O blog já trouxe o tema de coincidências, influências ou plágios em dois posts (este e este) e apesar de não ser um assunto novo em nossas discussões em comentários ou em nossos podcasts, faltava um post por aqui para abordar o tema especificamente.
Então aqui vai: quem são os grandes “emuladores” e “clones” do rock, hard e metal? Por obrigação / imposição, ou por outros motivos? E tanto faz se com sucesso ou não, ou mesmo com qualidade ou não…
Vamos começar com um exemplo simples e latente: Ace Frehley x Tommy Thayer. Aqui é o que podemos chamar de clone, e por obrigação. Tommy é facilmente confundido com Ace Frehley pois clona (e emula) Ace Frehley do começo ao fim ao vivo, especialmente nos solos, e sim, muita gente ainda pensa que o Spaceman está ali.
Outro exemplo gritante, e outra vez entre guitarristas, é o caso Slash x DJ Ashba. E aqui não tem apenas a questão da maquiagem ou figurino: Axl queria um “Slash” para seu atual Guns N’ Roses ao vivo e tirando o próprio, acho difícil ele conseguir alguém mais “Dolly” que o “Slashba”, como alguns o chamam…
Bom, saindo um pouco das seis cordas e indo para o vocal, trarei o que considero não um clone, mas sim uma emulação do estilo. Trata-se de Robert Plant x David Coverdale!
A característica camisa branca, muitas vezes aberta, o cabelo, o jeito de se posicionar e até mesmo os movimentos com o microfone. Coverdale, para mim, passa da influência e emula o clássico que temos na cabeça quando pensamos em vocal do Led Zeppelin.
Neste caso, temos dois vocalistas excelentes, e alguns chegam a compará-los em termos de quem é ou não melhor… Plant tem um apelo mais melódico, e Coverdale traz força e talvez cante até mais alto, se considerarmos o auge de ambos. Ou não. Mas o ponto é: um exemplo forte de emulação!
E para terminar, há exemplos de bandas que, historicamente, procuraram de alguma forma emular ou clonar outras, seja pelo estilo, pelas influências e/ou para tentar atingir o sucesso da original. O exemplo que trago é simples e a questão de sucesso é mais que clara (sucesso financeiro, e não musical). The Beatles x Oasis.
O britânicos do Oasis surgiu em 1991 e terminou em 2009 com a briga dos irmãos Gallagher, ainda que o retorno futuro desta banda seja uma das coisas mais óbvias que vá acontecer na música.O desejo em copiar os Beatles é uma obsessão que pairou sobre estes ingleses. O filho de Ringo Starr, Zak Starkey, chegou a tocar com o Oasis quando da saída do baterista Alan White, em 2004.
A ideia agora é ouvir dos grandes frequentadores deste espaço mais exemplos, e eles não faltam, sejam artistas ou mesmo bandas inteiras… emuladores de Eddie Van Halen deverão aparecer, imagino…
Vamos ver também como acabaremos trazendo possíveis influências e possíveis boas polêmicas para discutirmos…
O espaço está aberto! Onde estão Dollys e emuladores?
[ ] ‘ s,
Eduardo.
Categorias:Artistas, Black Sabbath, Deep Purple, Guns N' Roses, Judas Priest, Kiss, Led Zeppelin, Rainbow, The Beatles, Van Halen, Whitesnake, Yes
Grande post, Eduardo!
De imediato, cito o exemplo do Yes: com a saída do vocalista Jon Anderson em 2008, o baixista e único membro original da banda Chris Squire conheceu o vocalista canadense David Benoit através dos videos postados no Youtube de sua banda cover do Yes chamada ‘Close to the Edge’. Vejam a semelhança incrível da voz e até dos gestos esquisitos de Benoit, característicos de Anderson:
Em Janeiro de 2012, David Benoit ficou doente e foi forçado a sair do Yes. A banda escala o vocalista Jon Davison, da banda progressiva Glass Hammer, para a turnê na qual os clássicos “Yes Album”, Close to the Edge” e “Going for the One” seriam tocados na íntegra, e, para tanto, precisariam de um vocal muito parecido com o de Jon Anderson. Curioso é que Jon Davison entrou no Glass Hammer após os componentes da banda assistirem seus videos de covers do Yes no Youtube…
Felizmente assisti o show desta formação em Curitiba em Maio de 2013, e afirmo ter ficado impressionado novamente com a semelhança dos vocais e dos trejeitos do novo vocalista com Anderson, vejamos:
Então o Yes é o tipo de banda que tem um som tão marcante e peculiar, que eles mesmos admitem que uma voz diferente (por exemplo, Blaze Bailey no Iron…) estragaria o som da banda…
Mas voltando ao ponto central do post, serão estes clones e emuladores ao mesmo tempo?!?!
keep emulatin’
Abilio Abreu
CurtirCurtir
Bem, o assunto é interessantíssimo e já trouxe ótimos exemplos por aqui.
