No backstage do Minuto HM, quem escutou o último CD do Dream Theater, sentencia por unanimidade: o disco homônimo da banda não supera nem o penúltimo respiro, ainda com o bafo de Mike Portnoy, “A Dramatic Turn of Events“. Talvez uma heresia para os fãs mais ortodoxos, para os quais, toda a crítica (negativa) é heresia, o disco de uma das bandas de prog metal mais famosas do mundo deixou a desejar. Para mais detalhes sob a minha perspectiva da mais recente obra, clique aqui.
Ainda nos camarins falantes do mundo do heavy metal ostentados pelos mestres do conhecimento metal, na qual estou não-incluído, a crítica sobre “Live At Luna Park” (registro ao vivo da tour de ADToE) também é quase uníssona: falta alguma coisa, especialmente em relação ao até aqui imbatível “Live At Budokan” (2004), pertencente à turnê do pesadíssimo “Train on Thought” (2003). Particularmente, não gosto (e pelo jeito continuarei não gostando) da performance de Mike Mangini ao vivo e pior, não curto o som que está sendo tirado de sua “war machine” para as músicas da banda. Como diria o “presidente” (inside joke), o homem é um relógio, porém não sei se numa banda de metal a precisão deve ser a qualidade mais renomada.
Por isso surpreende e ao mesmo tempo não, que o Dream Theater esteja prestes a lançar (deve chegar às lojas no dia 30 de setembro) “Breaking The Fourth Wall – Live From The Opera House“, o novo registro da turnê do seu último release. Uma das surpresas é que o show registra a participação da Berklee College of Music Orchestra and Choir, oriunda do colégio onde Mangini dava aulas antes de se juntar à banda e onde estudaram Myung, Petrucci e Portnoy. O grupo participará com a banda em cinco faixas: “Illumination Theory“, “Overture 1928“, “Strange Déjà Vú“, “The Dance of Eternity” e “Finaly Free“.
O aspecto que mais surpreende é o fato da banda ter lançado “Live At Luna Park” em novembro do ano passado, portanto menos de um ano do novo lançamento; um show que chegou com quase 3 anos de atraso já que pertencia ao disco 2011! Fica difícil acreditar que um cast profissional errara no planejamento do lançamento da sua obra. Errou. E parece que tinha pressa em corrigi-lo pois o show de “Breaking…” fora gravado em março deste ano, um recorde para lançamento de um trabalho que merece tantos acertos e ajustes.
Para os que estão coçando a mão para verem mais uma performance dos super-heróis da música rápida e técnica, o novo produto chegará às lojas em três formatos: Blu-Ray, DVD duplo e Blu-Ray + CD triplo. Mesmo com poucos detalhes – não foi divulgado o tracklist do lançamento – é possível que haja extras interessantes sobre os bastidores da turnê (ou da festa) que ainda está acontecendo e que chega ao Brasil este ano. Confira a Agenda do Patrãozinho e veja quando e onde a banda nova-iorquina se apresentará (aliás, descubra estes e outros shows que ocorrerão em terra brasilis lá).
Alguns integrantes desta orda turma estarão nos shows da banda e você terá uma cobertura – ou um puxadinho bem profissa – sobre a apresentação do Dream Theater no Rio de Janeiro e em São Paulo. Enquanto isso, você pode ver e ouvir a canção “The Looking Glass“, já em sua versão ao vivo e que você poderá conferir nos shows pelo país ou no conforto do seu lar:
Daniel Junior é membro da família MHM, colunista do site Seriemaníacos e colaborador cultural do site Eu Escolhi Esperar . Vem aí o melhor site de reviews de cinema do sistema solar …The Crow.
Revisou: Eduardo.
Categorias:Agenda do Patrãozinho, Cada show é um show..., Discografias, Dream Theater, Entrevistas, Resenhas
Daniel, olha, não dá para entender isso, não… os caras que são os gênios do “tempo” nas músicas talvez não estejam bem assessorados no que tange a “timing” comercial. Bom, acho que é claro que existe um problema neste âmbito, assuntos que Portnoy sempre cuidava…
Bom, o que parece é que não é este que está saindo na hora errada, mas sim o anterior que atrasou demais e eles não quiseram “empurrar” este para depois, até porque eles estão com nova tour e, portanto, é provável que logo teremos um terceiro lançamento destes shows que terão passagem por muitas capitais no Brasil.
Ou seja, veremos se agora as coisas do lado comercial se ajeitaram para os lançamentos saírem nos momentos “lógicos”.
Sobre sua observação no post, sobre a banda estar um pouco “desalmada”, ainda que publicamente não seja isso que parece ao grande público, eu deixo para os especialistas de plantão. Ao vivo, não parecem estar e Mangini está efetivamente muito feliz, mas ao certo, não dá para saber, não é mesmo? Creio que é inegável a falta que Portnoy faz nos bastidores e no estúdio…
[ ] ‘ s,
Eduardo.
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Fala,
nesta de querer analisar com a mente e deixar a paixonite de lado, eu me esqueci desta grande questão pertinente porque tange a administração: Mike Portnoy.
Dada às devidas proporções, tivesse ele ainda na banda, certamente esse “desperdício” produtivo não aconteceria. Sim, pertinente seu comentário: ele era o manager para os assuntos musicais e também administrativos. Definitivamente não dá para entender…
Com relação a mais um DVD/Blu-Ray não acredito que saia nada antes de um próximo disco para “zerar o tempo” mas como a banda tá sem timing (repetindo a expressão que você utilizou) não duvido de mais nada.
Com relação às performances ao vivo não sei se “desalmada” é a expressão mais próxima ao que me refiro; eu não gosto do Live At Luna Park e não curto o som que o Mangini está tirando das músicas mais clássicas do DT. Ao vivo esse desgosto cai por terra, mas em mídia, o som está devendo (e muito) aos outros já produzidos pela banda.
