Série Novidades HM – Ano 2011

E lá vamos nós para mais um ano! Nessa edição não contaremos novamente com as resenhas do Edu Schmitt, pois o guri está de mudança lá no Rio Grande do Sul Tchê e vai demorar para ele achar uma colher no meio de tanta caixa, quiçá tempo para resenhar. Mas ele voltará!

Lembrando que já temos tanta banda que entrou nessa série, que clicando aqui você se depara com nosso guia de sobrevivência, que eu acredito que até a próxima edição vai ganhar mais algumas coisinhas para facilitar ainda mais a visão do panorama geral dos aventureiros desse blog em meio a tanta coisa.

As resenhas estão ordenadas por ordem alfabética de banda! Partiu!


Caligula’s Horse Moments From Ephemeral City

Sugestão de: Kelsei

Ouça você também:

Alexandre: O álbum de estreia do Caligula’s Horse já traz boa parte dos elementos que seriam ouvidos na sequência da carreira. Instrumental exuberante, virtuosismo, transição entre vários gêneros, com ênfase no progressivo, vocal suave, backing vocals nada ortodoxos, capacidade impressionante de transformar trechos tão intricados em melodias que podem ser cantadas. Considero este Moments of Ephemeral City um ótimo ponto de partida, ainda que a banda novamente não tenha sido capaz de conectar pessoalmente comigo. O resumo é um trabalho irrepreensível, mas que não me toca. Muito deste problema de conexão se deve provavelmente ao estilo de vocal, suave em contraposição a boa parte do instrumental, que me causa certa estranheza. Não é algo novo pra mim, foi a mesma sensação que observei no igualmente inquestionável álbum In Contact (2017). Deixo claro que não há nada que precise ser melhorado no trabalho deste ou daquele álbum, é muito mais uma questão de gosto particular. Considero inclusive que este trabalho de estreia talvez até tenha trazido mais pontos favoráveis do que o tão elogiado In Contact, para o meu estrito gosto pessoal. Salta aos olhos (e ouvidos) as intervenções de guitarra e violões, muitas das vezes de capacidade técnica muito além do trivial, mais até que o invejável talento mostrado pela banda ao alternar os diversos intrincados tempos onde as canções são desenvolvidas. O solo de “Alone in The World” é de cair o queixo. Destaco, além da ótima faixa de abertura (“The City Has No Empathy / Your Sentimental Lie”), a canção “Equally Flawed”, em especial pela transição de guitarras para violão em sua parte final. E apesar de não ter sido novamente tocado pelas melodias e harmonias do grupo de forma mais plena, continuo endossando-os como um dos ótimos exemplos de qualidade ímpar no rock/metal progressivo.

José Paulo: O australiano Caligula’s Horse foi me apresentado pelo Kelsei em um dos podcasts há uns 2 ou 3 anos atrás. Na época foi uma grata surpresa e me fez ir atrás de todos os lançamentos da banda, incluindo este aqui. E posso dizer com toda a certeza que de todos os trabalhos sugeridos para a audição deste ano, de longe o Caligula’s Horse é o melhor. Particularmente, de todos os álbuns lançados pela banda, Moments from Ephemeral City é o meu “menos preferido”, porém isso não quer dizer que não gosto do disco, muito pelo contrário, só acho que a banda ainda estava tentando encontrar o seu som definitivo. Mesmo assim, como de costume, podemos ouvir aquele metal progressivo intrincado e virtuoso, uma boa dose de melodia e uma produção muito acima da média; ah… e a belíssima capa, que virou uma constante nos álbuns da banda. Todas as faixas soam boas, mas se tiver que escolher apenas uma, essa seria “The City Has No Empathy (Your Sentimental Lie)”: não só a melhor do disco, mas também uma das melhores de toda a carreira da banda.

