Discografia Scorpions – [CAPÍTULO 4]

{Virgin Killer – álbum & tour: 1976}

Depois do grande sucesso do terceiro álbum de estúdio, a banda manteve a mesma formação e estilo, e em ritmo frenético de ensaios e gravações publica sua quarta obra, o Virgin Killer (Matador de Virgem) em cerca de quatorze meses após o disco antecessor.

Lineup:

Klaus Meine: Vocal

Uli Roth: Guitarra, vocal

Rudolph Schenker: Guitarra-base, backing vocal

Francis Buchholz: Baixo, backing vocal

Rudy Lenners: Bateria, percussão


Tracklist:

Faixa Título Compositor Duração
1 Pictured Life Meine, Roth, Schenker 3:25
2 Catch Your Train Meine, Schenker 3:38
3 In Your Park Meine, Schenker 3:45
4 Backstage Queen Meine, Schenker 3:13
5 Virgin Killer Roth 3:44
6 Hell Cat Roth 2:58
7 Crying Days Meine, Schenker 4:40
8 Polar Nights Roth 5:08
9 Yellow Raven Roth 5:01

Tudo começou bem no início de 1976, após os SCORPIONS abrirem alguns shows do KISS. Uli Roth estava brincando despretensiosamente com sua guitarra no estúdio utilizado para os ensaios, tocando os riffs de diversas músicas do quarto álbum que seria lançado, até então sem nome definido, e começou a improvisar à Paul Stanley. Klaus Meine imediatamente fez sinal para que Uli continuasse e chamou a atenção de todos os integrantes para o resultado final. Ao término, Roth atribuiu seu insight brilhante (‘cause I’m a virgin killer!) referindo-se a uma pessoa experiente na vida, já conhecedora de muitas técnicas e estilos. Nascia o nome da música título do álbum! O próximo passo foi apenas construir uma letra que tivesse significado suficiente para acompanhar a melodia.

Afinal, a música Virgin Killer tem um significado totalmente diferente do que qualquer um poderia assumir apenas se deparando com o título.

Por ideia do produtor da RCA à época, a capa original do álbum trazia uma menina de dez anos de idade, chamada Jaqueline, completamente nua onde apenas um efeito de vidro trincado obscurecia seus genitais, como podemos ver acima, no início deste capítulo.

Se no ano anterior a capa do In Trance criou certa polêmica, os SCORPIONS atingiam aqui o ponto máximo de exposição.  Obviamente a capa foi censurada em diversos países, sendo que em outros, o disco só podia ser vendido selado dentro de um plástico preto, impedindo a visualização da foto. Novamente uma versão alternativa foi criada e utilizada nas publicações seguintes, trazendo apenas os integrantes da banda em um fundo preto, como vemos abaixo.


Tour:

A turnê do Virgin Killer foi em termos de abrangência muito similar à sua antecessora, sendo realizada novamente em diversos países da Europa ocidental, agora já incluindo Reino Unido como destino fixo. A novidade ficou realmente no começo de 1976, antes da própria publicação do quarto álbum, uma breve extensão da turnê In Trance, mas em apresentações muito mais breves, abrindo alguns shows do KISS.

Os SCORPIONS puderam então concretizar a ambição de ser a primeira banda alemã de Hard Rock no país quando o álbum Virgin Killer ganhou o prêmio de “LP do Ano” em sua terra natal. O Japão, que desde o ano anterior experimentava uma grande febre pela música dos alemães, rendeu a eles o primeiro Disco de Ouro.

Avaliação:

Fazendo moda! Dois discos seguidos com extrema qualidade e grande aceitação de público e crítica, em um intervalo de praticamente um ano. Com esta obra os SCORPIONS selaram sua influência no heavy metal, definindo um padrão para a categoria!

Apesar de não possuir faixas facilmente identificáveis aos fãs casuais e menos compromissados/conhecedores, este álbum deve ser guardado em um lugar de destaque na coleção de um admirador comprometido com o trabalho da banda. Com hits como Pictured Life e a própria música título, mesmo o fã mais recente se sente enfeitiçado com os arranjos de guitarra agora já característicos e nostálgicos.

A maior marca da banda, o entusiasmo único que os definia e os separava dos demais conjuntos expoentes e fenômenos da época, brilha durante todas as ondas sonoras deste álbum.

Participação exemplar de todos integrantes, destaques inevitáveis a Uli Roth e Klaus Meine, que já despontavam no último trabalho. Agora mais ainda Klaus se afirma como vocalista versátil, potente e competente!

Uli Roth classifica esta obra e In Trance como as melhores dos SCORPIONS.