Ainda falando da questão do management, a Roadrunner, atual distribuidora e gravadora da banda, deveria interferir neste mal planejamento. Ainda me parece muito estranho… Será que tem caroço neste angu?
Abraço,
Daniel
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É realmente esquisito e difícil de se entender olhando de fora. O que parece é realmente uma certa dificuldade administrativa e até mesmo estratégica da banda em termos de promoções comerciais.
Excelente comentário, Daniel.
[ ] ‘ s,
Eduardo.
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Uma entrevista interessante com o baterista Mike Mangini. Há, inclusive (se não houve má intenção no translate) pequenas espetadas (quem diria) em Portnoy. Abaixo também, além do link, um convite do ‘bruxo’ Jordan Rudess para o show de SP.
http://www.territoriodamusica.com/noticias/?c=36845
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Daniel, na entrevista original também há as tais espetadas, mas no texto traduzido isso ganhou mais força. Ele não foi tão “violento” nas tais espetadas.
Mas não foi a primeira vez que ele fala disso, de Portnoy não voltar mais. É que agora ele está mais a vontade para falar isso, mas já falava que não ia dar mais espaço – olhe esta entrevista de 2011: http://www.ultimate-guitar.com/news/general_music_news/mike_mangini_portnoys_never_coming_back.html
Sobre o show com Steve Vai, sim, ele fez e foi no Credicard Hall. Estava lá com Marcus Batera, na grade, e o show foi em 05/dez/2004.
Valeu pelo link e vídeo!
[ ] ‘ s,
Eduardo.
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Não sei se o Mancini tem toda esta forca para dizer que o Portnoy não volta mais…. De repente os outros resolvem fazer uma ‘reunião tour’ e banais pro Mangini
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É Schmitt,
quando a banda chegar em números redondos, tipo 30, 35 anos, eles o chamarão, mas não há clima, além do profissional, para um retorno do músico excepcional.
Daniel
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Agora sim, li com a atenção merecida ao excelente texto acima, e a única parte que achei bastante interessante é o fato de na entrevista do Mangini ele citar que a banda está fazendo um show bastante completo, com cerca de 3 a 4 horas de duração. Isso, de todo esse blá-blá-blá entre os Mikes, é o que realmente vale. Os demais trechos são até constrangedores de ler, vindo daquele que sempre considerou o primeiro Mike uma das suas referências. Eu prefiro passar esta parte, deixá-la à margem.
Acerca dos erros nos momentos de lançamento destes ” lives” , acho que o Daniel e também o Eduardo foram perfeitos, tanto no texto quanto nos comentários: não há explicação lógica para a demora do primeiro dvd com Mangini e muito menos da aceleração do lançamento deste novo, visto que a tour ainda não terminou. Exceto pelo fato de Portnoy ter estado sempre à frente nesta parte da banda e provavelmente teria pensado em uma logística mais adequada, o que dá pra pensar é que o negócio é lançar e ver quanto se pode faturar;
Eu ainda não vi o Luna, mas vi esta Looking Glass ao vivo. Gostei das imagens, dos enquadramentos, da iluminação do palco. E desnecessário comentar sobre a maestria dos músicos, em especial notei o uso do foot pedal pelo sempre discreto Myung. Aliás, isso é intrigante, o que seria tão acrescentador o uso do foot pedal na música , tendo o mago Rudess a comandar os teclados ? Vai saber ( se alguém souber, escreva por aqui, por favor)….
Da música em si, mantenho a minha opinião da época do lançamento e avaliação do atual novo álbum: Me parece um resgate descarado da fase do Images & Words, tanto pelos músicos que lá estavam no cast da banda ( Petrucci e Myung), quanto também pelos timbres de Rudess e na sonoridade de Mangini. Estão lá os sons emulados por Kevin Moore e pelo menos os rotontons que Portnoy tanto usou naquela fase. A diferença é a voz de LaBrie, mas contida, pois os agudos não voltam mais.
Ainda assim, vejo com ansiedade a chegada de outubro e espero ter bons motivos para celebrar a volta da banda em nossas terras.
Vamos aguardar para conferir!
Alexandrer
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Folks, para deixar por aqui isso atualizado :
Os shows da perna sul americana já começaram, um no Chile, dois na Argentina.
O set list é o mesmo das demais datas da tour, nenhuma novidade, várias do novo álbum, uma sequencia sensacional das últimas do Awake, duas do álbum anterior e um punhado de faixas do Scenes From a Memory parte 2 .
Estaremos vendo isto de perto daqui há uma semana no Rio.
Mas eu confesso que achava mais legal quando ficava a expectativa do que seria tocado, quando eles mudavam o set list, mesmo que este seja bem razoável .
Alexandre
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Mais uma para servir de aquecimento para quem estará nos shows.
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Aquecimento, com música do novo disco, “Enemy Inside” (como Eduardo diz, o Mangini é um relógio)
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Acabei de ‘adquirir’ o DVD e interpretei o porquê do lançamento:
em termos estéticos e sonoros, Breaking The Fourth Wall é MUITO melhor que Live At Luna Park.
Som, emoção, peso. Está tudo lá com uma qualidade melhor.
Pode ser um chute, mas a ideia é limpar a impressão que o anterior deixou.
Daniel
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Pode ser, Daniel; estamos na era da rapidez e do esquecimento ( ou descarte) do que recentemente foi disponibilizado. Ainda mais se o produto anterior não satisfaz.
Eu não vi ainda nenhum dos dois materiais, não posso deixar minha opinião então.
Mas vi coerência no seu raciocínio
Alexandre
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