Kelsei: Faz uns dez anos, mais ou menos, que comecei a pegar pesado nesse assunto de “bandas novas”. Ia em tudo quanto era lugar e pedia um pitaco. Veio tanta coisa que ficou inviável de conseguir ouvir tudo, então eu ia no meu aplicativo de streaming e pegava o Top 5 da banda para eu ter um contato mínimo e fazer um filtro inicial do que eu iria ouvir com mais atenção. Até hoje, muita coisa boa caiu no meu ouvido, mas nada comparável ao Caligula’s Horse, de longe a melhor banda da última década. O debut, que indiquei aqui, nem de perto se compara a outros álbuns que já trouxe ao blog (In Contact e Rise Radiant), muito superiores. Mesmo assim, todas as estruturas sonoras estão presentes: a palhetada base com quebra de ritmo ultra complicado, solos de tirar o chapéu, uma bateria que tira pedra de água com um kit bem simples e um vocal competente (falsetado, o que pode torcer o nariz de alguns), com um timbre que me agrada muito. Lembro-me claramente a primeira vez que ouvi esse álbum e, começando “The City Has No Empathy (Your Sentimental Lie)”, eu estava dirigindo e tive que encostar em uma rua, pois parei de prestar atenção no trânsito já no solo introdutório. Considerando a última década, dominada pelo Djent, esses australianos salvaram a hora! Discografia obrigatória!


Earth Angels Of Darkness, Demons Of Light

Sugestão de: Flávio Remote

Ouça você também:

Alexandre: Eu aprendi, durante esse tempo participando dessa série, que em algum momento normalmente eu iria me deparar com álbuns como esse. Em quase todos os anos tem essa espécie de “pegadinha do Malandro”.  E aqui, percorrendo o ano de 2011, eu acho que a coisa até ia vindo bem, pois comecei com o promissor Calígula’s Horse para depois seguir pela ordem encaminhada pelo Kelsei. Passei pelo bom Graveyard, quase me entalei na manjada farofa do Reckless Love, mas tudo bem, nada é perfeito, eu estava realmente achando que iria passar incólume pela sessão “vem fazer glu-glu” dessa vez. Ledo engano. Eis, senhores, a pegadinha de 2011! Esse “grupo musical” inaugurou um novo conceito: sai o manjado bpm (batidas por minuto), entra o bpal (batidas por ano luz). O baterista deve tomar um litro de café por faixa para chegar acordado no final do álbum. Eu acabei com o estoque que tinha aqui em casa na única vez que me atrevi a ouvir essa “pérola instrumental” com uma hora inteira de sofrimento. O resumo desse engodo é um sonífero sem igual que vai apagar o maior dos sonâmbulos. A maior letargia instrumental de todos os tempos. Tá com dificuldade de dormir? Achei a solução para você… Assim, eu o recomendo apenas para incrementar a venda de estimulantes, porque só com muita cafeína se chega no fim dessa tortura. Incrível, a banda tem uma extensa discografia desde o fim dos anos 80, beira o inacreditável tanta longevidade. E como tudo que é impressionantemente ruim tem o dom de até poder piorar, essa joça se arrasta durante inacreditáveis e intermináveis 40 minutos até chegar na primeira parte(!) da faixa título que, com desesperadores 20 minutos ainda mais letárgicos, fecha com “chave de ouro” essa autêntica desgraça. O pior? O pior é que tem uma segunda parte dessa faixa final, no álbum seguinte da banda, de 2012. E, me desculpem, eu nem pensei em ouvir, de antemão seguem aqui os meus parabéns aos corajosos cuja curiosidade supera em muito o bom-senso. Eu me situo, para minha sanidade mental, como o maior dos covardes nesse quesito…

José Paulo: Bom, outro grupo que nunca tinha ouvido falar. Pelo nome a única referência seria (erroneamente) o embrião do Black Sabbath. Porém, antes de escutar o disco, fui “colher” mais informações sobre o Earth. Para a minha surpresa, a principal delas era que o líder e fundador Dylan Carlson foi muito ligado a Kurt Cobain. Confesso que mesmo sem ouvir um acorde do disco, essa observação já foi um “balde de água fria”, mas também trouxe uma certa curiosidade, principalmente depois que vi a capa do álbum, realmente, muito bonita! Ao ouvir a faixa de abertura, “Sigil Of Brass”, inicialmente achei que fosse apenas uma introdução, mas depois de 2:00 minutos reparei que era uma música de mais de nove loooongooos minutos. Depois veio a segunda faixa e notei que era igual a anterior, então acabei cochilando e quando acordei o disco já tinha acabado, ainda bem! Não quero nem pensar como será o número 2. Indicado para quem sofre de insônia.

Kelsei: A banda do Dylan Carlson, amigo de Kurt Cobain – que inclusive comprou a arma que o líder do Nirvana se suicidou – deu as caras por aqui. É uma banda antiga, que teve um hiato e voltou nos anos 2000. Um rock experimental de maluco! Acho que maluco é pouco; precisa ter problemas mentais, problemas com drogas e problemas de aceitação da realidade para chamar esse negócio de música. Talvez em rituais de falsas bruxas, com o pessoal chapado de haxixe dançando pelado em volta de uma fogueira, essa “trilha sonora” cole (desculpe, mas as aspas são obrigatórias). São cinco faixas que começam no nada e chegam ao lugar nenhum. Se você conseguir ouvir esse álbum até o fim, considere-se um sobrevivente! Acredito que isso aqui seja o pior álbum que apareceu na série até hoje. Pelo menos eu aprendi uma banda que, sob nenhuma hipótese, eu devo indicar para alguém.


Graveyard Hisingen Blues

Sugestão de: Alexandre B-Side

Ouça você também:

Alexandre: Hard/Heavy rock com certo peso retrô, cria dos grandes dinossauros do passado e coetâneo ao Rival Sons, o Graveyard traz o álbum que mais me agradou desta lista, com alguma facilidade. A diferença se dá na qualidade das composições, que, ainda que tragam a inegável influência do Sabbath inicial ou algo do Led Zeppelin em seus dois primeiros álbuns, são algo bem além de um simples pastiche ou cópia descarada dos anos 70. Os elementos de psicodelia se encontram dentro de uma patamar que não extrapolam na “viagem” e se complementam bem com os riffs de guitarra, os fios condutores do trabalho. Apenas a faixa “Buying Truth” passou um pouco do ponto, em especial pelo som de guitarra excessivamente calcado no efeito fuzz.  E o grande destaque é o vocal do “Joaquim sueco”, que não faz feio ao grande Jay Buchanan (do “rival” Rival Sons) e sabe delinear as melodias dentro do instrumental competente e calcado nas influências já citadas. As diversas alternâncias de tempo durante boa parte das canções contribuem para que o som não se mantenha de forma monolítica, traz frescor e evita o cansaço que seria uma armadilha indesejável ao desenvolvido pela banda. Aliás, a banda foi muito feliz ao evitar outro erro comum que é exagerar no tamanho do álbum, em detrimento à qualidade geral das canções, o álbum passa bem dentro de seus pouco menos de 40 minutos. “Longing” é uma agradável faixa instrumental com assobio pontuando a melodia, que cairia bem em uma quase trilha sonora dos bons westerns dos anos 60. Além desta, destaco as faixas “Aint’ Fit To Live Here”, “Uncomfortably Numb”, “Ungrateful Are The Dead” e “The Siren”. Hisingen Blues está longe de ser uma novidade ou revolução musical, mas agradou bastante.

José Paulo: Me lembro de ter ouvido este disco há um bom tempo atrás, mais influenciado pela capa do que por uma indicação. Se por algum motivo a capa chamou minha atenção, o som passou sem deixar uma boa impressão. Porém, com a “Serie Novidades HM” tive a oportunidade de revisitar este segundo trabalho da banda sueca, desta vez com mais atenção e o mais interessante é que com o passar dos anos as nossas impressões sobre determinadas músicas também vão mudando. Na primeira faixa, aquela velha sensação de som propositadamente setentista, querendo soar orgânico, mas artificial e vocais gritados me fez pensar: “vai ser um saco ouvir esse disco até o final”. Entretanto quando começou “No Good, MR. Holden” tudo mudou…mas que música!!! Uma pegada meio blues bem pesado início e melodias que me lembraram algo do Pride & Glory chamaram minha atenção. As faixas seguintes mantém o bom nível do disco, com destaque para a interessante “Uncomfortably Numb” e os ótimos solos de “Ungrateful Are The Dead”. Os pontos negativos vão para “Longing”, “RSS” e “Cooking Brew” que achei chatas, talvez “The Siren” pudesse ser um pouco mais curta, mas não chega a atrapalhar. Se o disco não é aquela maravilha toda, tão pouco é aquela porcaria que achava que era. Com toda certeza irei conferir os outros trabalhos do Graveyard.

Kelsei: Gostei! Suecos com originalidade bebendo de fontes clássicas, resgatando sons do final dos anos 70 para o começo dos anos 80! As músicas em sua maioria são curtas e poucas tem solos, mas são deliciosos de ouvir quando aparecem. O vocal é potente, bem propício para o estilo. “Longing” me lembrou bastante os momentos mais psicodélicos do Black Sabbath, como em “Orchid”. Já “Uncomfortably Numb”, uma boa faixa, poderia levar outro nome – sei lá se eles quiseram homenagear o Pink Floyd, mas em termos de sonoridade não tem nada parecido com o som dos britânicos. Um álbum curto e uma boa pedida!


Reckless Love Animal Atraction

Sugestão de: Eduardo Schmitt

Ouça você também:

Alexandre: Vamos nós de hard rock da segunda metade dos anos 80 e, pelo amor dos meus filhinhos, isso aqui é muito “chupado“ do Def Leppard que se tornou uma farofada daquelas a partir do tão propalado Hysteria (1987). Eu, como sinto saudade dos três primeiros álbuns da citada banda inglesa (até o Pyromania e, principalmente, o ótimo High’n’Dry), não posso conter um certo desânimo ao ouvir o vocalista emular descaradamente o Joe Elliot já no refrão da faixa título que abre o disco. A produção capricha na pasteurização do som, recheado de teclados, bateria “trigada” e backings vocals em profusão. E, é claro, vamos de balada, mas incrivelmente eu só achei uma, “Fantasy”, que cairia como uma luva em um álbum do Backstreet Boys.  Os refrões estão abundantemente espalhados durante os 45 minutos, então é o seguinte: não tem meio termo, ou você se entrega o máximo que puder à acessibilidade de uma sonoridade que se situa entre o Bon Jovi pós 2000 e os próprios Leppards, ou pode desistir nos primeiros minutos do trabalho. Então, se o jeito é tentar não se entalar com tanta farofa, vamos tentar buscar o que normalmente há de melhor no gênero: os solos de guitarra. Bem, eles estão aqui, com todos os jargões do gênero, inegavelmente competentes, cristalinos e bem tocados. Nada original, nada surpreendente, nada extraordinário, tudo no exato lugar onde podem estar. Ainda assim, foi o que mais me chamou atenção, ainda que não haja um pingo de criatividade. As canções pra lá de acessíveis comercialmente se situam entre o tolerável (como as duas primeiras canções) e o intolerável, quando, além da já esperada produção habitual, alguns arranjos ainda trazem, de brinde, indesejáveis toques eletrônicos como em “Hot” ou “Dance”. Tá bom ou quer mais ???? Faltou só levar o clima ensolarado californiano para a Finlândia…

José Paulo: Se estivesse ouvindo Animal Attraction no radio, apostaria todas as minhas fixas que era uma banda americana da chamada Hair Metal, pois a proposta da banda finlandesa é justamente fazer esse tipo de som que foi tão popular nos anos 80, mas por outro lado a faixa título também me lembrou um pouco da fase Hysteria, do Def Leppard, e basicamente isso é tudo que iremos encontrar neste que é o segundo trabalho do Reckless Love, ou seja, nenhuma surpresa até o final do disco! A partir da terceira música eu já estava cansado e depois da quarta já tinha absoluta certeza que ouviria durante o disco inteiro uma mistura de Def Leppard da época mais pop com algo de New Kids on the Block. Com isso cheguei à uma certa conclusão, mesmo gostando muito de Hard/AOR e um som mais comercial, essa deve ser a primeira e última vez que ouvi um disco inteiro do Reckless Love.

