Minuto HM em NY / NJ / DC – o prédio da capa de Physical Graffiti (Led Zeppelin) e vídeo dos Rolling Stones

Physical Graffiti album coverNY, especialmente Manhattan, é um local na América dos mais sagrados em termos de entretenimento. A cada rua, a cada esquina, a cada prédio, há aquela sensação de já ter se passado por ali, mesmo no meu caso, que fui para a Big Apple pela primeira vez na vida. Há listas e listas pela internet destes lugares históricos, muitos deles mantendo-se muito do que se via há um século atrás.

Um destes emblemáticos “spots” fica no East Village, local que está no meio onde as ruas de Manhattan ganham como nome os números e onde possuem realmente nomes, como neste caso, que fica exatamente na 96 and 98 St. Mark’s Place (entre a 1st Ave. e a Ave. A). Para se ter uma ideia, olhem nesta lista a quantidade absurda de coisas que rolaram apenas nesta rua.

Peter Corriston foi o responsável em encontrar o local que ficaria imortalizado em uma das capas do Led Zeppelin. Ele procurava um prédio simétrico, que não estivesse obstruído e que em termos de foto coubesse corretamente na capa do multiplatinado LP duplo, que foi lançado em 1975. Ele tinha ainda como objetivo ser um local onde desse a impressão de dia-a-dia das pessoas, com pessoas entrando e saindo.

Como é claro na capa, as janelas seriam usadas para quadros com as letras que formariam o título do álbum, e foram incluídos o nome da banda no topo e outros detalhes, além do material gráfico interno que traz Plant e Richard Cole, o tour manager do Led Zeppelin de 1968 a 1980 que também foi responsável por trabalhos pós Led com nomes como Eric Clapton, Black Sabbath, Ozzy Osbourne, entre outros.

Hoje em dia, há um pequeno café estrategicamente chamado “Physical Graffitea” (trocadilho fácil para um chá) e que não deixa dúvidas de que você está no lugar correto ao chegar. O comércio em Manhattan costuma abrir em torno das 10h00 da manhã e nesta segunda-feira, dia 5/maio/2014, o local se encontrava fechado ainda quando da passagem por lá. De qualquer forma, foi sorte ter chegado cedo, pois logo chegaram caminhões enormes parando em fila dupla e que demorariam a sair dali, o que certamente prejudicaria as fotos.

Falando em fotos, por não ser uma rua larga e também pela largura do “assunto” ser considerável, é difícil com uma lente “comum” de máquina conseguir enquadrar ao mesmo tempo o edifício “duplo” dos números 96 e 98, portanto, foi usada uma objetiva grande-angular.

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Parada para o chá

Os mais atentos (ou já conhecedores) observarão que um dos andares do edifício foi cortado na capa do álbum para que o formato quadrado do LP pudesse ser obtido. Há também mudanças dos prédios vizinhos para que o estilo pudesse ser parecido com o prédio-foco da capa, além de um corte na sacada superior direita para que uma janela ficasse mais visível, bem como uma parte da cobertura (uma moldura) que não aparece na capa do disco. Outra curiosidade é que a capa se dá através de uma foto tirada de dia, enquanto que a contra-capa é uma foto feita a noite.

Foi ali também que Keith Richards e Mick Jagger foram filmados para o vídeo de Waiting On A Friend, e o famoso local pode ser conferido logo no início do clipe do som dos Stones:

Mapa:

Muito próximo à linda Washington Square, vale dar uma passada pela rua. Mesmo bem movimentada e ficando em um quarteirão não muito bonito em termos de turismo atualmente, é possível “contemplar” alguns minutos (hm) um pouco desta história.

[ ] ‘ s,

Eduardo.



Categorias:Curiosidades, Led Zeppelin, Rolling Stones

18 respostas

  1. Eduardo,

    Só você mesmo para nos presentear com essas informações que só posso classificar de “priceless”… Excelente! A lista de acontecimentos da rua (assim como todo e qualquer cm² de Manhattan ou outras mega-cidades-históricas similares, como Londres e Paris) é realmente espetacular…

    Acredita que morei 2 anos em NY e nunca me toquei que poderia ir lá?

    keep graffitiin’

    Abilio Abreu

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    • Abilio, valeu pelo comentário e procurei trazer aqui um pouco de “corpo” para as fotos, como tento fazer sempre.

      As listagens de lugares em Manhattan são simplesmente sem fim, e realmente a sensação de “deja vu” é constante nas ruas.

