Série Novidades HM – Ano 2009

Meus amigos, sejam bem-vindos à décima edição do projeto! DÉCIMA! De 2000 até 2009! Sabem o que isso significa? Que precisamos de um índice! Porque é tanto álbum, tanta banda desconhecida que sem um índice ninguém vai encontrar mais nada! Ganhei (mais uma) lição de casa (atualização: lição feita, acesse o guia aqui)!

Nesse ano tivemos a indicação de cinco novos álbuns. Ainda estamos sem a volta do Remote e, de quebra, eu caí no conto do Rolf, que me falou que iria fazer uma resenha e nada. Tão eficiente quanto a discografia do MetallicA!

Bora lá para mais audições! Lembrando que a ordem abaixo é alfabética pelo nome da banda.


Bourbon Crow – Long Way To The Bottom

Sugestão de: Flávio Remote
Ouça você também:

Alexandre: O disco começa numa pegada com fortes influencias de rockabily, algo na linha do Stray Cats, mas muda completamente a partir da segunda faixa, “Those Southern Times”, agora voltado pra um country misturado a um hard/pop. E o restante do álbum acaba sendo isso: algo na linha do country modernizado a partir de nomes como Garth Brooks ou mesmo Shania Twain e uma séria semelhança com as baladas hard com toque de violões, muito presentes na década de 80, a partir do Bon Jovi em “Wanted Dead or Alive” e mais especificamente parecido com o Poison de “Every Rose Has Its Torn”. Eu até preferiria a alternativa menos próxima do padrão desta primeira faixa do que o restante do álbum traz, bem mais previsível, meio requentado. E o resultado soa muito mais como um projeto do músico Joseph Poole, pelo que entendi, do que uma banda ou mesmo um artista solo na construção de sua carreira. Eu achei descartável, mas não exatamente desprezível ou desagradável. Ainda assim, lá em casa não rola mais. Eu passo.

Eduardo: Eis uma outra sugestão inesperada nesta série. Este álbum traz um blend de southern rock, com rockabilly e country rock, com pitadas de blues. A banda é capitaneada por um sujeito que estabeleceu seu “stage name” como Wednesday 13, sob o qual já participou de bandas como Murderdolls e Frankenstein Drag Queens from Planet 13 (nunca ouvi falar de nenhuma delas), além de trabalho solo. Largas doses de guitarras acústicas e um andamento majoritariamente mais arrastado, entregam um trabalho que parece mais um tipo de performance estilísticas, por vezes jocosas. Não posso dizer que ficarei com saudade dessa bolacha. Que descanse em paz!

José Paulo: Ah não!!! Tem gente que está de sacanagem!!! Tive que questionar o Kelsei, pois achei que o nome do disco pudesse estar errado. Que negócio que é esse?!?! Uma tal de “Haulin’ Ass”, será que é trilha sonora da Família Buscapé? Fazia muito tempo que não ouvia algo que me desagradasse tanto!!! Mas quando a gente acha que já ouviu de tudo vem uma tal de “Pour On Rain” que seria como alguém do Southern Rock estivesse cantando um cover da tal de Taylor Swift. Realmente, apesar de tentar encontrar palavras, não tenho nada mais para falar sobre esse tal de Long Way To The Botton, mas como diz aquele delegado do interior: “o que é bom ou ruim dependerá do que virá a seguir”. Então, seguindo esse pensamento, perto desse disco aí, o tal de Clutch desse ano é uma obra-prima.

Kelsei: Um country rock com blues. Leve, descontraído, divertido e cheio de clichês. E acho que a intenção era essa mesma: emular os amigos se juntando com alguns instrumentos e fazendo um som que pareça cru, meio amador, sem a preocupação de soar piegas e sem nenhuma preocupação (ou pudor) com o que a crítica vai dizer – e isso fica muito claro quando se aperta play em “You Have No Friends”, “Ol’ Whiskey Mountain” e “In The Mood For A Drinking Song”. Me diverti muito ouvindo isso aqui, mesmo não sendo um estilo que me dê prazer auditivo! Se vou ouvir de novo, já não sei. Escrevendo essa pequena resenha eu me lembrei da banda brasileira Pedra Letícia, que, nesse caso específico, tem o conceito de (tentar) soar engraçado. Não que Bourbon Crow seja liderado por um humorista, mesmo certas músicas tendo um pé em um enredo de stand-up comedy chulé. O ponto é que é legal de ouvir uma vez, mas não é algo que, musicalmente, dá vontade de repetir.