Kelsei: “She make me feel like a virgin living dirty dreams”. Esse é o excerto de letra que mais me marcou quando terminei a audição desse álbum. Por várias canções eu ficava na dúvida se o intuito dessa banda era soar como um Steel Panther, mas, no final, a resposta é um sonoro ‘não’. Quiseram resgatar a banda de metaleiros gostosos e comedores da década de 80. Para os novos anos, não sei se foi uma boa, porque naquela época era até bem visto o cara se chapar de destilado e farinha, transar com 10 groopies por noite e quebrar o hotel inteiro. Hoje, isso não cola mais como Marketing musical. O som, mesmo sendo aquele Hard Rock farofento que eu não gosto, é muito bem tocado e produzido. Há solos de guitarra bem legais (nada novo, nem criativo – é uma reprodução pura dos anos 80). Agora, as letras são, em sua maioria, horrorosas! O que mais me impressionou é que o grupo é Finlandês! A terra mãe do power metal sinfônico (que tem várias bandas que eu amo de coração) criou uma banda de Hair Metal! Vale para os nostálgicos!


Toby Hitchcock Mercury’s Down

Sugestão de: José Paulo, o JP “A” Enciclopédia

Ouça você também:

Alexandre: Vamos de AOR americano, Toby, pelo que entendi, faz parte da terceira geração do estilo, já que bandas como o Journey e o Survivor são os pais, o Pride of Lions, entre outros, é um dos filhos e Toby está entre os netos. Para melhor elucidar, Toby canta no Pride of Lions, que é capitaneada pelo ex-Survivor, Jim Peterik. E já de cara dá pra perceber uma “carinha“ de “Eye of the Tiger” ou “Burning Heart” já na abertura da  segunda faixa, “Strong Enough”. Embora eu não morra de amores pelo trabalho e que ele traga tantos jargões comuns ao seu estilo quanto os demais desta lista em seus sub-gêneros, o saldo é pra mim até positivo, considerando em especial o vocal de excelência de Toby.  Tão positivo quanto esquecível, ressaltemos. Culpa dos países nórdicos que, aliás, invadiram essa lista em 3 dos 5 álbuns aqui listados. Outro ponto a mencionar é a produção, que emula com perfeição os trabalhos mais conhecidos de um dos papas do gênero, Ron Nevison. Nevison, além de ter produzido o próprio Survivor, é o responsável por trazer para o gênero bandas como Kiss (Crazy Nights), Ozzy Osbourne (The Ultimate Sin) e Heart (Bad Animals), além de ser o cara atrás da produção do duplo histórico Strangers in the Night, do UFO. A produção da Frontiers Records neste Mercury’s Down trabalha meticulosamente com todos os elementos que Ron tão bem desenvolveu. O reverb está em todos as vocalizações e junto vem: os timbres dos anos de 80 em todos os teclados, os ótimos solos de guitarra, os riffs à la Neal Schon, os backings vocals melosos e uma “cozinha” absolutamente genérica e padrão. Além disso, capricha nas frequências médias, uma das maiores marcas do AOR. O resultado é previsível, um pouco cansativo e especialmente indicado aos que curtem o estilo. O culpado disso é o sueco Erik Martensson, que produz e toca tudo que você ouviu aqui, exceto pelo “lead vocal” de Toby. De novidade, convenhamos, não há nenhuma. Pensando em AOR, porém, nada faltou. E sobra vocal, como o cara canta…. 

