Discografia HM – Scorpions – Love At First Sting– 27/mar/1984 – 40 anos

Seguindo pela jornada dos álbuns incríveis que foram lançados em 1984, chegamos ao que eu considero certamente um dos mais bem sucedidos. Love At First Sting atingiu o objetivo que os alemães dos Scorpions pretendiam desde a saída de Ulrich Roth (eu nunca escrevo Uli, para mim sempre será Ulrich) em 1978. É que o álbum veio a pavimentar o objetivo que a banda traçou, ao buscar um baterista que os ajudaria com o inglês (Herman Rarebell) e trazer um guitarrista na linha “Eddie Van Halen” para o lugar de Ulrich. Esse alvo era o mercado americano, Klaus e Rudolph passaram a adotar uma linha mais direta já a partir do álbum Lovedrive. Acharam o caminho e foram crescendo nas paradas com Animal Magnestism e Blackout. Em Love At First Sting, a banda vendeu mais de 3 milhões de cópias nos EUA e aí enfim os alemães chegaram no pote de ouro. E sim, já há uma excelente discografia do Scorpions aqui, e o Júlio já falou com extrema propriedade sobre o álbum aniversariante de hoje. Então, o objetivo aqui é trazer algo mais pessoal e voltado às memórias da época.

Minha história com o álbum, no entanto, não coincide com o sucesso da banda, começa primeiro pelas beiradas. Eu explico: os Scorpions era uma banda que estava em uma já citada lista de álbuns que estávamos (eu e o Flávio) rascunhando para ter uma primeira coleção de hard e metal, ali em 1984 ou 1985. Com a grana curta, o jeito era escolher um álbum de cada banda. Já tínhamos uma fita cassete com algumas canções do Tokyo Tapes, que não estava em catálogo no Brasil. E já sabíamos seria lançado um álbum ao vivo ali pra frente, depois do Rock in Rio. Então resolvemos esperar para comprar o World Wide Live, pra cobrir essa segunda fase da banda acima descrita.  O primeiro álbum que compramos, ainda naquela época, foi o Blackout. E até hoje consideramos o Blackout o melhor disco de estúdio da banda. Então tinha álbum de estúdio anterior ao Love At First Sting e o duplo ao vivo que saiu depois (as duas beiradas) e por isso não compramos o disco na época. O World Wide Live recém adquirido tinha 5 músicas daqui, queríamos certamente conhecer antes os outros discos da banda.

Então o Love At First Sting a gente ouvia principalmente com o Rolf. Eu não lembro se o Rolf já tinha o disco ou tinha conseguido emprestado. Lembro que ouvia bastante na casa dele.  Eu achava estranha a versão de Coming Home, pela parte lenta que não tinha no World WIde Live. Achava e acho até hoje esquisito o álbum abrir com Bad Boys Running Wild e não com Rock You Like A Hurricane também, mas gostava bastante das duas. Além disso, conhecia algumas músicas antes, pelos vídeos que pipocavam na TV.  Rock You Like a Hurricane, I’m Leaving You e Still Loving You passavam bastante.  Aliás, o que mais eu via era o de I’m Leaving You, justamente a que não se tornou um clássico entre as três. Acabamos por comprar o álbum muito depois então.

Hoje, 40 anos depois, fica ainda mais clara a importância indiscutível do álbum. E além também da clássica Big City Nights, obrigatória em todos os shows da banda, é muito bom ouvir não só a já conhecida I’m Leaving You, mas também Crossfire ou As Soon As The Good Times Roll, são músicas que fazem deste álbum algo quase perfeito. Hoje também acho a versão de Coming Home tão legal quanto a versão enxuta do World Wide Live. A única música que não gosto é The Same Thrill, pra mim uma cópia requentada de Now, do Blackout. Now é mais pesada e como é também uma faixa acelerada, funciona muito melhor que The Same Thrill.  Essas são as minhas lembranças de uma época preciosa ao juntar mais um álbum icônico ao insuperável ano de 1984 para o metal e hard. Tem muita coisa para vir ainda, mal fechamos o primeiro trimestre do ano.

Saudações,

Alexandre B-side



Categorias:Discografias, Scorpions

11 respostas

  1. B-side meu irmão, excelente esse post. Muito legal saber sobre essa “estratégia das beiradas”. Não sabia. Preciso revisitar esses pontos. Sim. Na época o Jonas frequentava nossa casa e já tinha levado o disco pra lá e Love at First Sting é, junto com outros 04 discos, uma das minhas melhores lembrança de segunda infância. Ali entre um dever de casa de matemática da 5º. Série que o Flávio me ajudava, a gente ouvia Scorpions, Iron, Malmeesten e claro …..Kiss….em casa esse vinil alternava com Quiet Riot, Accept e Judas……….esse é um dos meus álbuns favoritos da vida e vê-lo aqui no blog e o B-Side mencionando nossa história aqui é muito legal….eu só agradeço.

