Partiu Espaço!
No capítulo anterior (que você poder ler aqui), vimos mais um álbum da banda seguindo as mesmas formas apáticas enquanto sexteto, com frases progressivas, introduções longas e falta de melodias cativantes nas cordas. Enquanto os fãs das novas gerações idolatravam cada vez mais o Iron Maiden, os velhos fãs já estavam sem esperanças. A expectativa para um novo álbum já não era dada como um atrativo ao pessoal da “velha guarda”. O décimo quinto álbum da Donzela já trazia, antes de seu lançamento, as mesmas projeções e mesmices musicais. Será?!
Singles de Final Frontier
Sim, você até pode falar que The Final Frontier não teve singles, já que as faixas disponibilizadas antes do álbum foram promocionais, apenas, no que tange as mídias físicas (foram CDs criados para distribuição local somente, com as faixas podendo ser adquiridas gratuitamente via download). Hoje em dia achá-los é garantia de gastar uma boa quantia de dinheiro. Mesmo assim, desobedecendo o seu rancor por não ter os CDs, já que eles não foram vendidos, eles são sim chamados de singles.
As capas dos três singles foram feitas pelo artista Anthony Dry, que trabalhou em muita coisa do Doctor Who, que é muito conhecido da Inglaterra (a Tardis, inclusive, está na capa do Somewhere In Time). Todas as artes foram baseadas nos gibis de ficção científica de 1950. Eu achei uma bela sacada.
El Dorado
Lançado em 8 de Junho de 2010, vinha com versões em CD e Vinil contendo somente a mesma faixa colocada no álbum de estúdio. E como o Steve Harris sempre teve um pezinho no progressivo britânico, no excerto da letra da canção que estampa a capa, você lê “I’m a Jester with no tears…”, que é uma pequena homenagem aos britânicos do Marillion, que possuem o álbum Script For A Jester’s Tear.

The Final Frontier
Lançado em 13 de Julho de 2010, esse promocional teve também versão em CD e LP. Além da faixa que está no álbum, o single também vem com o vídeo clipe (no caso do CD, obviamente), que é crucial para entendermos a capa do próprio álbum (e que comentaremos no faixa a faixa).

Coming Home
Para encerrar o trio de quadrinhos, lançado após o álbum Final Frontier, em 27 de Outubro de 2010, temos Coming Home. O mais raro dos promocionais vem com a faixa na versão original do álbum e uma versão radio edit (que, para mim, é uma das maiores bobagens que já criaram, ainda mais para uma música pequena como essa):
Esse single tem duas capas, sendo que na Inglaterra continuamos com a ideia original de quadrinhos (e, se você foi observador, viu um avião voando nos céus alienígenas). A outra versão é um excerto da arte de The Final Frontier – essa capa foi lançada em outros países da Europa e nos Estados Unidos.

The Final Frontier (2010)Coisas que ninguém presta atenção Ficha Técnica:
- Produção e Mixagem: Kevin Shirley
- Co-Produção: Steve Harris
- Masterização: Jared Kvitka
- Gravado no Compass Point Studios, nas Bahamas
- Fotos: John McMurtrie
Confesso: quando The Final Frontier, décimo quinto álbum de estúdio da Donzela foi lançado em 16 de Agosto de 2010, li resenhas antes de ouvir o álbum. Foi a primeira vez que fiz isso. Lembro-me claramente de ir ao site de fofocas famoso Whiplash e também na falecida rede social Orkut, nas comunidades dos fãs. Nessa última, um comentário me deu aquela luz no fim do túnel. Era algo como “Podem ouvir sem medo. Eu também estava sem esperanças, mas tá muito melhor do que eu esperava”.
E aqui entra uma equação matemática que uso para tudo na vida: Satisfação = Qualidade – Expectativa. Em resumo, por melhor ou pior que seja algo, a sua expectativa é o que vai, ao final das contas, dizer se você sairá com uma satisfação positiva ou negativa. Só por ler uma resenha do álbum antes do lançamento, estava óbvio que eu não tinha expectativa nenhuma sobre mais um lançamento do Iron Maiden. Como muitos, já previa a mesmice que estariam em suas faixas.
Acho que existe um somatório aqui, tanto da minha equação acima, como também dos músicos que souberam pegar as “sobras” de grandes momentos e misturarem-nas entre as dez faixas do álbum. Acho que até a nostalgia de gravar no mesmo estúdio da fase áurea, nas Bahamas, trouxe algo às composições. Nada é tão moroso, tão repetitivo dentro de cada tema e tão demorado (mesmo com uma alta proporção de canções longas, principalmente o “lado B” – que é do meio para o final). As guitarras voltaram a ter mais destaques em fraseados e o peso delas foi bem diminuído, se comparado ao A Matter Of Life And Death.
As letras não precisaram falar de política, religião ou História. No lugar, vieram contos e situações mais simples. Inclusive, as letras nesse álbum perderam um pouco a característica de interpretação – todas elas são diretas e simples de entender, como se você realmente estivesse acompanhando um capítulo de uma história (com ‘h’ minúsculo – ou seja, algo fantasioso). Isso é algo que, particularmente, me incomoda, mas não dá para se queixar que o simples, aqui, tomou uma forma bem coesa e entrega um produto final de qualidade.
Outro fator importante foi que a banda teve pouco tempo de composição e produção. O cronograma de confecção do álbum era agressivo e isso, aposto eu, contribuiu para que os anseios criativos do grupo não esperassem (isso deu margem para Gers e Harris não ficarem viajando na maionese e trabalharem em riffs mais diretos – os outros compositores principais, Bruce e Adrian, não sofrem tanto desse mal). Isso explica porque todas as músicas, sem exceção, te fazem lembrar de alguma outra música de álbuns passados, independente da era. The Final Frontier é uma mistura de fórmulas que deram certo, com poucos excertos inovadores. E não esqueçamos também que temos solos de guitarra bem infelizes aqui, os quais passaremos adiante.
Porém, quando comparamos o que The Final Frontier entrega, frente aos álbuns anteriores, não há muitas dúvidas! Até esse momento, ele é o melhor álbum da Donzela, enquanto sexteto.
Em 2010, a internet já estava bem mais robusta que no início da década. A banda resolveu, inclusive, lançar uma edição limitada do álbum junto com algumas fotos, wallpapers e um jogo, chamado Mission II: Rescue & Revenge. Nele, Nicko é raptado por alienígenas e Eddie pega sua nave para resgatá-lo (você controla a nave). Joguinho xexelento que você acompanha um pouco no vídeo abaixo, onde mostraram o conteúdo adicional limitado do álbum. Eu entendo muito de videogames e digo com propriedade que você jamais deve perder um único minuto da sua vida jogando alguma coisa que o Iron Maiden cria – nessa praia deles, sempre chove.
A capa de The Final Frontier foi novamente contribuição de Melvyn Grant. A ideia inicial não era fazer o Eddie, mas sim um alienígena, que começou mais bonitinho na ideia original (vide abaixo as transformações principais da estrutura facial do nosso personagem). Como Eddie sempre tem várias formas, a ideia de não o ter em uma capa não colou e, então, Eddie tomou uma forma alienígena (porém, em entrevistas, Melvyn sempre diz que o personagem da capa não é Eddie):

Na ilustração da capa, temos uma nave que foi explodida e Eddie está segurando um troço esquisito que, mais para frente, descobriremos ser uma espécie de chave. O ângulo dos braços dele é estranho – dá até a impressão que ele está prestes a acelerar uma moto. Note também que os esqueletos que estão nos escombros da nave não são humanos, pois eles também possuem a mesma estrutura óssea de Eddie, o que também soa estranho; afinal, porque eles precisariam de roupas de astronauta e Eddie não?! Seriam então realmente humanos com uma estrutura óssea mais avançada, similar à raça alienígena?! A resposta é “não”, pois no vídeo clipe de The Final Frontier temos um humano de carne e osso como assim nos conhecemos, o que prova que esses erros na capa não foram pensados junto ao todo desenvolvido com o vídeo clipe da faixa homônima. Tem também um símbolo do Eddie, em preto e branco, no painel à esquerda da nave, que é bem sem pé nem cabeça na capa.

Tracklist
- Satellite 15 … The Final Frontier (Smith / Harris) – 08:40
- El Dorado (Smith / Harris / Dickinson) – 06:49
- Mother Of Mercy (Smith / Harris) – 05:20
- Coming Home (Smith / Harris / Dickinson) – 05:52
- The Alchemist (Gers / Harris / Dickinson) – 04:29
- Isle Of Avalon (Smith / Harris) – 09:06
- Starblind (Smith / Harris / Dickinson) – 07:48
- The Talisman (Gers / Harris) – 09:03
- The Man Who Would Be King (Murray / Harris) – 08:28
- Where The Wild Wind Blows (Harris) – 10:59
No total, são mais de 76 minutos de música. Até então, The Final Frontier é o mais longo álbum do Iron Maiden. Steve Harris tem seu nome em todas as faixas, sendo que, exclusivamente, só assina a faixa de encerramento. Esse comportamento vem sendo melhorado desde a volta de Bruce e Adrian à banda e eu sempre bato nessa tecla – as composições deixaram de ser de “um homem só” e passaram a ser mais colaborativas. O general, entretanto, não deixou de ter em mente o que queria com cada álbum; longe disso – Steve continuou a acompanhar rigorosamente os passos de produção e pós-produção do disco.

Faixa a faixa
Assusta! Ao dar o play no álbum você se depara pensando um “mas que %@#$& é essa?!”. Os primeiros dois minutos e trinta segundos foram a coisa mais fora da curva que o Iron Maiden já criou em toda a sua história. E sim, eu digo “coisa”, e não “música”, pois tudo o que temos é um barulho sem nexo, até entrar a voz de Bruce Dickinson, com um efeito na voz que demonstra alguém longínquo e pedindo ajuda. Essa maluquice se arrasta, ultrapassando os quatro minutos da primeira faixa Satellite 15 … The Final Frontier. Ela foi produzida por Adrian Smith, que queria levar uma “ideia” gravada em fita ao Steve, que gostou tanto da demo que deixou ela assim mesmo no álbum, como você ouve. Ficou um negócio bem ficção científica, que complementa a ideia desses seriados de “perdidos no espaço”. Acompanhando a letra, percebemos que temos um astronauta em apuros, em uma missão espacial – algo deu errado e ele está prestes a ultrapassar um local sem volta – a fronteira final aqui é uma metáfora para sua morte. É o início da segunda canção dentro da mesma faixa, The Final Frontier, com um hard rock que continua a descrever os anseios e angustias desse astronauta. De forma resumida, a canção tem uma “base bem básica” e um solo legal. A primeira parte da canção (a “coisa”) foi usada de playback para iniciar os shows da banda, que entrava ao vivo com a segunda parte (a música). O clipe até que é legalzinho, com o astronauta em questão e Eddie, ambos perseguindo uma chave que ao final, destruiria o planeta Terra:
O estalar dos instrumentos no início da segunda faixa volta a nos dar a impressão que vai voltar a maluquice do início da faixa antecessora, mas logo ouvimos o galope do baixo seguido de um riff de guitarras com galope e dá até um alívio no peito, mesmo sendo uma frase previsível. Inclusive, El Dorado é toda previsível, mesmo quando você ouve a canção pela primeira vez. Mesmo assim, ela funciona com uma seleção de bons momentos que a banda criou e que deixou a marca registrada da Donzela nos anos oitenta, mesmo que em velocidades diferentes. Muito por isso que ela foi escolhida como single. A canção é uma metáfora para aquelas pessoas que buscam vida fácil e são enganadas por mal caráteres desonestos. El Dorado é como é conhecida a mística cidade indígena feita de ouro, o que foi um chamariz para muitos exploradores e aventureiros da Europa virem para a América no período de sua colonização. Com esse pano de fundo, bastou criar a narrativa, escrita por Bruce, onde temos um mercenário que quer atrair inocentes com a promessa de grandes ganhos financeiros, quando na verdade, estão com o destino certo de morte. Na minha visão, a crise da bolsa de valores de 2008 foi um grande chamariz para essa música ser lançada alguns anos depois, onde uma bolha financeira explodiu e fez com que muitas empresas fechassem as portas e muita gente perdesse dinheiro e empregos. Ah … e dentro da letra tem uma pitadinha de humor britânico; na frase I’m a clever banker’s face, with just a letter out of place – quando você troca o “b” pelo “w” em “banker”, tem-se “wanker”, uma gíria britânica para um cara que não vale nada e … bem … procure você em um dicionário.