José Paulo: Primeiro disco solo do vocalista americano que foi revelado por Jim Peterik, famoso por tocar nos álbuns clássicos do Survive – o projeto em questão se chamava Pride of Lions (2003) e foi idealizado para a gravadora italiana Frontiers, trazendo o veterano músico e o jovem e desconhecido vocalista Toby Hitchcock, que foi o destaque do disco de estreia. Oito anos depois, e já como um nome respeitado na cena Hard/AOR, Toby lança, também pela Frontiers, o Mercury’s Down. Para não arriscar a gravadora contratou o experiente Erik Martensson (Eclipse, Nordic Union, W.E.T.) para produzir, compor e tocar no álbum e o que podemos ouvir aqui é aquele típico AOR explorado à exaustão pela Frontiers, muita melodia, refrãos marcantes, músicos extremamente competentes, belos solos de guitarra e principalmente um vocalista excepcional, um dos melhores do estilo! Ah… e não poderia faltar, as baladas. Para quem gosta do estilo e de grupos como o já citado Pride of Lions, Journey, From the Inside, W.E.T. e ainda não conhece, penso que este disco é altamente recomendável. Para quem não gosta deste tipo de som é melhor ficar bem longe.

Kelsei: Aperto o play. Começa uma guitarrinha com eco e efeito futurista. Entra um tecladinho ralo e sem expressão. O protagonista, um vocalista americano que nunca ouvi falar, começa a cantar sobre amor. Sua potência vocal é como se fosse o Jeff Scott Soto depois de ter apanhado em uma briga. Desenha-se o Hard Rock barato à minha frente! Tudo para dar errado! E não é que eu gostei?! Álbum totalmente mainstream, farofento, xexelento, usando de todas as fórmulas baratas já usadas inúmeras vezes, músicas iguais, criatividade zero! E eu gostei! É como se, cinematograficamente, lançassem mais um filme tosco e sem noção de Resident Evil, manja!? O som lembra muito bandas como o W.E.T. e Eclipse, dentro das suas limitações (aqui, por exemplo, achei todos os solos de guitarra esquecíveis). Nem eu sei explicar como gostei disso, mas a audição foi positiva!!


E nunca é demais lembrar que se você quiser participar das resenhas ou sugerir indicações para os próximos anos da Série, basta deixar nos comentários.

Beijo na crianças!

Kelsei



Categorias:Artistas, Curiosidades, Discografias, Músicas, Nirvana, Off-topic / Misc, Resenhas

3 respostas

  1. Vamos lá chover no molhado: excelentes resenhas, incrível ver o conhecimento da dupla B-Side e JP em comentários muito próximos (as vezes, dando os mesmos exemplos), com o Kelsei apimentando tudo com seu conhecimento também mosntruoso.

    Em resumo: baita ano fraco, hein?

    [ ] ‘ s,

    Eduardo.

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    • Olha, acho que todos tiveram alguma audição positiva, mesmo com as “pegadinhas do malandro” que sempre encontramos, mas o mais importante realmente é a exposição que a série acaba trazendo. Agora, a maior vitória que eu tive, particularmente, foi ter conseguido montar o post (tomo uma média de 2 dias e, nesse aqui, foram duas semanas e meia), porque a Alice toma toda a atenção.

      Quanto ao JP e B-Side no mesmo post, só tem uma palavra: privilégio.

      E aí presidente, bora resenhar 2012?

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  2. Pessoal, mais uma vez temos de passar pelas torturas ( Earth, com revolver ou não) para chegar em exemplos interessantes como o Graveyard ou o Caligula’s Horse. Concordo, no entanto, que não há um entusiasmo maior nessa lista de 2011. Bom é ler o comentario dos demais amigos na lista. Endosso o incentivo ao presidente para participar em 2012. E, como sempre, vamos esperando menos pegadinhas do Malandro, quem sabe?

    Curtido por 1 pessoa

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