Adendo interpretativo: à parte de toda a polêmica envolvida com a música título e a capa do álbum, preste atenção à letra de Virgin Killer. O tempo é o contexto, ou melhor, o passar do tempo é a figura de linguagem da banda, escondida nas entrelinhas, ao criar a música título.

Premiações:

O Virgin Killer alcançou posição expressiva na Europa, tornando-se muito popular (LP do ano na Alemanha), mas seu desempenho ficou marcado mesmo pelas paradas japonesas, onde ficou com a 32a. posição (1976 Japanese Album Chart). concedendo ao grupo o primeiro disco de ouro.

Para seu iPod:

Avaliação do álbum: 4 estrelas ( * * * * )

Ouça: Pictured Life; Virgin Killer; Catch Your Train; Crying Days; Yellow Raven.

[ ]’s

Julio



Categorias:Curiosidades, Discografias, Kiss, Resenhas, Scorpions

11 respostas

  1. Julião, acabei de dar aquela revisada e, mais uma vez, um belo post nasce aqui no Minuto HM.

    Pelos fatos que estou ligando, os caras estavam direitinho na “onda Kiss” de fazer barulho e aparecer… e nada como uma capa dessas poder APARECER mesmo, criar polêmica e ganhar ainda mais força “na marra”.

    Uma capa impressionantemente forte, ainda hoje, e totalmente passível de diversas interpretações. Enfim, genial para se ganhar popularidade.

    Estou vendo que preciso dar um jeito nessa meu “gap” de Scorpions… e a cada post, fico com ainda mais vontade de resolver a questão…

    [ ] ‘ s,

    Eduardo.

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  2. Ah… essa capa já gerou muita polêmica, e recentemente. A Wikipedia (versão inglesa) teve sua página que contém o artigo sobre este disco previamente censurada, podemos assim dizer, acusada de – pasmem – pedofilia. Após algumas reclamações, reconheceram o “absurdo” e reativaram a mesma. Ouvi dizer que a menina da foto é filha ou sobrinha (não sei ao certo) do próprio designer da capa, será que procede? Mesmo estando dentro do contexto do disco, achei um tanto “exagerada”, até mesmo os integrantes do Scorpions concordam com isso.
    Sobre as músicas do disco em si, mas um pra lista de pendências. Mas pela resenha já vi que este é um grande disco. Como sempre digo, 1976 foi um ano especial para o rock, mais um disco a se juntar ao ‘Destroyer’ (Kiss), ‘Rocks’ (Aerosmith), entre outros… como grandes clássicos lançados no ano.

    Abraços.

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  3. Um album recheado de musicas fortes, com destaque novamente para a dupla Meine/Roth, que compõe junta em Picture Life (talvea a melhor do album). Tentando não ser repetitivo, Roth é um destaque nas harmonias e solos em todo o album, com toques magistrais em Picture Life, In Your Park, Polar Nights (Wah-Wah), Yellow Raven (escalas em diminuta), BackStage Queen, se levarmos em consideração que o ano era 1976, fica dificil encontrar algo no estilo Hendrix/Classico tão contundente como o louro alemão. Meine esta muito bem também em Picture Life, Catch your Train, Cring Days (vocais dobrados) e na polêmica Virgin Killer (vocal bem rasgado).
    A se lamentar apenas o vocal de Roth em Hell Cat prejudica totalmente a musica no estilo bem Hendrix e até em Polar Nights, que apesar de excelente poderia ter ficado ainda melhor com Meine nos microfones.

    Muito interessante a historia da capa e da tematica do album(faixa titulo) e é claro que quando saiu no Brasil a capa que eu conheci (anos 80/90) era outra mais comportada. Uma capa forte até para os dias de hoje, realmente controversa..
    Excelente Post e aguardemos o proximo…

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  4. Bem,depois dos comentários acima, me sobrou muito pouco coisa a acrescentar: Considero este também um ótimo disco da ótima fase “Roth” dos Scorpions. Para acrescentar, acho que In your Park também merece uma despretenciosa audição, é uma música mais ” B”, mas mantém a qualidade do álbum . Meine e Roth são novamente os destaques do álbum, o vocalista principal está muito bem durante todo o trabalho. E Roth faz um trabalho de composição e guitarra solo magistral em Polar Nights. A voz é que compromete, não nesta música, mas em especial pela Hell Cat, onde considero que o vocal deixou muito a desejar e faz desta a pior faixa do álbum. O restante do álbum não deixa nada a desejar , em especial as faixas Backstage Queen e Picture Life. A capa conseguiu ser ainda mais polêmica do que anterior, e era tudo que eles queriam, a tal “publicidade extra”.
    Obrigado pelo post, Julio, estou no aguardo da sequência.

    Alexandre Bside

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