Clutch – Strange Cousins From The West

Sugestão de: Eduardo Schmitt
Ouça você também:

Alexandre: Monocórdico em boa parte do trabalho, com um vocal sem muito atrativo e instrumental próximo do básico, baseado em riffs até interessantes, mas manjados. Não é algo a se desprezar, mas também não acrescentou muita coisa. Quando o ritmo é mais cadenciado fica claro que Black Sabbath foi um só e pronto. Eu vou arriscar em caracterizar o que ouvi aqui em uma mescla de algo próximo a um som voltado para o doom em algumas faixas, mas nos outros momentos torna-se puxado para o country, o que, no meu entender, tornou-se uma mistura meio estranha. O vocal não combina muito com esse estilo southern, tem mais referências para uma pegada voltada para o doom e não me agrada, ainda que eu não possa considerá-lo ruim. Na linha do country, mesmo com as questões citadas acerca do vocal, me soou mais palatável. Assim eu usaria mais slide e menos fuzz nas guitarras, acentuando uma escolha mais country e se afastando do estilo lento e modorrento que os momentos com busca de sonoridade doom apresenta. Seria de uma audição bem mais agradável. “Let A Poor Man Be” vai nessa linha e foi a que mais me saltou aos ouvidos.

Eduardo: Banda de Stoner metal americana, apresenta nesse álbum canções com andamento um pouco mais acelerados do que o esperado para o estilo. Chama a atenção a opção por níveis de distorção menos fortes, também destoando do esperado para o estilo. O vocalista, ainda que tenha um timbre interessante, carece de maior alcance vocal nas notas mais agudas. Há produção sonora tende a sons mais abafados. Como curiosidade, há um cover nesta bolacha – “Algo Há Cambiado” composto por um componente da banda argentina Pappo’s Blues.

José Paulo: Ainda não conhecia a banda e acredito que nunca tinha ouvido nada até então. Nos primeiro 10 segundos de música já tive um pressentimento que ouvir o disco não seria uma tarefa fácil. A primeira “Motherless Child” ainda passou mais ou menos bem, apesar do Rock Alternativo tipicamente americano, uma levada meio Bluesy salva a música e o nossos ouvidos. Porém, após a segunda faixa, a situação foi ficando complicada. Neil Fallon, o vocalista que também maltrata a guitarra, mesmo tendo uma voz forte, tem um estilo de cantar que seria a mistura de um Eddie Vedder com a expressão vocal de um Jimi Hendrix, nada poderia ser mais monótono e sem graça. Então comecei a me sentir como se estivesse em uma colação de grau de um parente, não podemos ir embora antes do final e ficamos pensando a cada nome que é chamado, no caso cada música que se inicia: “será que ainda falta muito para terminar?”. “Stuck Down” é chata demais, a faixa seguinte é entediante, a outra lembra as duas anteriores e assim o disco vai se arrastando. Resultado: onze músicas, quase 50 minutos de puro tédio e uma conclusão: uma música de 5 minutos ainda dá pra ouvir, um disco inteiro desse tal de Clutch é missão impossível!

Kelsei: Uma banda veterana no Novidades! Mais velhos que o tetra campeonato mundial brasileiro e eu nunca tinha ouvido falar desses americanos. Dá para imaginar a quantidade de bandas “antigas” que não chegam por esses lados da América?! A principal coisa que esse álbum me prendeu foi algo na voz desse vocal, de nome Neil Fallon. É um timbre sujo, rouco, mas que não soa cópia de nada com “sujo” e/ou “rouco” que eu conseguisse uma referência clara. A guitarra, também suja e bem distorcida, encaixa perfeitamente na voz desse cara. Uma atmosfera setentista e usos cavalares de pentatônica nos riffs (não me recordo de ter ouvido um solo ou, se teve, devo tê-lo rotulado de “fraseado”). Eu não consegui ter uma opinião formada, do tipo “cara, vai lá e ouve sem medo”. Acho que você precisa ir com um pouco de medo para ver se o som é para você. Eu estou no muro, devido ao timbre do vocal. Porque se o cara cantasse mal, aí eu não recomendava, porque o instrumental não tem nada demais – as músicas se parecem umas com as outras.