    Curtir

  2. Como eu disse anteriormente, admiro muito o trabalho dos Scorpions e gosto de vários álbuns de sua discografia, mas desse aí (o quarentão aniversariante de hoje), sinceramente, eu tento mas não consigo gostar por inteiro. Um disco de audição bastante difícil para mim, não me desce redondo como outros lançados antes e depois pela mesma banda. Deste eu apenas curto algumas faixas isoladas, como os clássicos hinos do hard rock “Bad Boys Running Wild”, “Rock You Like a Hurricane”, “I’m Leaving You” e “Big City Nights”. Essas para mim são as quatro melhores faixas deste álbum que a banda agora está tocando na íntegra em sua turnê comemorativa dos 40 anos de seu lançamento. O LP ainda conta com a excelente “Coming Home” (que a banda raramente toca para abrir seus shows pelo mundo), a subestimada “As Soon as the Good Times Roll”, a mais fraca “The Same Thrill” e a pérola esquecida “Crossfire”.

    Agora, por outro lado, vou deixar bem claro que (sem cometer qualquer tipo de ofensa) eu simplesmente detesto “Still Loving You” apenas pelo fato de ter se destacado bem mais do que as outras faixas deste LP na época (descobri que foi até tema de novela aqui no Brasil e que inspirou um “baby-boom” na Europa). Na minha opinião, o sucesso desta balada até hoje insuportável aos ouvidos de muita gente incluindo os meus – que infelizmente carregou este disco inteiro nas costas e, pior, colocada como a última faixa do tracklist – foi um grande erro que quase colocou um ponto final na até então vitoriosa carreira dos alemães, e com isso os admiradores mais “puristas” desceriam (e descem ainda hoje) a lenha sem piedade neles, chamando-os de “traidores do rock” (dizem que os Scorpions foram tidos como os primeiros, neste caso). Esse é o motivo principal do qual eu não gosto deste disco (o nono lançado pela banda) em sua totalidade.

    Para meu gosto, eu acho Screaming for Vengeance, álbum do Judas Priest lançado em 1982, um trabalho infinitamente superior ao Love at First Sting, mas isso não vem ao caso por aqui…

    Enfim, deixo meus parabéns ao Love at First Sting por suas 4 décadas hoje completadas de “amor e ódio” entre os admiradores e não-admiradores dos Scorpions, este veterano grupo vindo da Alemanha, que ainda continua firme e forte dentro do cenário musical há mais de 50 anos de estrada,

    Curtir

    • Ótimo comentário, Igor, que se alterna entre o amor e o ódio. Naquela época pré e pós Rock in Rio, não era incomum a galera com mais ódio no coração reclamar dos alemães pela baladinha que fechava o álbum.

      Eu sempre curti. Não só esta , como várias outras, de várias bandas.

      O comentário, preferências à parte, é sensacional.

      Curtir

      • Valeu, meu caro B-Side… Pelo menos o que eu expressei sobre o Love at First Sting foi mesmo do meu pensamento puramente pessoal a respeito. Por mais que alguns tentem me convencer do contrário, minha opinião sobre este disco nunca vai mudar. Sim, o Scorpions é uma grande banda, veteraníssima, mas não penso que eles sejam tão relevantes quanto o Judas Priest…

        E já que eu mencionei o meu disco favorito da banda inglesa, o Screaming for Vengeance tem também uma faixa que muitos fãs não gostam (alguns até a detestam), mas que eu acho bem divertida e interessante, apesar de ser meio esquisita “xaroposa”: “Devil’s Child” – entendo o porque de muitos não gostarem dessa faixa, olha… Esse assunto ainda vai render muito por aqui!

        Curtir

        • Correção: apesar de ser meio esquisita E “xaroposa”.

          Curtir

          • Opa, Igor. Eu gosto de todas as faixas do Screaming For Vengeance. Não há dúvidas que Devil’s Child e mesmo Fever ou Take these Chains tem um apelo mais comercial. Independente disso, todas essas citadas me agradam bastante.

            Pain and Pleasure é a que menos curto, mas o álbum, assim como o seu sucessor, Defenders of the Faith, que já foi homenageado esse ano por aqui, são impecáveis.

            Saudações !

            Curtir

            • Eu não vejo nenhum problema com “Pain and Pleasure”, é igualzinho ao caso da “Devil’s Child” : é meio boba, mas é divertida de se ouvir. E quanto ao Defenders, este por muito tempo foi o meu disco favorito do Priest, mas hoje em dia prefiro mais o Screaming. Certo?

              Curtir

  3. Uma ótima resenha, principalmente pela parte pessoal!
    Nunca é tarde para rever velhos conceitos. E sim! A banda é muito legal e tenho curtido cada vez mais desde 2017. A dificuldade agora, por incrível que possa parecer, é achar um exemplar que se ajuste ao bolso para entrar na coleção. O álbum deve ter vendido muito por aqui e por ser muito bom ninguém se desfaz. Por outro lado, a gravadora investiu em uma atual edição mais luxuosa o que inflaciona a aquisição no nosso país. Mas não dá pra reclamar. Tendo internet se escuta fácil. Bem que vcs tentaram lá em Vila Isabel. Lembro bem! Mas graças as resenhas eu me dobrei.
    valeu!

    Curtir

    • Muito interessante ver essa apreciação mais tardia pela banda que você vem tendo , Cláudio. Eu também deixei algumas lacunas, até hoje não dei a atenção, por exemplo, ao Accept e grande parte do hair metal da época.

      Se isso vai mudar, sabe-se lá.

      É interessante, como você diz, rever os conceitos.

      Muito legal.

      Curtir

Deixe um comentário

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.