Em uma das mais marcantes esquinas de Manhattan e parte do complexo do Rockefeller Center, o Radio City Music Hall é muito mais que uma simples “venue” (teatro) norte americano: trata-se realmente de um marco histórico, lendário – tanto que o Radio City também é conhecido como “Showplace of the Nation”. Seu interior já foi declarado um “landmark” da cidade desde 1978 e continua sendo um dos mais visitados locais da cidade, com sua arquitetura emblemática. Se você assistir a um filme com cenas em NY, provavelmente verá a fachada do local em algum momento.
Com início da construção em 1929, o “Home of the Rockettes” era originalmente para ser chamado de International Music Hall. Seu nome é derivado dos primeiros que chegaram ao Rockefeller, “The Radio Corporation of the America” e NBC Radio City Studios”. Em dezembro de 1932, a inauguração ao público. Desde então, este “teatro”, o maior do mundo quando inaugurado, abrigou todos os tipos de eventos possíveis, muitos relacionados ao cinema, música, peças, apresentações de dança, celebrações e premiações dos mais diversos segmentos e períodos do ano e até mesmo jogos de basquete! Mas foram com as premières de filmes e suas noites de gala que o teatro ganhou importância em seu início.
Dada a sua importância, há filas de turistas e até mesmo nativos querendo conhecer o interior do local, que hoje possui capacidade para 5.933 assentos fixos e pode chegar até 6.015. Seu interior é uma verdadeira obra de arte em absolutamente todos os sentidos – lembro que logo que entrei, a vontade foi de ficar descalço imediatamente – o tapete era sacanagem de tão macio, hehehe…
Tudo ali foi estudado, planejado e tem um motivo para existir. Até mesmo o sistema dos elevadores, usados até hoje, eram o estado da arte na época, sendo a tecnologia empregada como referência em aeronaves durante a Segunda Guerra Mundial, e sendo uma das referências para o sucesso comercial da Otis.
Mas é no design e nas obras de arte que o teatro possui seus diferenciais. Baseado no francês déco, o interior do teatro representou uma ruptura com o ornamento tradicional associado com palácios de cinema da época. Os arcos ajudaram a unir o grande auditório, permitindo uma sensação de intimidade, bem como grandeza. É realmente tudo muito bonito. Entre as obras, o destaque fica por conta da estátua Goose Girl, do escultor Robert Laurent. Outro destaque é a “The Roxy Suite”, uma sala VIP de conforto impressionante. Os papéis de parede e o tal tapete confortável são revestidos com ouro de verdade – além de luminárias e outros itens da decoração.
No dia da visita, na tarde de 06/maio/2014, o teatro estava se preparando para ter a premiação da temporada da NBA. Deu para ver testes de iluminação e de som, e é impressionante como a acústica do local permitia que ouvíssemos as pessoas conversando no palco normalmente. O teatro ainda possui confortáveis cadeiras e a visão mesmo no mais alto terceiro mezanino é boa.
Os corredores do teatro possui quadros de artistas que se apresentaram pelo local e também algumas “próximas atrações, com claro foco no mercado americano. Após andar pelo teatro, a tour termina com o foco nas Rockettes, grupo lendários de dançarinas criado em 1925 e que desde 1932 se apresentam no Radio City. A visita inclui uma visita aos camarins das dançarinas, um vídeo da história delas e um rápido speech de uma das garotas, seguido de uma opcional foto com a dançarina, com a fachada do teatro em uma montagem.
E sobre música? A lista é imensa, praticamente composta por todos os grandes artistas e bandas de respeito no mundo. Alguns nomes: Ray Charles, B.B. King, Rod Stewart, Dire Straits, Stevie Wonder, Queensrÿche, Supertramp, Tears For Fears, Frank Sinatra, Sting, Ringo Starr, Bon Jovi, Deep Purple, Nazareth, Joan Jett and the Blackhearts, Aerosmith, Rush, Lou Reed, Heart, Iron Maiden, Marillion, MetallicA, ZZ Top, Pretenders, Accept, Kiss, Twisted Sister, Eric Clapton, Guns N’ Roses, Muddy Waters, U2, David Bowier, Billy Joel, Phil Collins, Paul McCartney, Madonna, The Beach Boys, The Who, Bee Gees, Duran Duran, Grateful Dead, Commodores, Blue Öyster Cult, Elton John, America, James Taylor, R.E.M., UFO, Chicago…
Abaixo uma galeria de fotos da visita, do tour e da fachada na madrugada, com algumas legendas:
Diferente da tradicional “saída na lojinha” que se tem hoje nos EUA em qualquer local, aqui se sai na rua mesmo, mas a lojinha está ali, logo ao lado da saída. É pequena e possui até poucos itens relacionados ao teatro, mas recomendo uma olhada especial nas camisetas.