      Já que você nunca foi, marque o post para quando do seu retorno, o passeio vale a pena, inclusive pelo entorno.

      [ ] ‘ s,

      Eduardo.

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  2. Excelente – a ida mais do que justificada. O album é antológico e a capa com o prédio que ficou para a historia.
    Os detalhes que o Eduardo traz são muito interessantes, como adaptaram o prédio para “caber” e combinar na capa do álbum.
    O que não gostei foi da pichação no painel meu laranja do térreo – do lado esquerdo da tal Graffitea.. A cor do painel também não ajuda.
    Mas, neste caso temos realmente duas coisas geniais: A ideia da capa em alto relevo com genial fotografia e (é claro) a bolacha propriamente dita (ou bolachas). Physical pode ser considerado com um dos melhores, senão o melhor da banda e em 1975 o Zep estava no auge.
    Show – Eduardo, vamos aguardando aqui o resto de NY.

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    • Remote, apesar de várias ruas ali na região serem legais, essa rua EXATAMENTE não é tão legal. Há um clima pesado na rua, com alguns comércios estranhos e feios para os padrões que se vê normalmente em Manhattan.

      A noite, ali, deve ser um clima pior – mas pichação existe pela cidade, infelizmente, mas em menor proporção que nas grandes cidades do Brasil.

      O que importa é que o resultado final ficou ótimo, tanto a capa quanto o áudio, que é o mais importante…

      Há mais coisas por vir, vamos em frente.

      [ ] ‘ s,

      Eduardo.

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  3. Eduardo , vou engrossar o coro dos que não sabiam disso. O que é uma pena, pois certamente iria fotografar ( não com a mesma qualidade sua) e registrar a minha passagem por lá .

    O registro ( aliás, espero que seja apenas o primeiro de uma série sua de andanças pela cidade que nunca dorme) é excelente e fantástico por nos trazer como está o histórico cenário hoje em dia , quase 40 anos depois.

    As explicações referentes à técnica de fotografia eu preciso passar, sou um zero á esquerda nisso. Confio perfeitamente na escolha do “profissional” pelo ângulo, horário, lente etc….

    Por fim, não deu pra deixar de falar nisso . Ô clipezinho ruim esse do Rolling Stones.É ..talvez eu não seja a melhor pessoa para tecer comentários sobre isso , by the way…. O prédio dá de dez a zero no vídeo…

    Alexandre

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    • B-Side, vou discordar aqui da questão da fotografia com relação ao que você traz por aqui, vide exemplo das ótimas fotos do show do Marillion no Rio, ainda mais em um show, onde as condições para fotografia não são as ideias com máquinas “normais”. Você, para variar, tira leite de pedra das coisas…

      Eu estava com a lente (objetiva) em questão há menos de 24 horas e tentando aprender a usar. Não estava com tripé e como tinha chegado recentemente à cidade, ainda estava meio “desconfiado” da questão da segurança, algo que depois vi por toda Manhattan que não havia qualquer perigo. De qualquer forma, procurei registrar o momento.

      Sobre o clipe, a música passa, até, e vocês sabem que não sou um fanático por vídeos, mas este em especial realmente é ruinzinho, sem graça, e o prédio salva.

      [ ] ‘ s,

      Eduardo.

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  4. Olá,

    não há como conferir as matérias e não sentir saudades.

    Acredito que para passar por toda as referências seriam necessários uns 60 dias. Aliás, você foi na esquina do prédio de Friends ?

    Incrível como Manhattan e/ou New York tem uma relação muito íntima com o rock inglês. Reza a lenda Lennon era apaixonado pela Big Apple, por exemplo.

    Parabéns pela qualidade das fotos, estão excelentes.

    Graça e Paz,

    Daniel

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  5. Interessantíssimo o post. A foto representa muito, tendo em vista ser capa de um álbum antológico. Quantos álbuns duplos de estúdio se equiparam a este?!?!? Deixemos para o podcast.
    Perfeito o texto de Mr. Rolim, e pelo que ele comentou logo aqui acima, espero muitos posts sobre locais interessantes.
    Em julho irei a Paris e andei dando uma procurada num site que me desse uma relação de endereços com referencias musicais, culturais, menos óbvios, sem sucesso. “Keep lookin'” (para mim).

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  6. tudo ja foi dito ai né: fotografia, informação, coleta histórica.
    ai eu solto: aonde isso aqui vai parar?

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