Outloud – We’ll Rock You To Hell And Back Again

Sugestão de: José Paulo, o JP – “A” Enciclopédia
Ouça você também:

Alexandre: Hard rock sem muitas novidades, mas bastante competente. O início do álbum (até mais ou menos o meio) vai bem. O problema é que, apesar de não ser um álbum longo (cerca de 44 minutos), ele acaba perdendo um pouco de fôlego no trecho intermediário e em especial na extremamente melosa balada “Lovesign”, que passa dos 4 minutos na pura e desnecessária xaropada em doses cavalares. Destacam-se durante o trabalho um ótimo vocal na linha do Michael Sweet (do Strypper), super talentoso e talvez um pouco menos exagerado. Destaco as faixas “We Run” e “Tonite”,  que traz aquela introdução de piano martelado tão comum no AOR do Journey e que também tem um exemplo especialmente claro na faixa “Runaway”, do Bon Jovi. Não há um bom hard sem uma boa guitarra, e os donos das seis cordas, Bob Katsionis e Tony Kash fazem um excelente papel. “Search For Truth” tem um belo e pegajoso riff do refrão e um ótimo solo. Combinação matadora que me faz indicá-la como a melhor do álbum, um degrau acima das outras duas acima mencionadas. Destaco também a faixa final, que traz o nome da banda e é uma senhora cacetada, em muito graças ao baterista Mark Cross. Em resumo, esse Outloud não mudou minha maneira de enxergar a vida, mas serviu de uma boa diversão sem qualquer pretensão adicional. Se você não está cansado dos jargões comuns do estilo, vai fundo, pois isso aqui é indicado pra aqueles que não tem problemas em curtir um hard não tão original mais muito bem-feito. Tudo no seu lugar certinho. Shout it!

Eduardo: Banda criada pelo guitarrista e tecladista grego Bob Katsionis, os primeiros acordes desta bolacha remetem, como um torpedo imparável, à sonoridade do Rainbow no tempo do Joe Lynn Turner. A estrutura dos riffs é muito blackmoriana, ultrapassando os limites da inspiração e homenagem. Ainda que a balada “Lovesigh” seja marcadamente genérica, com seus dedilhados na estrofe e coros melados no refrão, é um veículo para a voz do vocalista Chandler Mogel. Com exceção das baladas, a banda apresenta um trabalho energético, caprichando nos andamentos acelerados. No entanto, a presença excessiva de teclados compromete o resultado de algumas musicas. Em resumo: serve pra divertir, mas não muito mais do que isso.

José Paulo: O Outloud é liderado pelo guitarrista/tecladista Bob Katsionis, que deixa de ser apenas um coadjuvante no Firewind (grupo do conceituado guitarrista Gus G.), onde era apenas o tecladista, para tentar o protagonismo em sua própria banda empunhando a guitarra. O primeiro disco do grupo grego segue aquele típico Hard/Heavy dos anos 80’s, onde até a capa e o título do álbum já denunciam o estilo musical adotado. Com exceção do baterista Mark Cross, que já tocou em grupos como Helloween, Metalium, Scorpions, At Vance e muitos outros, o restante dos músicos são pouco conhecidos no cenário mundial da música pesada. “What I Need” que abre o disco é aquele “Hardão quebra pedra” americano dos anos 80, com um riff simples e uma bateria bem acelerada, tem uns vocais meio estranhos na ponte antes do refrão, mas que não chega a estragar a música. Também nessa mesma pegada, só que mais heavy, é a faixa que encerra o disco, simplesmente intitulada de “OutLoud!”, me lembrando até os primeiros registros do Vicious Rumors ou Racer X, só para citar alguns exemplos. O hit do disco, “We Run”, tem uma ótima melodia vocal e refrão muito certeiro, estranhei a falta de solo de guitarra, e o teclado de fundo incomoda um pouco. Por falar em teclado, é ele que dá as cartas em “Tonite”. Sabe aquele característico hard/AOR Glam americano?! Aqui no Brasil poderia tranquilamente ser trilha sonora daquela propaganda de cigarros do início dos anos 80. O disco todo segue bem nessa toada… temos balada clichê na linha do Scorpions, ah… se você quer balada acústica? Também temos, por sinal a faixa mais chata. O resultado é um trabalho coeso no que o Outloud se propõe a fazer: músicas agradáveis, solos econômicos (mas certeiros) e riffs interessantes. O vocalista Chandler Mogel não é nenhum Geoff Tate, mas cumpre bem seu papel. Se o que ouvimos aqui não tem nada de inovador ou extraordinário, por outro lado, para quem gosta daquelas bandas americanas oitentistas, que estão praticamente extintas hoje em dia, o Outloud pode até ser um bom passatempo.

