Meu ouvido parou de zunir na quarta-feira, três dias após a apresentação do Hammerfall e Helloween no Espaço Unimed. Mal deu tempo de uma recuperação e na sexta-feira lá estava eu de novo no mesmo bat-local para ver os finlandeses do Nightwish, banda que acompanho há mais de 20 anos. E mesmo assim eu estava bem ansioso, pois não tive a oportunidade de presenciá-los com a vocalista Floor Jansen, que já tinha visto com o extinto After Forever.
Por sorte ainda havia ingressos disponíveis em 2022, pois esse foi um daqueles show que foram postergados devido à pandemia. Se a turnê Human II Nature fosse na data original, eu teria perdido mais uma chance de ver a banda com a Floor.
Como eu moro do lado do local do show, cheguei faltando 10 minutos para a entrada da banda de abertura. O lugar estava abarrotado (os números oficiais comunicaram 8000 pessoas no dia do evento) e, como eu só consegui ingresso de pista comum, me coube a dolorosa missão de tentar encontar um bom lugar.
Mas falhei miseravelmente. Durante a banda de abertura e a atração principal eu vim e fui para todos os cantos do espaço Unimed. Fazia muito tempo que não via um show de pista comum e fiquei realmente abismado com a quantidade de celulares em riste. Quem fica atrás é impossível de ver algo sem uma boa “briga”. Minhas fotos não ficaram boas, nem meu vídeo (eu fiz um só e desencanei), por isso nem fiquei insistindo nessa parte fotográfica dado que muitas outras pessoas que estavam na Pista Premium postaram coisas melhores no Youtube.
Banda de Abertura – Beast in Black
Senhor Sagrado e toda sua Glória aos Céus, que banda horrorosa!!! Me desculpem os fãs, mas aquilo não dá. Me entra um quinteto vocal / cozinha / duas guitarras e o que eu ouço são vários instrumentos pré-gravados! Tinha frase de teclado como riff principal! Teclado pré-gravado em várias músicas! E não tinha tecladista! Backing vocal pré-gravado (o baixista chegava no microfone e se ouvia ao menos três vozes, como um coro)! Vocalista principal pré-gravado (quando ele dava um agudo, dava para ouvir a voz dele gravada em tom mais baixo para ficar de suporte)!
Usei os sessenta minutos de apresentação para ficar zanzando na pista e ver se achava algum local mais fácil de ver a apresentação principal (e, como já disse mais acima, sem sucesso). Só tirei algumas fotos porque o vocalista falou muito bem do país.
Atração principal – Nightwish
O som estava bem montado, mas, para o meu gosto musical, todos os instrumentos poderiam estar em maior volume. O setlist foi calcado em todas as fases da banda, mas as músicas da “era Tarja” estavam mais voltadas aos últimos trabalhos. Álbuns de metal melódico farofa como Oceanborn e Wishmaster, que eu amo, não foram protagonizados, o que até era de se esperar.
A apresentação me surpreendeu, tanto para o bem como para o mal. A cozinha deixou a desejar em termos de imposição no palco. Os ex-integrantes Hietala e Jukka eram mais legais de ver ao vivo, pois eles passavam uma energia mais contagiante. O baterista “novo” (ele está na banda faz tempo, mas eu não me acostumei com ele ainda) tocou tudo certinho, mas muito concentrado, muito mecânico, sem interação com o público.
O Emppu, guitarrista, também estava bem comportado. Já vi o cara mamado de breja no extinto Via Funchal aqui em Sampa e dessa vez não vi o cara dar um pulo no palco. Acho que o Tuomas, tecladista e líder do grupo, deve ter descido um sarrafo em todo mundo desde os perrengues que ele passou com a ex vocalista, a Anette Olzon. Mas é palpite meu, não venho acompanhando a Ti-Ti-Ti do metal já tem um tempo…
Agora, meu amigo, o que é a Floor ao vivo?!?! A Alemã colocou todo mundo no bolso! As músicas da Tarja ficaram sensacionais! O que essa mulher fez em Sleeping Sun foi inacreditável! Até em músicas como Ever Dream, que o ex-baixista Marko Hietala fazia um pequeno backing vocal no refrão, ela que fez a linha vocal dele. As músicas da Anette então nem tem como comentar – é querer comparar o Barcelona com o Vasco da Gama…
No final, saí com saldo positivo. Como eu estava no fundo, na saída, consegui pegar um DVD da banda que estava sendo distribuído de cortesia (o Live in Buenos Aires). Eu pensei que era algum CD de banda autoral fazendo uma promoção e me surpreendi com o DVD. Não sei quantos brindes havia, porque peguei meu DVD e piquei a mula, já que estava sozinho e cansado de ficar em pé (a apresentação terminou perto da meia-noite e meia, o que, para mim, velho que sou, já está até demais).
Resenha bônus – Hanson (sábado, 15 de Outubro no Espaço Unimed)
Fiquei com tanta raiva da Beast in Black e seus instrumentos pré-gravados que estou criando esse pedacinho adicional de texto para contar que fui com a minha mulher no Hanson, um dia depois, sábado, dia 15 de Outubro. Sim, aqueles garotinhos que tocavam na MTV mesmo!
Eu, como muitas pessoas, sempre que ouvimos falar de Hanson imaginamos os garotos adolescentes tocando mmmBop da rádio, mas para mim, que não acompanha a banda, fui muito surpreendido. O som estava muito bom (mais alto que o Nightwish, inclusive!!!) e, mesmo sendo execuções mais acessíveis e simples, é tudo muito bem tocado, sem som pré-gravado e sem ter que esconder músico de apoio (antes a Beast in Black tivesse um tecladista escondido). O trio de irmãos, Isaac, Taylor e Zac subiu com outros dois músicos para um set muito variado.
E se você está feliz tocando seu violão no seu sofá, saiba que os moleques, já entre trinta e quarenta anos, são tão multi-instrumentistas quanto o Rolf. Violão, guitarra, teclado, piano, bateria, gaita, percussão, os caras tocaram tudo! E ainda por cima cantam bem afinados!
Eu só conhecia os hits de rádio (e pelo refrão), então eu filmava quando a minha mulher falava “filma essa, vai” ou então quando me dava na telha pegar uma música esporádica. Outra coisa legal, que falta em muita banda, é variar o setlist. Nenhum set dos caras no Brasil seguiu uma ordem determinada, o que é muito mais divertido para o efeito suspense.
Beast in Black, vê se aprende!
Beijo nas crianças!
Kelsei
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Kelsei, excelentepost!
Muito obrigado pela referência. Os meninos do Hanson devem mandar muito bem
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