Cobertura Minuto HM – Keynote do Bruce Dickinson no BTG Talks – resenha

Como assim, Bruce Dickinson onde, como, quem? Não sabia? Bom, da próxima vez, ou melhor, AGORA, acompanhe nossa agenda de shows e eventos, a qual você pode sincronizar com a agenda de seu celular e computador “de grátis”.

Recebi de um amigo – grande Rodrigão – que nem liga para Iron Maiden, mas sabe que eu ligo, um convite para partipação do BTG Talks: Edição Especial com o Bruce. A inscrição era gratuita (bom, se seu nome, e-mail e resposta da pergunta de investimentos dele não custar nada para você) e foi bastante tranquila. Eu achei que seria um evento 100% online, já que Bruce estará no Rio de Janeiro na semana que vem (mas a esta hora, você já sabe, pois está vendo na agenda do parágrafo acima).

E não é que foi “in-person”? Lá veio Bruce no palco do BTG em São Paulo! E onde foi isso? Exatamente EM FRENTE ao escritório em que eu trabalho! O cara estava a literalmente 200 metros de mim, para variar… hahaha…

O que segue não deveria também ser muito novidade para quem já viu as tantas outras palestras que cobrimos do Bruce por aqui. Tratou-se da mesma de sempre, com alguns novos elementos, como o impacto do COVID-19 e o merchan da nova cerveja brazuca. Por fim, um “furo” que nem é tão furo assim, com Bruce confirmando 2 músicas da carreira solo que serão tocadas quando ele vier o ano que vem nas 4 cidades fazendo o tributo a Jon Lord e tocando primariamente Deep Purple. Claro, você já sabe dos shows, pois acompanha os shows em nossa agenda :-).

Então vamos lá – abaixo minhas notas feitas “ao vivo” durante o evento online, cuja transmissão em 1080p foi muito boa, com pelo menos 3 câmeras e bastante profissional, assim como os 2 principais hosts, que foram bem na condução, em especial o Luiz que conduziu o Q&A ao final com excelente inglês e conhecimento da banda (só perdeu a grande chance de pedir a Bruce cantar algo à capela, como ele sempre faz, uma pena). Eu, por exemplo, teria pedido para ele fazer Alexander The Great já em comemoração à nova tour temática de 2023. Quem sabe, em uma próxima, alguém finalmente me chama :-).

Com previsão de 45 minutos + 15 de Q&A (muito mercado financeiro isso), Bruce, muito à vontade e falando palavrões sem qualquer filtro, simplesmente ignorou o teleprompter em contagem regressiva da hora e passou bonito, conduzindo a palestra no dobro do tempo, praticamente. Boa, Bruce – rock n’ roll!!


18h40 – 19h00: nada da abertura (ou foi apenas presencial).

19h00 – início. Bruce no palco de rabo de cavalo. Começou contando do COVID-19 no meio da Legacy of the Beast. Falou das eleições inglesas e dos 3 PMs de UK recentes, e da “diversão” das eleições brasileiras deste ano também. Mencionou estatísticas da tour.

Flight 666 – palestra foi para a mesma estrutura das keynotes que já cobrimos aqui, entrando no livro dele e na foto com o tio dele e sua entrada no mundo da aviação como piloto internacional.

Frase durante o relatório quando foi expulso da escola: “politicians – “well educated, stupid people”.

“Traçar linha entre inovação e caos”. Frase para exemplificar o que o mercado corporativo deve fazer hoje em dia.

Contou dos aviões usados pela bandas nas tours, que não “pertenciam” ao Iron Maiden, sendo que o primeiro deles já virou sucata. Contou como conseguiu: sendo piloto profissional, ele tinha direito a dois meses por ano de licença. Foi aí a ideia de usar um mês para voar com a banda sem receber salário…

Quando a companhia área falou, ele decidiu fundar a companhia dele mesmo.

Entrou no famoso slide dos pernilongos e lá veio ele com os “pernilongos criativos”, que no Brasil, claro, temos os maiores… aquela coisa toda. Fez as analogias de um avião caindo por erro humano vs a vida, que é um “queijo suíço”, cheio de buracos, que são as dificuldades da vida. Trouxe exemplos de ameaças fáceis vs “ameaças dormentes” que existem em todas as empresas. 

A cerveja do Iron Maiden feita no Brasil pela Bodebrown acaba de ganhar uma medalha de ouro 2 dias atrás. Bom, deixo essa para quem bebe a cerveja sobre a credibilidade desta medalha, hahahaha… eu já tomei todas, inclusive a novíssima Aces High, e olha, difícil acreditar que aquele líquido possa ganhar alguma coisa (mas nota 10 para as embalagens!!).

Tirou sarro do pessoal de marketing quando comentou da ideia do marketing em colocar um rótulo em alguma cerveja e Bruce rejeitou, querendo fazer a deles. Quando o marketing percebeu que teria que trabalhar, a galera “pulou fora” :-). Bruce “muito” fã do marketing 🙂

Contou das experiências que a marca, DNA “Iron Maiden” trás para os produtos: cerveja, relógio de aviação e, claro, os aviões usados nas tours. Mostrou as fotos do avião (réplica) de época da Primeira Guerra que ele foi proprietário.

