Discografia HM – Black Sabbath – Cross Purposes– 31/jan/1994 – 30 anos

Hoje, dia 31 de janeiro, faz exatos 30 anos que o Black Sabbath lançou seu último grande álbum. Essa afirmação é polêmica, eu sei, mas depois deste Cross Purposes, nada com o nome Black Sabbath na capa tem algo próximo da qualidade dele ou de outros álbuns da banda. Sim, o The Devil You Know é tão bom ou melhor, mas não tem o nome Black Sabbath, né?

Então, o ano é 1994 e a minha história com esse álbum surge através da MTV. O clip da ótima The Hands That Rocks The Cradle, baita riff, passava na emissora, em especial no Fúria Metal (acho que nessa época o programa ainda não tinha mudado de nome para simplesmente Fúria). Já era a época dos CDs, a gente podia alugar em algumas locadoras, assim como alugava VHSs ou DVDs. Eu era sócio de uma delas, e depois que vi o clip resolvi pegar o disco, ali ainda em 1994.

A fase Tony Martin vinha na época passando meio ao largo, apesar de eu sempre curtir o vocalista e os clips dos outros discos com ele. The Shining, do Eternal Idol, é um baita som, até hoje figura entre as melhores da banda. O problema é que a comparação era ingrata. Em 1992, o Black Sabbath tinha passado por aqui e destruiu tudo, com Dio e Vinnie Appice. Os caras saíram da banda no fim da tour, e o titio Iommi teve de chamar Tony de volta.

O resultado é, para mim, inesperadamente sensacional. Os outros álbuns com Tony são bons, preciso reforçar. Esse aqui pra mim, no entanto, subiu bem a régua nas composições, está mais pesado também. Além disso, se não havia Dio nem Appice, pelo menos o insuperável Geezer Butler ficou e o baixo se manteve sensacional, como no Dehumanizer.

Eu vou citar algumas das minhas favoritas, já na abertura com I Witness e Cross Of Thorns, que é uma balada com uma excelente interpretação de Tony. Virtual Death tem aquela levada cadenciada que só a dupla Iommi/Butler pode entregar do jeito que deve ser. O Alice In Chains que me perdoe. Immaculate Deception tem tempo quebrado e um teclado de Geoff Nichols, o eterno hired gun, entregando um clima perfeito. Dying For Love é outra excelente balada, eu toquei com os amigos do blog em São Paulo há algum tempo, a música é linda. Tony está cantando muito bem, ainda que tenha diminuído os agudos que estão nos álbuns anteriores. Para mim, está na medida certa. O disco fecha muito bem, com um bate-estaca de categoria no fim de Evil Eye.

No final daquele ano de 1994, vi a banda no Monsters em São Paulo, antes do KISS e do Slayer (para mim, uma heresia eles abrirem pro Slayer). Estavam comigo o Rolf e o Flávio, mas era um festival, então eles só tocaram I Witness do disco. Na bateria trouxeram Bill Ward, aqui no disco é o Bobby Rondinelli, que faz bonito. Eu sei que muita gente não curte a fase do Tony Martin, ao vivo ele estava meio mal de voz, reconheço. Eu sei também que esse post deveria ser escrito pela maior autoridade em Tony Martin que eu conheço, que é o Rolf. Mas fica aqui a minha homenagem a um álbum com muita qualidade, que bate muito clássico do Sabbath na minha preferência.

Saudações,

Alexandre B-side



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7 respostas

  1. B-side, excelente resenha hein ………essa associação de pontos com o disco são sensacionais …..remete ao ano ………..quanta coisa, quanta lembrança …….Cross Purpose foi minha porta de entrada para a era Tony Martin ……Virtual Death é uma das melhores músicas da era TN………..e mais uma vez muito obrigado por me citar na resenha …é uma honra pra todos nós que de alguma forma fez parte da trajetória de vocês.

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  2. Aquele 1994 teve vários álbuns bons também, e culminou com a ida ao Monsters, mais pro fim do ano. Esse é o meu favorito da era Martin na banda, imagino como deve ter sido pra você como porta de entrada.
    VIrtual Death e Imaculate Deception são as minhas favoritas, mas tem muita coisa excelente neste Cross Purposes

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  3. Para mim falar de Black Sabbath é meio como chover no molhado. Claro que existem as preferências, mas não descarto nenhum álbum e nenhuma fase. Tive a felicidade de conhecer a fase Martin no lançamento do Eternal Idol que considero um baita álbum. Na sequência, já em Cd adquiri o Headless Cross e parei aí. Só nos anos 2000 na era torrent fui ter acesso ao restante do material para conhecer. O álbum em discussão foi adquirido apenas no ano passado e não foi muito fácil pois não foi pela internet. E sim! É um ótimo álbum e curiosamente não faz parte do streaming que estou pagando. Apenas o Eternal Idol está liberado. Provavelmente problemas na negociação com a gravadora. 

    Parabéns pela resenha. 

    Valeu!

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