Kelsei: Lembram do político Levir Fidélix (RIP), famoso pela proposta de criação de um aero-trem na cidade de São Paulo, que sofre com problemas de congestionamento desde muito antes de eu nascer?! Teve um debate em TV para a prefeitura de São Paulo, sei lá eu de que ano (mas eu estava assistindo) que sorteavam o candidato e o tema. Pois bem, sortearam ele e a pergunta, que era algo como “Quais são suas opções para melhorar o trânsito de São Paulo sem as soluções padrões de aumentar frota de ônibus e melhoria na condição dos taxistas?”. A plateia, ao vivo, riu. Eu, frente à TV, ri! O Levir teve que se segurar para não rir e a primeira coisa que ele disse foi algo como “Não adianta, eu chuto a bola para fora de campo e devolvem a bola para mim!”. E o que isso tem a ver com esse álbum do Outloud? Porque eu vou acabar dando uma de Levir Fidélix! Eu acho que eu vou criar uma resenha padrão que eu possa usar nas próximas indicações de álbuns de Hard Rock que façam a mesmíssima santa coisa que trocentas outras bandas já fizeram, sempre tudo igual! Bem tocado? Sim, mas tudo igual, sem nenhum tipo de renovação ou inovação no som! Eu prefiro ouvir algo novo, que seja torturante, do que Hard Rock com o carimbo “Atenção! Esse álbum contém doses cavalares dos anos 80, já tocado quase que igual por muitas outras bandas da mesma época”. Socorro! Preciso de um bumbo duplo em 180 bpm!


Vivendo Do Ócio – Nem Sempre Tão Normal

Sugestão de: Kelsei
Ouça você também:

Alexandre: Pelo amor dos meus filhinhos!!!!!! Pára o mundo que eu quero descer! Bem, quê que vou dizer aqui? Primeiro, eu não sei quem indicou isso, mas vou começar pedindo desculpas pela minha intransigência. E aí vai ela com toda a sua propriedade: o que eu avaliei desse treco é algo que assemelha a uma mistura para lá de indesejável dos Los Hermanos e Strokes, com cara de irmão sem violão do Vanguart, em especial por esse vocal horroroso e com essas métricas do encaixe das letras, longe de algo tolerável para mim. Frases “geniais” como “roubar o meu blue label foi pior que uma punhalada no peito” … francamente, isso não é licença poética, isso é … desculpa, não dá nem para escrever o que isso é. Vamos voltar ao instrumental. Então… Aí o problema deve ser eu. Isso porque o som de guitarra me lembra a primeira Gianninni que eu tive. Era o pior modelo da fábrica naquela época. E o som aqui parece muito com aquele que eu produzia ligando a Gianninni de baixíssimo custo no meu sonzinho CCE 3×1. Foi uma torturante experiência sofrer nessas 14 canções intermináveis que duram pouco mais de 2 minutos em média, mas que pareciam um pesadelo em longa-metragem. Fujam disso…

Eduardo: Essa banda, formada em Salvador, apresenta nesse álbum uma sonoridade por rock com uma pitada de rock independente. O trabalho é bem feito, tá tudo no seu lugar, ainda que o “production value” esteja faltando, no quesito polimento da sonoridade, e talvez isso seja proposital. Mas, para os meus ouvidos, as composições são um tanto genéricas, sem uma marca mais definitiva. Para mim não pega.

