Bom, sente-se que lá vem história…

O famigerado – e nem está no post em questão. O desejado. O raro, raríssimo, limitadíssimo, imitadíssimo. Aquele que tem zilhares de versões alternativas. O caro para #$#$#$@. Aquele que tem milhares de curiosidades e histórias já contadas no Minuto HM aqui e aqui. The one and only “The Soundhouse Tapes”, dos desconhecidos do Iron Maiden que tocaram no Ruskin Arms, Cart & Horses e outros pubs do underground da zona leste londrina na segunda metade da década de 1970…

Bom, se pensarmos na ORIGEM da culpa, podemos atribuir a dois fatos – o primeiro, deste que vos escreve ter nascido louco e o segundo, o Remote, que me ajudou a (re)iniciar minha coleção de discos há cerca de 4 anos atrás… e aí, temos também o fato de existir o maldito fantástico Discogs, a “Disney do marketplaces da música” e “onde todos os sonhos são possíveis de serem realizados” – e este post é mais uma prova disso.

Apesar de já conhecer o Discogs há alguns anos, foi só em 2020, no auge da pandemia, que resolvi criar minha conta lá. E o que fiz, de imediato? Lá fui eu colocar no wishlist, de cara, o EP aqui em questão. Raríssimo de achar disponível, mas sempre há um ou outro aparecendo por lá. Os preços são exorbitantes e surreais, mas como bem disse o Kelsei, não se trata de um álbum / disco / EP, “é um pedaço da história”. Sim, um item de museu.

Ao longo destes anos, apareceram algumas opções, inclusive alguns “espertinhos” vendendo cópias falsas, e outros que não tinham maldade, mas não conheciam todos os detalhes de como reconhecer o original. Lembro que cheguei a avançar em uma conversa com um deles, e o vendedor corretamente removeu o item após ter entendido que se tratava de uma cópia não original.

Eis que no início de 04/junho/2023, entra um de um vendedor da Inglaterra, muito bem avaliado. Deixo o link da página dele aqui, afinal, nada melhor que se trabalhar com alguém que é honesto e merece. Para minha surpresa e estranheza inicial, o preço do item dele anunciado estava menos da metade do que se vê normalmente, e com opção de enviar uma oferta. Mas as fotos estava legais, a descrição parecia bastante coerente, então o busquei por mensagens, pedindo mais informações e fotos. Prontamente, ele respondeu com as maravilhas de fotos que deixo abaixo, informando, de maneira correta, para eu ter atenção que:

• Há um selo na capa que ele nunca quis tirar
• O fundo na capa estava aberto (sinal do tempo), e que há risco de abrir ainda mais e o álbum “escorregar” por ali
• O EP em si tinha sinais superficiais de agulha, mas que tocava sem problemas e, ainda,
• Que ele tinha feito avaliação com dois especialistas confirmando a originalidade do item.

O que eu fiz? Primeiro, abri um sorriso. Segundo, mandei aos verdadeiros amigos especialistas em Iron Maiden: os senhores José Paulo, o único também que conhecia no país proprietário de um deles (JP, “é nóis” e no máximo outros 4.998 proprietários no mundo) e Kelsei. O JP, gentilmente, confirmou a originalidade caso as fotos, claro, também fossem verdadeiras, idem Kelsei.

Papo foi, papo veio, e 13 dias depois, reduzindo cerca de 6% do preço, fiz a oferta ao vendedor, que prontamente o aceitou. Aqui fica a dica para quem também se aventurar: compre sempre pelo Discogs com PayPal, que oferece seguro ao comprador. E assim o fiz. Veio então a discussão de como enviar, o seguro que o vendedor queria fazer (o que me ajudou a ter ainda mais confiança na delicada transação). Mais conversas e alinhamentos, e a confiança e boa relação com o Sean foi crescendo.

Pagamento realizado – e, sim, apesar do preço menor, nunca imaginei me comprando um item que deveria estar no Louvre, Prado, ou melhor, no lindíssimo British Museum, e 2-3 dias depois, o tracking number estava em mãos. Cerca de uma semana depois, o item chegou em Curitiba e depois de cerca de 10 dias, o “bichão” estava em em sua nova casa, onde pretendo que permaneça até levá-lo ao túmulo abraçado :-).

Ligações de agradecimentos feitos ao JP e Kelsei, demorei ainda alguns dias para executá-lo. Enquanto isso, peguei um EP da Madonna que recebi de brinde em uma das compras internacionais também no Discogs, e fui até a vidraçaria para pensar em como uma peça de museu seria exposta. O rapaz me deu boas ideias que ainda porei em prática. De momento, fiz uma base em acrílico com uma tampa de fundo falso para facilitar o acesso ao álbum e, assim, expor o dito-cujo no espaço que tenho em casa para ouvir um som. A ideia futuro é fazer uma base em madeira, uma plaquinha em metal no padrão memorabilia de itens do Hard Rock Cafe e uma tampa em vidro, iluminado por pequenos “holofotes” em led sem que arrisque prejudicar a capa e principalmente o álbum… mas, enquanto isso, deixo as fotos do álbum já em casa e com o “display” feito, e uma foto da conversa na loja de acrílico…

Bom, falei, falei, mas que tal agora partirmos para a audição? Nada melhor do que sentar-se abrir um bom vinho, whisky, cerveja, leite morno com canela, água da torneira, o que você quiser: ladies & gents, assim começava a trajetória deste ícone do heavy metal mundial:

Up The Irons! Maiden rules!

[ ] ‘s,

Eduardo.

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