Nossa terceira faixa, Mother Of Mercy, tem uma das harmonias mais legais do disco e, ao mesmo tempo, um dos refrãos mais chatos. Mas tirando o refrão, todo o resto é excelente. E aqui não temos nenhuma novidade na letra, voltando a falar de guerra. Temos um soldado questionando seus feitos e anseios, pedindo para que a morte, a mãe da piedade, leve-o. O final dessa música foi uma das melhores coisas que essa banda fez enquanto sexteto – um encerramento finalmente não previsível.
Quarta posição, a balada (mesmo com introdução progressiva). Coming Home, na minha opinião, está no local errado do disco. A quarta posição é muito cedo para uma balada, ainda mais quando o álbum possui somente uma. Quinta ou sexta faixa seria mais justo para ela. Mesmo assim, ela tem uma levadinha legal e um solo bem característico de Adrian Smith, explorando um tema que sempre é alvo de diversas bandas – o retorno para a casa.
The Alchemist é a canção mais curta e, arrisco dizer, uma das melhores do álbum. Enérgica, ela resgate tempos muito bons que a banda teve em décadas passadas, mesmo sem ter galope. Tanto a cozinha como as cordas estão muito bem distribuídas. Nicko faz um papel brilhante aqui! Tem um solo do Gers muito parecido com o Brave New World – inclusive toda a harmonia de guitarras tem receitas tiradas dela, mesmo essa aqui sendo bem mais acelerada. A letra está montada sobre o ponto de vista de um alquimista (que narra a canção), uma figura que explora diversos comportamentos das ciências e misticismos. Aqui termina a “primeira parte” do álbum.
A partir de agora, chames os adultos e as crianças. Façam uma rodinha com suas Troopers e refrigerantes, pois as historinhas irão começar. Se El Dorado abriu a porta, a partir de agora, cada música é um conto. Acho que se a segunda faixa não fosse single, ela estaria também nessa parte do álbum. Todas as canções passam a ser mais longas, cada uma focada em uma história diferente e literatulisadas (existe isso?).
Isle of Avalon, na sexta posição, é outro ponto bem alto. Não à toa, afinal, temos em certos momentos uma atmosfera roubada do Seventh Son Of A Seventh Son. Não tinha como dar errado. A letra é toda baseada no misticismo Celta que cerca a lenda de Avalon, uma ilha britânica que, de acordo com a lenda, tem o poder de trazer os mortos de volta à vida. É também o local onde a espada do rei Artur foi forjada (e onde o próprio rei volta para se curar de um ferimento mortal). Vá estudar a lenda e vá ler Rei Artur que é muito legal! Vai alguns incentivos da letra:
- The cauldron of the head of Annwyn laced with envy: esse cauldron é um dos tesouros da ilha, que estava em posso do rei Annwyn, que o rei Artur deveria tomar;
- Nineteen maidens, guardians of the Otherword: uma ilha com simbolismo paradisíaco, regida pela feiticeira Morgana que, juntamente com outras donzelas sacerdotisas, são responsáveis pela cura do rei Artur, quando viera do ‘Outro Mundo’;
A ilha é hoje representada pela região de Glastonbury – esse reconhecimento surgiu lá pelas bandas do ano de 1130 e é uma daquelas coisas que nunca iremos saber a verdade. Mas o local é bonito e vale uma visita.
Starblind tem uma pegada bem na vibe sci-fi que os singles trouxeram. Se você não presta atenção na letra, parece que está em uma historinha de gibi em uma guerra intergaláctica. Na verdade, a história por trás da canção é contada por alguém que está prestes a morrer (Take my eyes, the things I’ve seen in this world coming to an end) e revela que, assim como todos aqui, não teremos nossas almas eternizadas em um local criado por alguma religião (Religion’s cruel device is gone / Empty flesh and hollow bones make pacts of love but die alone), mas sim, viraremos poeira entre as estrelas. Em resumo, temos um ateu no seu leito de morte. Musicalmente, essa é uma das faixas que menos me acostumei até hoje – o som é meio futurista, as guitarras possuem efeitos demais e os solos são horrorosos. Mesmo assim, considero a quebra em 5:04 como uma das melhores criações que a banda fez no álbum todo e, inclusive, o teclado fez uma diferença positivo no fraseado que se segue, contribuindo para o ambiente futurista da canção.
E com uma introdução de violão, damos início à The Talisman, oitava faixa, agora com uma historinha narrada por um membro de uma tripulação antiga, que parte em busca de fortunas. A música é toda baseada na visão de uma tripulação que sai de sua terra e enfrenta diversos perigos mar adentro. O “marinheiro”, vamos assim dizer, tem junto dele um Talismã que ele acredita ser o responsável por guiar o navio e por todas as causas e consequências da viagem. Ao final, eles conseguem chegar em uma terra desconhecida, mas o narrador já está condenado à morte por uma doença (que provavelmente deve ser o escorbuto, que é o que matava quem não morria afogado ou de fome, mas aqui é palpite meu – a letra não dá nenhum indício disso). A letra é boba e a história contada é sem sal, mas a música é boa! Temos cavalgada e riffs potentes, mesmo com o primeiro solo sendo uma chatice sem tamanho. Bruce e Nicko roubam a cena, fácil fácil.
Penúltima faixa, outro grande destaque. The Man Who Would Be King tem progressivo na medida certa, sem soar “viajante”, com guitarras mais rock’n’roll, boas bases e bons fraseados das cordas. A canção fala sobre redenção, sobre buscar sua paz interior, na figura metafórica de um personagem que viria a ser rei, que vive atormentado pelo fato de matar alguém e agora busca encontrar uma maneira de fazer as pazes, seja com ele mesmo, seja com Deus ou com quem mais for necessário. Fato interessante é o uso do título da canção somente no final da letra, criando um novo ritmo para o encerramento e concluindo a história.
Encerramos o álbum com o parágrafo mais curto, já que o Presidente ganha os louros aqui com uma excelente análise detalhada de Where The Wild Wind Blows. Só para deixar a minha opinião, gosto dessa música – tem um andamento legal e tem frases “bonitinhas” – mas ela não é essa farofa toda.
E se por acaso você nuuunca ouviu Final Frontier, nunca é tarde:
Entre Junho de 2010 e Agosto de 2011 a banda deu sequência à turnê The Final Frontier World Tour, que passou pelo Brasil e teve um incidente no Rio de Janeiro, quando a grade se rompeu logo na abertura do show e a banda precisou postergar a apresentação para o dia seguinte. Todos os detalhes você lê aqui, vivenciados pelo Presidente, B-Side, Remote e Rolf.
O Eddie de palco teve oficialmente um mini-clipe da banda durante essa turnê, então isso me poupa ter que fazer uma montagem de fotos, o que é um belo ganho no WordPress atualmente:
Nessa turnê foi filmado o DVD En Vivo, em Santiago, no Chile. Apesar de um setlist fraco (sim, essa turnê teve um setlist muito fraco, mesmo com o encerramento de Running Free, me desculpem os xiitas) é muito legal ver os chilenos soltando os pulmões e cantando todas as músicas. Nós que também somos do Sul da América Latina sabemos muito bem o que é isso.

Setlist tocado na The Final Frontier World Tour
- Satellite 15 … The Final Frontier
- El Dorado
- 2 Minutes To Midnight
- The Talisman
- Coming Home
- The Wicker Man
- Dance Of Death
- The Trooper
- Blood Brothers
- Where The Wild Wind Blows
- The Evil That Men Do
- Fear Of The Dark
- Iron Maiden
- The Number Of The Beast
- Hallowed Be Thy Name
- Running Free
No próximo capítulo, a renovação da esperança (parece até título de Star Wars)!
Até mais! Beijo nas crianças!
Kelsei Biral
Categorias:Curiosidades, Discografias, Iron Maiden, Músicas, Resenhas
Mas um bom texto Kelsei.