José Paulo: Quando começou a primeira música “Terra Virar Mente” achei que era aquela banda que todo munda fala, o tal de Restart, o link deve estar trocado ou um vírus, algo parecido. Isso aí deve ser um disco do Restart, não é possível! Ainda pensei: “o Kelsei deve ter enviado isso errado, esse Vivendo do Ócio, deve ser alguma coisa do trabalho que ele e o Rolf estão compartilhando”. Pensando melhor, talvez seja bem mais o estilo de som que o Rolf gosta de ouvir, deve ser coisa deles isso aí. Pior é que também não tenho nada para escrever aqui além de que para mim, são 14 músicas de pura tortura musical. Meu Deus, tem uma tal de “Fora, Mônica” … que é isso?!?! O pior de tudo foi ter que ouvir isso até o final. Mais uma vez eu penso: “deve ser coisa do trabalho deles, essa Mônica deve ser a CEO”. Eu não sei o que se passou no ano de 2009… talvez seja culpa da crise imobiliária americana que contagiou o mundo, foram tempos difíceis e sombrios, mas uma coisa tenho absoluta certeza, foi muito mais difícil ainda ter que escutar isso aqui.

Kelsei: Quando esses caras surgiram, foram muito patrocinados pela MTV, principalmente com o videoclipe de “Fora, Mônica”. Era um bando de moleques que sabiam fazer alguns acordes com pestana. Me dava ânsia (e boa parte disso era o meu preconceito musical, principalmente à emissora e por haver, na época, bandas como Restart e B5 dominando o cenário do rock pop nacional). Aí um belo dia estava vendo alguns vídeos aleatórios do Ao Vivo Showlivre e me deparei que esses moleques continuavam na ativa. Aí que fui ver que os caras eram Baianos. A terra do Axé estava tentando criar Rock, com influências de The Strokes e Arctic Monkeys, sem deixar as bases do Rolling Stones de lado. E tudo o que eu conhecia era o vídeo da MTV. Fui atrás do debut e resolvi indicá-los, como um pedido de desculpas junto a outras tantas bandas nordestinas que ignoro por premissas estúpidas. Vivendo do Ócio é um álbum adolescente, feito para adolescentes (você não vai ver marmanjos cantando letras como “Terrar Virar Mente” ou “Oh, Não!”), mas que cresceram tentando fazer o “bom e velho rock’n’roll”. E conseguiram! Afinal, estão aí até hoje. E fazer Rock na terra do Jorge Amado é para respeitar! Ano que vem vou trazer mais Nordeste por aqui, mas longe desse estilo, que não é a minha praia.


Wolf – Ravenous

Sugestão de: Alexandre B-Side
Ouça você também:

Alexandre: Competente no heavy metal tradicional, essa banda que entrou na prorrogação desse jogo (substituindo outra indicação que estava fora dos critérios da série) é uma agradável surpresa, para mim a melhor dessa lista de 2009. Um ótimo vocal que se situa entre o Accept (principalmente o Mark Tornillo) e o Judas Priest, guitarras super afiadas, com bastante espaço pra dobras e muito bom gosto nas escolhas e cozinha bem azeitada. Wolf é um bom nome para quem quer conhecer bandas dentro do estilo e que estão fora do mainstream.  A faixa rápida de abertura (não coincidentemente intitulada “Speed On”) já traz todos os elementos característicos do estilo dispostos de forma bem ajustados e é um senhor cartão de visitas. Outras canções aceleradas se mostram em um muito bom nível (como “Mr Twisted” – um baita riff e ótimo trabalho do batera); mas as faixas cadenciadas, como “Voodoo” e “Secrets We Keep” foram as que mais me chamaram a atenção, com mais espaço para o trabalho das harmonias instrumentais, onde a banda se mostra muito à vontade. E vale à pena atravessar o álbum todo para ouvir a faixa que encerra o trabalho, onde há uma alternância de climas e, novamente, bom espaço para o instrumental sobressair. Ainda que não haja qualquer novidade dentro do gênero, tá aí uma ótima opção de banda desconhecida que eu vou buscar entender melhor dentro de sua discografia.