Também contou duas experiências criando sua empresa de manutenção de aviões (MRA) para arrumar aviões mais antigos / velhos, tentando a teoria de que companhia áreas “quebram” pois possuem aviões e que, nesta teoria, bastaria ter os aviões “de graça” para não quebrar, e como isso poderia ser atingido de forma criativa.

Também cobriu o assunto das falhas e fracassos da vida, para entender o momento de entender quando sair daquela situação e que sim, há momentos que não há solução.

Falou também do business que ele abriu para vender equipamentos de esgrima, que não deu dinheiro, mas tinha conquistado bastante “market share”.  Trouxe os problemas da vida de delegar as coisas, que as vezes falta o básico: as pessoas entenderem a visão do negócio.

O celular da Nokia também fez sua aparição, mas desta vez, ele não fez o comentário sobre smartphones. Aliás, acho que ele se desligou do slide ali e não falou nada com nada, hahaha.

De novo, trouxe a ideia de usar os lançadores de chama (usados em Flight of Icarus) na última tour. Falou que é muito fã de Rammestein e que a ideia veio dá-lo, mas queria fazer isso de maneira barata. Custa USD 5k em um show de USD 5 milhões (Rammenstein), e então dá-lo veio a inspiração.

Trouxe também o business da Airlander, com algumas atualizações do que ele tinha coberto em 2018, depois de tudo que aconteceu com a airline e com a empresa de manutenção que recebeu a atenção para revitalizar o business após ele tomar o golpe interno de pessoas que fizeram a empresa valer muito menos, mesmo com muito avião em manutenção, com a intenção desse grupo de pessoas comprarem a empresa falida e barata dele. 

Do Airlander, a ideia é quase uma aeronave carbon free total (ainda tem motor a combustão, que pode ser biocombustível), mas que tem mais tecnologia disso que a mais aeronave carbon free e os projetos que tem em 30 anos. Esse seria o conceito de um “navio que voa”, mas que servirá não somente para carga, mas também para civis.

Bruce também comentou da viagem para Saravejo e também das coisas malucas que fez na vida, mas que agora está sendo mais cuidadoso – muita gente depende dele agora: família / filhos, funcionários, o Iron Maiden (hahaha), os fãs.

Contou da luta contra o câncer – no dia da notícia, “a vida parou em frente dos seus olhos”. A foto na floresta mexicana na época do lançamento do The Book of Souls traz ele no dia que ele soube que venceu a doença. Já a foto “selfie” – ele nunca tira selfie, mas tirou essa como uma lembrança dele “nobre” caso não sobrevivesse ao câncer. Contou que, nesta luta, ele deu um “nome” para o câncer dele, fazendo uma analogia da doença como aquele cara que vai à uma festa na sua casa, bebe sua cerveja e ainda paquera sua mulher, e que ele queria “expulsar” esse cara da casa, claro.

Uma frase linda que ele trouxe no meio da negatividade do câncer: “a vida é sempre melhor que qualquer outra opção negativa”. 

Trouxe o podcast dele, o Psycho Schizo Espresso, e fez o merchan dele.

————-

Q&A

Como consegue fazer tudo ao mesmo tempo sendo tudo tão diferente? Qual o segredo para conseguir fazer tudo?

Resposta: se livrem de algo que não existe – multitask. Cérebro não permite fazer duas coisas bem feitas ao mesmo tempo. A segunda parte é o foco, e ser um “compartimento” naquilo que você está fazendo, não perder concentração. E focar nas coisas realmente importantes, e saber desligar o “ditador interno” em ter que conseguir fazer tudo.

Pergunta sobre como ele faz para investir, critérios usados

Resposta: Bruce diz que é um “investidor emocional”, é que só olha os números em outro momento, o que, claro, para a audiência em questão, não era bem o que provavelmente queriam ouvir :-).

“Furo”: Bruce aborda os vindouros shows de 2023 e confirma Tears of the Dragon e Jerusalem em versões orquestradas no tributo a Jon Lord / Deep Purple.

Qual seria o highlight da carreira dele, após tantas coisas? \

Resposta: (Bruce pensando bastante nessa). Ele vai na “bola de segurança” e diz que a última tour “Legacy of the Beast”, que era previsível que diria isso (ele mesmo brincou com isso), já que agora estão tocando mais confiantes que nunca, não como faziam nos anos 1980, tocando super rápido e se matando em tantos shows seguidos. Tá “serto”, Bruce… ahã… :-).

O Q&A termina meio que do nada e a oportunidade dele cantar à capela é infelizmente desperdiçada…


Galeria de snapshots:


 

[ ] ‘ s,

Eduardo.



Categorias:Agenda do Patrãozinho, Curiosidades, Iron Maiden, Músicas, Off-topic / Misc, Resenhas, Setlists

1 resposta

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Imagem do Twitter

Você está comentando utilizando sua conta Twitter. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.

%d blogueiros gostam disto: