Cobertura Minuto HM – Timo Tolkki – Manifesto Bar, São Paulo – resenha

Feriadão! E, no caso específico do feriado de Tiradentes de 2022, feriadão com Carnaval postergado. Isso só significaria uma coisa: que eu precisaria fugir! E nada melhor do que uma praia sem barulho. Só que no domingo, dia 24, foi dia de encarar o trânsito bem cedinho porque às 17:00 horas do mesmo dia eu tinha encontro marcado com Timo Tolkki, ex-guitarrista e co-fundador de uma das principais bandas da Finlândia, o Stratovarius.

Em 2018, o James LaBrie apareceu no Manifesto e eu caí no conto do vigário achando que o show não começaria no horário anunciado pelo evento. Dessa vez isso não iria se repetir: às 16:50 eu estava na fila para entrar no Manifesto. E não é que eu encontrei o Roger?! Conheci essa figura quando o Avantasia veio para o Brasil na turnê do The Scarecrow em 2008 e, desde então, todo santo show de Power Metal eu trombo com ele. A última vez tinha sido um show do Stratovarius no extinto ex-Citibank Hall (que um dia já foi o Palace).

O show foi iniciar 20:10. Como eu tenho dor nas costas, foi um pré-teste para o Rock In Rio 2022 (que eu passei com muitas ressalvas). E não foi com a banda anunciada previamente. Todo mundo já conhece o rolo que deu devido às declarações de Guilherme Hirose, vocalista da banda TraumeR e que estava escalado para tocar com Tolkki, que gerou muita polêmica. Aqui não vou alimentar a polêmica e nem apontar dedos, mas fato é que todos os músicos anunciados saíram do radar e o time escalado para tocar foi a Visions Brazil, tributo do Stratovarius.

A julgar pelo curto tempo que a banda tributo teve para assimilar o que estava pela frente, os caras foram heróis! O tecladista deles (acho que o nome era Luis), segurou muito bem os solos de teclado e os fraseados junto da guitarra de Tolkki! O Instagram dos caras (eu tenho conta, mas não uso a rede), para quem quiser acompanhar, é o @visionsbrazil.

Outra iniciativa bem legal foi que vários vocalistas foram convidados e se revezaram entre as músicas. Não sei de onde veio essa iniciativa, mas acho que ela estava relacionada ao “climão” que foi gerado na semana antes do show, ainda com as picuinhas de todo mundo que quer ter seus cinco minutos de razão nas redes sociais. Trouxeram para o palco um clima de união e eu achei isso muito legal.

Uma coisa que me surpreendeu (e muito) foi a postura de Timo Tolkki durante o show. Eu já vi o finlandês duas vezes com o Stratovarius e ele sempre passou a imagem de “pessoa fechada e difícil” (e isso é um comentário que sempre rola e que estava em alta, dado as polêmicas que envolviam sua vinda ao Brasil). O cara fez brincadeira, tentou jam com os caras da banda, deixou o guitarrista da Visions Tribute solar algumas (poucas) músicas, deixou um menino que estava no camarote por problemas de saúde (me aparentou), subir no palco e tirar foto com ele e após o show ele ficou tirando foto com todo mundo no Manifesto.

Vale lembrar que Timo tem depressão. Quem convive com pessoas com essa doença sabe o quão montanha russa é a vida. É bem provável que muito do comportamento do guitarrista venha dessa doença e isso, para mim, pelo menos, ficou muito claro depois desse show.

Outra coisa que me surpreendeu foi a palhetada do finlandês. Muitos solos e fraseados bem rápidos Timo faz sem usar a palhetada alternada, que, claramente até para mim que toco guitarra bem mediano, era uma técnica que deveria ser aplicada em muitos momentos que Timo usa somente a “pegada”. Esse é um indício que o guitarrista aprendeu sozinho o instrumento (eu nunca fui atrás disso para saber, então posso estar chovendo no molhado).

E sim, Timo está gooooooordoooo! Vão cuidar das suas vidas, seus malhados de academia!

Sobre o setlist, o show começou com o Visions tocado na íntegra, que era a proposta da turnê. Após isso, sem precisar ser nenhum gênio, uma chuva dos principais hits do Stratovarius foram colocados. Todos os vocalistas cantaram demais e foi muito bom poder ouvir esses clássicos com gente competente, porque muitas dessas músicas não tem mais a mesma emoção com o Stratovarius atual, porque a voz do Timo Kotipelto já era, e faz muito tempo (em 2018 quando ele veio ao Manifesto eu já tinha escrito isso). Como o som estava muito bom e a minha nostalgia estavam em alta eu fiz um vídeo com cada vocalista e perdi a voz no resto do show.