Se me permite adicionar alguns pontos…
Sobre os jogos, antes do lançamento do Death On The Road, o Iron também lançou um jogo em flash em seu site, no estilo “Frogger”, onde vc controlava um fã da banda que ia até um show do Maiden.
Na época do A Matter, foi lançado um jogo bem tosco, onde vc atirava em soldados inimigos que saltavam de paraquedas.
Voltando ao Final Frontier.
Faltou mencionar que na turnê também foi usado um Boeing 757, assim como na Somewhere Back In Time, e a primeira parte da tour, tinha o setlist focado em material recente da banda, e para divulgação do álbum era tocada apenas El Dorado.
Dessa parte da tour sim eu veria vantagem em um disco ao vivo.
Final Frontier é um álbum que eu gostei muito desde seu lançamento, embora não esteja na minha lista de favoritos do Maiden.
CurtirCurtir
Com relação aos jogos, tem outros nessa leva. Lembro que o novo avião deles, na época, tinha vários vídeos no site onde Bruce mostrava o avião, que eram liberados se você passasse as fases de um jogo em flash feito na época, de uma nave. Eu liberei o primeiro vídeo, mas o jogo era tão chato (e ruim) que preferi não ter o trabalho para conseguir desbloquear os demais videos.
Quanto ao boing, eu acho que mencionei em um post passado que a banda usaria um avião próprio em todas as turnês futuras até então. Eu vou criar um apêndice só para falar sobre os aviões e suas customizações.
E quanto à turnê com os dois sets, você está certo. Esqueci de mencionar isso. Esses sets “melhorados” sempre ficam nos Estados Unidos e Europa, sempre para experimentação. A gente acaba sempre pegando o da “geral”.
Para mim, o Book of Souls bate o Final Frontier, mas acho que nenhum outro álbum, enquanto sexteto, consegue fazer isso. Talvez o Brave New World, mas é de se pensar …
CurtirCurtir
Cheguei ate a parte das faixas e nossa como eu aprendo
Muito bom
Ate aqui ainda há uma análise “qualitativa” do Kelsei que é primorosa e impressionante
CurtirCurtir
Chovendo no molhado – post fantástico. Esse é um álbum que fez parte dos primórdios do blog, e teve cobertura realizada em diversas partes, desde as primeiras informações e rumores até o lançamento.
Para quem quiser relembrar todo o caminho do álbum até ver a luz do dia, navegue pelo histórico de posts desta URL: https://minutohm.com/?s=cobertura+15+maiden&x=0&y=0
[ ] ‘ s,
Eduardo.
CurtirCurtir
Mais um ótimo capítulo dessa discografia que vai chegando ao fim, infelizmente. E a do Metallica, hein….affff….Kelsei, muito obrigado pela ” aula grátis” , é um apanhado de informações sem precedentes e que acrescentam muito a essa excelência de discografia. Eu nunca dei muita bola para parte lírica e para as escolhas envolvendo as capas, as Eddies, sempre aprendo demais por aqui.
Em relação ao álbum, novamente concordamos com boa parte , mas há discordâncias normais, plenamente justificáveis sob o ponto de vista pessoal de um ou de outro. O álbum é o meu favorito da fase sexteto e boa parte do material me agrada demais. Ressalto a perfomance individual dos músicos todos. Acho que Harris, NIcko e até Gers estão acima em suas perfomances individuais. Bruce e Smith se destacam, como tem sido nos álbuns dessa fase. A surpresa são vários ótimos solos também de Murray, que andou meio apagado desde o fim dos anos 80. O timbre da guitarra dele está mais voltado à boa fase dos primeiros seis álbuns, eu aprovei demais o seu trabalho nesse Final Frontier. Bem, vamos as minhas impressões em mais detalhes:
O disco começa muito bem, com talvez o melhor hard rock que a banda tenha feito. Ainda que o refrão seja um pouco repetitivo, eu gosto muito da faixa titulo e tudo ali é próximo à perfeição , seja nos ótimos solos de Smith e Murray ( e não ter um solo de Gers), seja no vocal de Dickinson, por exemplo, que nem sempre ( na minha opinião) encaixa quando a proposta pende para o estilo. Ah, tem a intro antes, certo ? Pra mim não fede,nem cheira. Não me incomoda, está longe de ser a melhor opção abertura de um álbum.Vem o baixo galopando ( que traz muito do anos 80) para El Dorado, que é uma faixa mediana, para mim. Não curto muito o pré-refrão com oitavações na guitarra. O restante é bem aceitável, uma canção que não se destaca, mas pra mim vale como ponto positivo, estrofes melhores que os refrãos. O solo de Adrian é muito bom, o de Murray também e depois vem o do Gers, que está entre os melhores que ouvi dele( o que não significa tanto assim, convenhamos).
Concordo que Mother of Mercy poderia ter um refrão melhor, mas eu curto. O restante da música é muito bom mesmo. Um dos grandes destaques do álbum, gosto particularmente da ponte que leva ao refrão. O disco continua muito bem com a balada Comin Home, que tem a cara da carreira solo de Dickinson nos melhores momentos ( em especial no Accident of Birth). Eu também colocaria a música lá para sétima posição, ela vem cedo demais. Uma ótima balada, independente disso. E o solo de Murray começa muito bem a duplinha que ele faz tão bem com Smith, outro ponto muito favorável da música. Até aqui o álbum é muito superior ao que a banda tinha feito antes como sexteto.The Alchemist mantém o nível, mas lembra um pouco Be Quick or Be Dead nas estrofes. Uma música rápida que não enrola , bom refrão , boas guitarras , outro ponto positivo no álbum. Um ótimo exemplo de como Gers pode contribuir nas composições.E o solo é bem aceitável.Dobras de guitarras no ponto certo, acentos nos sinos dos pratos bem colocados por Nicko, disco continua praticamente perfeito.
Aí começa a parte progressiva do álbum, como você muito bem destaco. Eu continuo achando o álbum bem superior ao material anterior como sexteto, mas aí entendo que vai se cansar. A parte do meio de Isle of Avalon traz um riff mais trabalhado após o solo de Murray onde só Smith poderia solar, e ele faz isso brilhantemente. Aliás, o solo de Murray que vem antes é mais uma vez muito bom. Acho que a música poderia não voltar para a parte inicial após o pedaço trabalhado, mas ainda assim gostei do resultado final. E falando em final, a música termina num revival total anos 80, o que eu adorei. Eu adoro Starblind, pra mim uma música muito emocionante, pontuada por ótimas intervenções de Smith com timbres mais graves de guitarra durante praticamente toda a canção. É outro grande destaque do álbum. A parte do meio tem um bom revezamento de solos de Smith e Murray, uma bela escolha de timbre de teclado e novamente um solo que só Smith poderia fazer, pois é feito em cima de uma base menos óbvia. Talvez seja o maior ponto de discordância entre sua análise e a minha, mas é do jogo.
Chegamos na oitava faixa de um disco muito forte até então e é aqui que a maionese dá uma boa desandada. The Talisman tem uma intro chata demais , quase uma valsa , coisa horrorosa. Quando a música acelera, melhora , ainda que seja aquele lugar comum da donzela. E o solo do Gers, bem…..deixa pra lá……The Man Who Would be King completa a dobradinha de músicas dispensáveis do álbum. Certo seria ter uma The Alchemist ou Comin Home pra separar as duas. Estamos quase no final do disco e é meio inevitável o cansaço que as duas faixas juntas trazem. Além disso, essa tem uma embolação entre o slide de Gers e uma fritação gravada mais baixa no mix de Murray. O final da música é até legalzinho, mas tanto essa quanto principalmente Talisman estão abaixo do restante do álbum.When The WIld WInd Blows traz o bom nível do álbum de volta. Eu já gostei mais dessa música, há alguns detalhes da canção, como o sublinhar da melodia vocal em alguns momentos que hoje já não agradam tanto, mas trata-se de uma ótima composição.
Ufa… exagerei um pouco no comentário, mas cheguei no fim….
Kelsei, mais uma vez, muito obrigado e parabéns !
Vamos ao Book of Souls ?
Alexandre
CurtirCurtir
Na minha modesta opinião, eis o “canto de cisne” da donzela de ferro. O último disco realmente bom da banda!
CurtirCurtir