao se ouvir LOVE: conexões precisam nas transições entre músicas e muitos efeitos novos. O resultado realmente “transforma” as músicas, muitas vezes ressaltando elementos que estavam originalmente colocados mas sem evidência, ou ainda as tais novas camadas que destacam o que a música quer dizer – ou passar.

Como praticamente qualquer lançamento relacionado à banda de Liverpool, o álbum foi sucesso absoluto nas paradas do Reino Unido e nos Estados Unidos, sendo platinado ainda no mesmo ano de lançamento e ganhando em 2 categorias do Grammy de 2008 (Best Compilation Soundtrack Album e Best Surround Sound Album). Aliás, a experiência que recomendo com o disco não é obtida por completo no iTunes, CD ou mesmo no vinil, mas sim no DVD-Audio, que traz a experiência para os 5.1 canais, inclusive com DTS, além de músicas bônus.

Para quem quiser se aprofundar, esta lista traz os 130 elementos que resultaram no LOVE. E para os que gostam de b-sides e afins, existem ainda várias músicas que foram trabalhadas por George e Giles mas não foram oficialmente lançadas AINDA, conhecido como “The Beatles Alternative Love Album”. Curtam na playlist abaixo:

Mas voltando à cobertura, desde o planejamento ainda em 2011, era sabido que o cansaço neste noite estaria enorme, afinal, seria a quinta noite sem praticamente dormir. O calor também já contribuía para o enorme cansaço. Especialmente a noite anterior ao espetáculo, com o show do Kiss e Mötley Crüe e com tudo que fosse possível para se conhecer em Vegas, dormir não era opção. Este domingo começava com a madrugada nos hotéis e o retorno “correndo” para o hotel para esperar o transporte as 5h00 da matina para um aeroporto próximo, de onde pegaria um helicóptero rumo ao Grand Canyon.

53° C, Grand Canyon, Eduardo, Ronnie James Dio com a Skywalk ao fundo

53° C, Grand Canyon, Eduardo, Ronnie James Dio com a Skywalk ao fundo

Retornando a Vegas a tarde, dormindo acordado, a ida ao Mirage foi preocupante, afinal, o tal cansaço turbinado com o calor me deixava praticamente sem forças (e quem acompanha as maratonas por aqui sabe da minha “resistência”). Mas foi chegar no The Mirage Hotel para novamente o cansaço ficar em último plano. O hotel destaca o espetáculo LOVE, que realmente é um dos principais da rua – para quem não sabe, há outras opções musicais do Cirque du Soleil em Vegas, como o espetáculo do Elvis.

Um rápido lanche praticamente pago com um “investimento milionário” de USD 1,00 em uma slot machine que me resultou no retorno de USD 5,66 (!) precederam a ida ao espetacular teatro do hotel. Há um “Beatles Lounge” que, como o próprio nome sugere, é um espaço com sofás, um bar e diversos elementos Beatles já preparando os visitantes para o espetáculo.

E, claro, como em praticamente qualquer atração americana, o visitante já tem uma boutique com produtos relacionados antes mesmo da entrada. A loja é uma verdadeira perdição, pois traz muito mais que itens do LOVE (ou seja, é necessário ir “preparado”, pois compras são inevitáveis mesmo para os mais controlados):

A entrada no evento, também acompanhada de playback e vídeos do Fab Four e tradicionais elementos britânicos, já faz parte do todo. Tudo é temático – inclusive os cocktails “oficiais”. Há ainda alguns itens da memorabilia da banda:

Mas é entrando que, claro, o show “começa”. Há os sinais de que gravação e fotos são proibidos, mas são aqueles sinais padrões que se tem em qualquer evento musical, teatro. São muitos funcionários que orientam as pessoas aos seus lugares rapidamente e são este mesmos funcionários que estão ali justamente para monitorar e coibir qualquer ameaça de foto ou filmagem, mesmo de celulares. Por repetidas vezes, foi possível ver a moça mais próxima dando “broncas” em pessoas que pegavam aparelhos nas mãos, antes e mesmo durante o show, apesar de as pessoas respeitarem bastante isso. A foto abaixo foi registrada sem flash, com o teatro ainda vazio e antes de eu notar que o negócio da proibição era REALMENTE sério e mostra um pouco do clima pré-espetáculo, com as telas retráteis para as projeções, gelo seco e luzes estrategicamente posicionadas.

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Sim, há telas espalhadas por todo o teatro, e que são abusada e deliciosamente usadas como complemento à performance dos artistas. O palco tem uma versatilidade incrível que, combinado com o talento das equipes, tudo acontece sem o espectador conseguir ver as transições – a tal “mágica”. E o som é um capítulo a parte: envolvente e poderoso, há ainda o cuidado em acompanhar pelas diversas torres e falantes espalhados onde o foco da cena está. Como em geral no Cirque du Soleil, os personagens estão espalhados por todos os lugares, pelo chão, no ar, e o som está acompanhando.

É ainda louvável um fundamental detalhe: como há música o tempo todo, quando um personagem está mais perto, o som dele fica mais alto e a música acaba indo para o fundo. Conforme o personagem se afasta, há a inversão, com a música voltando ao primeiro plano.

Obviamente, os lugares são marcados e promete-se uma boa experiência de qualquer assento. De qualquer forma, deixo a recomendação de, se possível, tentar mesmo optar por um dos 2 setores mais “caros”, pois além da proximidade, ganha-se uma melhor visão dos telões que estão por TODO o teatro, 360°.

Foi meu primeiro espetáculo do Cirque du Soleil. Assim como qualquer espetáculo do famoso circo, não há como não se curvar ao trabalho dos envolvidos, desde a chegada até a organização da saída, passando, é claro, pelo infinito talento do que se vê e ouve. O espetáculo é mais que recomendável, é obrigatório, mesmo que você não seja fã de circo, dança ou mesmo de John, Paul, George e Ringo. Com certeza, você mudará de opinião sobre algo que possivelmente não goste tanto.

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[ ] ‘ s,

Eduardo.



Categorias:Backstage, Curiosidades, Discografias, Entrevistas, Instrumentos, Músicas, Off-topic / Misc, Resenhas, The Beatles

3 respostas

  1. Eduardo, muito legal você ter trazido esta parte Beatles aqui no MInuto Hm. O espetáculo impressiona pela estrutura, cenários, principalmente grandiosidade.
    Não sendo um grande adepto da dança e coreografia em geral, acho que ter boa música atrelada ao espetáculo ajuda aos menos afeitos ( como eu ).
    Quanto ao Love, confesso que não tive coragem de ouvir, pois mexer no que é sagrado ( ainda que com a permissão dos donos da bola e feito por Martin) é complicado.

    Alexandre

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    • B-Side, eu não sou muito chegado neste tipo de espetáculo também, mas garanto: é OBRIGATÓRIO se em Las Vegas, ou caso o Cirque resolva entrar em tour com este show.

      Sobre o álbum, eu não gosto muito destas misturas, normalmente, ainda que este em especial tenha ficado, em minha opinião, muito legal. Claro que as vezes dá vontade de parar e ouvir o disco, ou então é estranho não ter uma determinada sequência, mas o trabalho de edição é primoroso, e os efeitos fazem a diferença, principalmente em 5.1.

      Acho que vale a audição sim, ok?

      [ ] ‘ s,

      Eduardo.

      Curtir

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