Tivemos uma única música do Symfonia como um tributo ao Andre Matos, que Timo fez questão de homenagear, pois eles eram grandes amigos (na medida do possível, já que os dois são / eram gênios difíceis). Eu achei excelente, visto que nunca tinha ouvido Symfonia, pois a banda durou muito pouco tempo e, nesse ínterim, só fizeram shows na Europa.

Ao final, com Hunting High and Low, todos os vocalistas entraram no palco e cantaram juntos. Eu queria que o espírito que foi o show possa ficar entre todos os fãs de música: o de união. O metal está muito fraco na cena atual, ainda mais no Brasil, e a velha frase do “temos que ser unidos” já passou da hora de ir para a prática! Eu estava um pó só no final do show e não fiquei para tirar foto com o Timo. Não faço questão. Se eu tivesse trazido um CD para ele autografar aí sim eu faria questão, porque sou fissurado em memorabilia, mas não foi o caso (não achei que o Timo faria isso). Abaixo deixo uma galeria de fotos que tirei.

 

O setlist abaixo, que pegamos do famoso site de sets, está incompleto no momento que publico esse post. A faixa do Symfonia, por exemplo, que temos aqui registrado em vídeo, não aparece no set. Mesmo assim, o resto das faixas está correto.

Beijo nas crianças!

Kelsei



Categorias:Artistas, Covers / Tributos, Músicas, Resenhas, Setlists, Stratovarius

4 respostas

  1. Olá meu amigo, sou o Rafael, baterista que tocou no show do Timo no Manifesto dia 24/04. Cara que resenha animal que vc fez para nós, muito obrg mesmo em meu nome e em nome de toda a banda, pessoas e músicos envolvidos neste evento. Que bom que ainda existem pessoas como vc que entendem oque é a necessidade da união entre os metaleiros hj em dia!!! Aquele garoto que subiu ao palco e até deu umas paletadas na guita do Timo, se não me engano tem autismo, e pelo que vimos, estava hiper feliz com tudo aquilo, até o Timo gostou e fez questão que ele se divertisse la em cima. Sobre o setlist, vou deixar aqui pra vc certinho qual foi ok e logo estarei postando no YT a gravação que fiz com a Gopro do show completo, abrss meu amigo, se cuida!

    01: Forever Free⁩
    02: The Kiss of Judas
    03: Black Diamond
    04: Before the Winter (singer ⁨Mário )
    05: Legions (singer ⁨Diego Moura⁩ )
    06: The Abyss of Your Eyes
    07: Paradise (singer Mário⁩ )
    08: Coming Home
    09: Visions (singer ⁨Leandro )
    =========plus============
    10: Don’t let me go (singer ⁨Eric Bruce⁩ )
    11: Destiny
    12: Against the Wind (singer Diego)
    13: A Million Light Years Away
    14: Father Time (singer ⁨Diego Moura )
    15: I, walki to my own song
    16: Eagleheart ( singer⁨ Mário⁩ )
    Bonus: Celestial Dreams (Tolkki & Leandro)
    17: Speed Of Light ( singer ⁨Leandro )
    18: Hunting High And Low (all singers)

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    • Falaê! Muito obrigado por aparecer por aqui Rafael! E parabéns para vocês pela performance (chover no molhado aqui). Você acredita que nos videos que postei, tem muita gente que ainda quer voltar a colocar o Guilherme Hirose na história?! Parece que o pessoal não aprende …

      Obrigado pelo setlist atualizado!

      Vida longa ao rock!
      Abraços!

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  2. Aqui, além de elogiar a cobertura (como sempre) e agradecer ao Kelsei pelo esforço, não tenho qualquer condição de comentar Stratovarius, mas uma coisa não-relacionada ao show me chamou a atenção: os nomes das músicas…

    Temos MetallicA (The Judas Kiss x The Kiss of Judas), Iron Maiden (Coming Home, Speed of Light), quase Guns (Paradise), A-Ha (hehehehe, Hunting High and Low), Kiss (Black Diamond), e outras que devo estar comendo bola aqui 🙂

    Pois é – um comentário que beira a inutilidade, mas que realmente me chamou a atenção.

    Ao que interessa – Kelsei, novamente, valeu pela cobertura e resenha. O comentário acima do Rafael Ornelas diz tudo (e Rafael, seja bem-vindo ao Minuto HM).

    [ ] ‘ s,

    Eduardo.

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  3. Que bom que o clima era de união e tudo correu bem no show
    Muita foto legal
    Excelente resenha

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