Quando se tratar de emular, não há dúvidas que Coverdale foi se “RobertPlantizando” aos poucos durante a carreira do WS até que conseguiu chegar ao pote de ouro do arco-íris quando gravou o álbum com Page no inicio da década de 90. A coisa era muito clara na fase platinada e mais comercial do WS, mas quando gravou com seu ídolo, Dave entregou de vez suas pretensões:
Aliás, o Led Zeppelin é talvez a grande banda ” emulada “, tal a influência que nos deixou. Seguem, sem mais delongas, três bandas menos cotadas, mas não menos emuladoras : Badlands, Fastway e Kingdom Come ( este apelidado maldosamente pelo saudoso Gary Moore de King of Clones, veja lá isso…)
Eu também não tenho qualquer dúvidas acerca do Oasis, mas deixo a questão para os especialistas, como o autor do post. Aqui eu me calo e aprendo..
Sobre os clones, os guitarristas citados são talvez os maiores exemplos ” Dolly” das 6 cordas, e não há dúvidas que são intencionais as suas colocações nas duas bandas. No caso de Thayer, é excelente para SImmons e Stanley, pois o cachê deve ser menor, ele não dá trabalho pois não falta, não se atrasa e nem é o bêbado incômodo do original Ace. Já Dj Ashba mostra claramente os trejeitos e sonoridade de Slash, mas acho que fica um pouco aquém instrumentalmente, notando bem o solo de Sweet Child O” mine tem sua parte mais desafiadora tocada pelo melhor contratado de Axl, quando o assunto é guitarra : Bumblefoot.
O assunto clonar é uma tendência clara do atual cenário musical, em especial nas vertentes do nosso gênero de predileção . Exemplos como o Yes são impressionantes, pois clonar Jon Anderson e sua voz peculiar é pra poucos e aqui o Abílio trouxe dois exemplos fantásticos . O primeiro me chamou ainda mais atenção, mas ambos fantásticos. Isso me lembrou de cara o atual Queensryche , outro desafio que está sendo muito bem superado :
A coisa chega a ganhar contornos de banda cover, mas no caso do The Snakes não podemos esquecer que há dois membros originais do Whitesnake . Não, não é Dave Coverdale….. São os dois guitarristas, Moody e Marsden
E por que não falar do Journey e seu atual vocalista, que foi matéria até da Oprah? Pineda faz bonito no grande desafio que é substituir Steve Perry:
Eu fecho essa inicial participação, me concentrando nos vocais para citar aquele que pra mim é o precursor desta ” moda” : Tim Owens é o grande exemplo que salta aos olhos ( e ouvidos) e o mais antigo, talvez :
Bem, por enquanto pensei em vocalistas , primordialmente, mas recentemente a moda segue até para os bateristas, vejam só … Vou deixar isso para um segundo comentário
Alexandre
CurtirCurtir
Trazendo a questão envolvendo os ” dolly-bateristas”, embora eu esteja longe de ser um especialista na questão:
1) Esse primeiro é o campeão, pra mim:
Simon Wright, em três momentos clones distintos :
– Ac/dc – Phill Rudd x Simon Wright
Aqui a questão é menos dolly e talvez mais emulador, afinal o ac/dc preza pela simplicidade. Eu pensava que este era o estilo de Wright, tanto que o achei inadequado para ir para o Dio substituir o estilo próprio de Vinnie Appice… estava enganado , pelo jeito :
– Dio – Vinnie Appice x Simon Wright
Bem, Wright sempre se declarou grande fã de Dio e é tido como um dos seus melhores amigos. A influência parecia questão de adoração, eu não conheço outro baterista que traga tão próximo o indefectível estilo de Vinnie Appice como ele. Esclarecida a questão, certo ?
Errado, abaixo veja o que ele vem fazendo no TateRyche, algo completamente diferente dos dois exemplos acima:
-TateRyche ( ou qualquer outro nome pelo qual hoje se conheça a banda de Geoff Tate..) – Scott Rockenfield x Simon Wright
Bem, a questão, que já foi discussão de um podcast, pode ser complementada por aqui pelos bateristas que habitam o espaço..
Vou trazer outros dois exemplos ( um óbvio, o outro….)