Eduardo: Esta bolacha começa com uma aula magna de Power Metal. Por vezes, especialmente em função dos vocais, a banda lembra, de alguma forma, Mercyful Fate. As linhas de guitarras são excelentes, e a cozinha coesa, sem ter se destacado demais. Um rápido ponto fraco é a música “Blood Angel”, com umas cordas acústicas que não funcionaram pra mim.

José Paulo: O som dessa banda sueca é o que atualmente chamamos de New Wave Of Traditional Heavy Metal. Esse nome não poderia ser mais apropriado para descrever tudo que escutamos em Ravenous. É logico que durante a audição do disco, a cada nova música, aquele irresistível pensamento “já ouvi isso em algum lugar antes” percorre nossa mente. A primeira, “Speed On”, é Judas Priest puro e poderia tranquilamente estar no lado B de um PainKiller, por exemplo. “Curse of Salen” me lembrou imediatamente o Jag Panzer e é uma das minhas preferidas. “Voodoo” volta ao estilo do Judas, porém da fase Defenders of the Faith até o refrão, que nos faz lembrar imediatamente do Mercyful Fate. E o disco vai seguindo nesta toada, às vezes lembrando Judas Priest, às vezes Iron Maiden, às vezes Mercyful Fate, às vezes Titan Force, mais Judas Priest e mais Iron Maiden… A faixa título, por exemplo, tem um verso que lembra muito, mas muito “Where Eagles Dare” do Piece of Mind. Aí eu me pergunto: É um grupo original? NÃO. É clichê? SIMMMM, muito! É ruim? De forma nenhuma!!! Como um entusiasta do Heavy Metal dos anos 80 Ravenous me agrada demais! Até me arriscaria a dizer: se você que está lendo isso aqui não gosta deste disco é porque você não gosta de Heavy Metal, pois o que ouvimos em Ravenous é simplesmente a essência do estilo! Para terminar não posso deixar de fazer um agradecimento: Alexandre, obrigado por trocar a sua indicação original por essa maravilha!

Kelsei: Os suecos do Wolf fazem um Heavy Metal bem pesado, com destaque muito especial às guitarras: peso, chuvarada de riffs muito legais, frases com intervalos de terça (amo!!!!) e solos rápidos e excelentes. Claramente bandas como Iron Maiden, Judas Priest, Mercyful Fate e Hammerfall foram influências claríssimas para esses suecos. Pois essas mesmas bandas referências deveriam ouvir esse álbum para ver se reaprendem o que é bom em seus sons! Ravenous é sensacional do início ao fim: nenhuma música deixa de te prender à atenção. B-side achou uma banda de Heavy Metal veloz e precisa dentro de um país que toma Power Metal no café da manhã. Golaço no ângulo essa indicação!


A partir do próximo episódio da série, a coisa tende a ficar mais difícil para essas nobres almas que resenham os álbuns, pois estamos agora entrando na parte que dependemos de gerações bisnetas das bandas que criaram os gêneros que amamos. Respiremos fundo!

Se você deseja resenhar, nos avise. Deixe nos comentários. Só não vale dar balão que nem o Rolf…rs

Beijo nas crianças!
Kelsei



Categorias:Artistas, Resenhas

1 resposta

  1. Bem, antes de tudo é um prazer trocar ideias com essa turma. Como eu gosto de ler as impressões dos amigos aí em cima, concordando ou não…
    Só isso ja vale a série.
    Mas tem muito mais….
    Raramente, falo por mim, tenho encontrado novidades. Ainda assim, encontro um ou outro :mais do mesmo” que conseguem ultrapassar a linha da simplea competência. Sao raros? Sim, são. Ainda assim, “paga” cachê com sobras. E alem disso, temos esses comentários tao sensacionais quanto voluntariosos.. outro fator pra considerar a tarefa pra lá de compensadora.
    E por ultimo, mas nunca menos importante e principalmente neste capitulo, impagáveis mesmo são os comentários do Kelsei.
    Melhor que isso, só ler suas linhas mostrando que achava que teria a participação do Rolf aqui.
    Se nem no melhor album dessa série ele participou, restou alguma duvida,daqui em diante, do que irá ou iria acontecer?
    Restam as risadas…
    Sensacional!

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