Estando na Big Apple, não apenas tire fotos da fachada: faça o Stage Door Tour – eu mais que recomendo!
[ ] ‘ s,
Eduardo.
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Eu estive lá, mas não pude entrar, o teatro encontrava-se em reformas. Uma pena, obrigado pelas fotos que trouxe por aqui. Na fachada passei diversas vezes, o hotel onde estava era muito próximo, na verdade essa foi a primeira ” atração” na qual me deparei, logo que cheguei a Big Apple.
Obrigado por compartilhar as fotos, lindas mesmo!
Alexandre
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B-Side, agradeço e uma pena que não entrou. Fica como pendência para sua próxima visita, que espero que aconteça – afinal, NY é uma cidade que se pode visitar todo ano e nunca repetir nada… e realmente, a cidade está sempre em obras, é normal que não consigamos fazer tudo por lá, não tem jeito.
Sobre as fotos, eu estava com a câmera nova, aprendendo a usar, algumas fotos poderiam até terem ficado melhores, mas acho que dá uma boa ideia de como o lugar é espetacular. Quem sabe, em uma próxima, eu não renove tais fotos, e quem sabe com um show com Cobertura Minuto HM?
[ ] ‘ s,
Eduardo.
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President,
Em Dezembro de 1996, quando me mudei para NY, assisti ao “Radio City Christmas Spetacular”, acompanhando meus pais e minha irmã que lá estavam.
Do pouco que me lembro, o show era bem básico, um-conto-de-Natal-pra-yankee-ver, mas é claro que nunca mais esqueci das Rockettes: todas parecendo gêmeas idênticas, das cabeças às pernas – inesquecíveis pernas por sinal… – mesma altura/peso/etc…
Talvez se assistisse ao show hoje em dia, eu daria mais valor, mas nada me acrescentou em termos artísticos…
Mas claro que nunca me esqueci da arquitetura do teatro, realmente um marco da Big Apple.
Parabéns pelo post, que como sempre é muito bem detalhado e escrito, e me fez sentir saudades da “city that never sleeps”…
keep visitin’
Abilio Abreu
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Excelentes fotos e texto.
Passei em frente e não pude entrar nas duas ocasiões. A primeira por obras (como Bside) e a segunda pela neve que caia em Manhatã (como diria Cazuza).
Engraçado é que de fora não se tem noção da grandiosidade do interior.
Mais uma vez excelente.
Merece um repeteco da família MHM, seja quem aparecer por lá novamente.
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Vou anotar mentalmente. Quando for pra NY incluirei a visita na agenda. Já fiz visitas ao teatro Colon, em Buenos Aires, teatro Soliz, em Montivideo e o teatro Municipal no Rio de Janeiro. Gostei de todas as visitas, mas vejo pelas fotos que foram meros aperitivos a esta maravilha nova iorquina.
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Xará, obrigado e vale a pena sim. Estes locais por você citados também são lindíssimos.
[ ] ‘ s,
Eduardo.
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O teatro cólon é fantástico
Engraçado que eu não tenho esse hábito do nosso presidente e dos demais
Mas depois de ler essencial esse post vou mudar de ideia
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Rolf, das duas vezes que fui pra Buenos Aires, não entrei no Teatro. Em ambas o teatro estava em reforma, inclusive nunca consegui ver a fachada dele completa.
Eu gosto de entrar nestes lugares lendários mesmo. É história pura. É legal pensar na importância que estes locais também – sem contar olhar como normalmente são bonitos. É o tal “turismo interno”, hehehe.
Valeu o comentário.
[ ] ‘ s,
Eduardo.
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