O óbvio : Mike Portnoy x Mike Mangini – Bem, a história da substituição do fundador do DT é assunto bem explorado aqui no blog. Assim, vou deixar as imagens trazerem o tom da obviedade ” dolly” da questão, só com um adendo: Acho que Mangini está mais próximo da versão de estúdio que o próprio Portnoy…..
O outro….
Aj Pero no Twisted Sister era uma coisa, já no Adrenaline Mob, ele se tornou…Mike Portnoy:
Bem, é isso, o assunto rende e nem cacoete de baterista eu tenho…assim, deixo a opinião para os especialistas
Alexandre
CurtirCurtir
BSide, lendo pensamentos…
em um review que virá em breve sobre “Appetite for Democracy” o novo dvd (3D) do GnR há uma performance vexatória do DJ Ashba de Sweet Child O´ mine, a mais mecânica e podre que eu já ouvi. Aliás, a música perdeu muito em sentimento. Virou uma questão de matemática, sem o vocal avassalador e longe do tal drive de 20 e poucos anos atrás.
Em outra ocasião comento mais sobre o post.
CurtirCurtir
É uma versão correta do ponto de vista técnico, mas é estranho esta formação do Guns com três guitarristas. Não faz muito sentido pra mim ter dois guitarristas solos e ainda assim precisar de um para substituir o Izzy ou Gilby Clarke. O vocal de Axl é o melhor que ele pode dar hoje, e deve ter coisa refeita aí, já que é um lançamento oficial. Quanto ao solo, realmente na hora que a ” coisa pega” o jeito é chamar o Bumblefoot, este sim um grande guitarrista…
Alexandre
CurtirCurtir
Muito bem lembrado Alexandre, assim que li este excelente tópico, a primeira banda que me veio a mente foi justamente o The Snakes, me lembro de quando coloquei o cd Once Bitten… pra tocar, achei o The snakes mais parecido com o Whitesnake que o próprio Whitesnake atual. Uma grata surpresa!
Outro que merece estar aqui e’ o guitarrista Stuart Smith, além de tentar copiar o Ritchie Blackmore em tudo, ainda contou em seus trabalhos com Joey Lynn Turner e Glenn Hughes.
CurtirCurtir
Impressionante inclusive a semelhança física do “Dolly” Blackmore ! Eu não conhecia, o cara emula tudo, inclusive cabelo e trejeitos….
Excelente contribuição, JP!
Alexandre
CurtirCurtir
Realmente Alexandre o cara tenta copiar o Blackmore em tudo! Sinceramente não me lembro porque comprei o primeiro disco do Stuart Smith, acredito que deveria estar com um bom preço, ou talvez pelas presenças de Joe L. Turner, Carmine Appice e Chuck Wright, mas o fato e’ que depois que ouvi fiquei impressionado com a semelhança com o Rainbow, ate penso que muitas das musicas desse álbum poderiam estar tranquilamente em um Bent Out Of Shape ou mesmo no primeiro trabalho solo do Joe Lynn Turner pós-Rainbow, Rescue You.
O Heaven and Earth do Stuart Smith tem ate When a Blind Man Cries e uma musica chamada Shadow of the Tyburn Tree que poderia estar tranquilamente no BlackmoresNight porem com o Joe L. Turner cantando.
Repare na guitarra dessas musicas, e’ Blackmore puro!
CurtirCurtir
Galera, vamos ver se conseguimos trazer outros exemplos tipo Slash x DJ Ashba?
De banda, também já abordada em outros momentos aqui no blog, especialmente em podcasts, tem a tal Orchid, apresentada pelo Daniel, que tenta fazer uma Dolly do Sabbath…
https://minutohm.com/2013/08/04/13o-podcast-minuto-hm-02agosto2013/
[ ] ‘ s,
Eduardo.
CurtirCurtir
Apresento a vocês o Adriangale, que parece ter suas influências no white metal, como Stryper, tendo um dos seus membros pertencido a banda gospel Guardian. Eu no entanto achei que o som da banda lembra muito um tal Leopardo inglês.
“Crunch”
“This Time”
“Last Call”
Gostei do som dos caras. Melodias legais. Letras bacanas, mas como o assunto aqui é emuladores e clones não pude deixar de reparar nas semelhanças com o Def Leppard.
Daniel
CurtirCurtido por 1 pessoa
Bom, se no começo não era clone, era emulação – seja o que for ta aí para as tais polêmicas, inclusive porque na época não era mais compreensível, ao procurar um vocalista “desconhecido” ir para a formação com Ozzy ao invés da procura pela fase Dio?
CurtirCurtir
Esse post foi polemico hein
Sobrou pro deus afonico da voz
CurtirCurtir
Rolf, é Dio purinho e também por isso que gostamos
CurtirCurtir