Cobertura Minuto HM – Kiss em SP [End Of The Road World Tour] – parte 1: lembranças de 1999 e expectativas do pré-show

O post de rede social acima é de quarta-feira, dia 27/abril/2022, 3 dias antes do dia do show de hoje e no meio da tour da banda por nossas terras. Sim, pessoal, depois de mais de 2 anos e com o retorno dos grandes shows pelo Brasil e pelo mundo, chegou a vez do “retorno aos cultos” – e para um ano que promete, e muito – MetallicA semana que vem, Rock in Rio 2022 com noites de Guns e Iron Maiden, etc.

Realmente tem sido uma grande alegria nestes últimos dias pensar que, na noite deste 30/abr/2022, teremos o privilégio de curtirmos, provavelmente pela última vez na Detroit São Paulo Rock City, o Kiss. Sim, pessoal, o KISS. Uma banda praticamente unânime na história e na discografia de quem aprecia o que apreciamos – do rock clássico ao metal. Claro que NUNCA dá para afirmar 100% que será a última vez que veremos o Kiss mesmo – quantas e quantas despedidas – mas creio que, ao mesmo tempo, é seguro dizer, com dor no coração, que desta vez a idade coloca a conta em cima da mesa e, mesmo com a banda que talvez mais tenha “dinheiro” para pagar, essa conta, meu amigo, não se paga.

Enquanto vemos Peter Criss seguindo com sua vida e um Gene dando os tais parabéns abaixo ao Ace (aliás, Ace, por um acaso você não estaria novamente em SP, né?), novamente toco no ponto do adeus. 

Sim… um adeus que mistura sentimentos diversos, e que mesmo neste espaço de tantos apreciados de longas décadas da banda, divide opiniões. Enquanto friamente falando NENHUM de nós espera nada do Kiss que não seja um grande show recheado de pirotecnia como sempre (e como nunca visto, sempre mais elaborado, sempre com mais efeitos), mas também com os elementos de sempre (Paul voando, Gene cuspindo fogo, voando, babando sangue, aquela coisa toda), enquanto um pouco mais de duas dezenas de hits são despejados, é igualmente sabido que, musicalmente, a banda deixa a desejar há mais de uma década (para ser bonzinho), especialmente aquele que todos nós sempre apreciamos e idolatramos – Mr. Stanley.

A voz do Paul já foi e faz muitos e muitos anos. Ele até tentou, mas a voz nunca mais voltou. Apesar do Kiss ser uma rara banda que, independente da formação, todos ajudam nos vocais, não há Kiss sem a voz dele. Assim, surpreendendo a absolutamente ninguém em prol do espetáculo, o Kiss, como tantos outros, vem fazendo o uso de pré-gravações em diversos momentos, cujos disfarces podem até funcionar para os mais desatentos ou ao vivo olhando um telão já com delay, mas no caso de quem acompanha a banda mais de perto, é até fácil de ver por pessoas como eu, que não são músicos ou conhecedores técnicos profundos da matéria. Duvida? É até fácil: além de em alguns momentos a boca do Paul mal estar perto do microfone e a voz dele sair, há ainda a própria questão da qualidade da voz.

Bom, tudo isso para dizer que isso, para mim, é lamentável. Eu não acho que um artista deva fazer playback. Rock não é para ser perfeito, melhor que em estúdio, ou querendo fazer como a banda fazia entre as décadas de 1970 – final da de 1990. Isso não existe com ninguém. O ponto é que um artista deve se apresentar ao vivo, a não ser que o foco não seja a música, e sim a dança, a pyro, etc. Então, que PORR* vou fazer no show mesmo?

Neste caso, eu volto ao adeus. Nossos herois estão nos dando essa oportunidade. Obrigado, Kiss. Eu vou lá agradecer por tantos álbuns que gosto. Eu vou lá ouvir War Machine que meia dúzia de não-fãs deve conhecer do melhor álbum da banda – vai ser lentinha, 10 km/h, como diria o Rolf, mas vai estar lá. Eric Singer, excepcional batera, o segundo melhor Eric que já tocou com a banda, é quase um desperdício nesta e em outras oportunidades. Tommy, cara bacana e muito bom músico, é o Tommy, é um clone, não tem a pegada de um Kulick, não é a tia o Deus da alavanca (apenas para ficar nestes dois emblemáticos), mas sabem o que tanto ele como Singer são mais que todos? Excelentes profissionais, que entenderam quem é quem realmente manda, e mantiveram uma das mais máquinas do entretenimento da história rodando.

Mas vamos lá! Abaixo vou deixar em destaque o seguinte post e digo na sequência a razão.

Kiss discografia 31a parte – Álbum: Psycho Circus

Aí está, pessoal. Pude ver a banda pela primeira vez nesta oportunidade. Vale um post em separado, ainda que no post eu já tenha deixando alguns comentários da minha história do período que trouxe não só a banda, mas o MetallicA e o Bruce Dickinson também (meses de abril e maio de 1999). Tudo isso para falar que, para poder ver todas as bandas, algo eu teria que fazer com meus R$ 90,00 líquidos de R$ 180,00 da minha bolsa estágio à época. A solução foi priorizar a compra dos já caros (para a época) ingresso do Kiss (posso estar enganado, mas tenho o número de R$ 25,00 na cabeça) e do MetallicA (R$ 15,00, mas posso estar enganado). O Bruce, por mais que fosse uma dor descomunal, ficaria para outra oportunidade, pensei eu – e assim foi para o primeiro show.

Quando fiquei sabendo dos problemas de gravação e que a banda faria uma segunda noite no domingo, foi quanto respirei fundo e pedi, pela única vez na vida, um “adiantamento” da minha bolsa, gentilmente cedido pelo meu chefe e amigo Alexandre Biló (não é o Alexandre B-Side, como podem ver, mas os Alexandres mais importantes da minha vida são caras geniais). Com o dinheiro em mãos, me dirigi a então Woodstock da República para comprar, no sábado que antecedeu o segundo show, o suado ingresso. Mas isso é papo para outro momento.

Eu era um durango de mão cheia e bolsos vazios. Último ano do colégio, a grana da faculdade era uma preocupação (se é que daria, mal sabia até então em qual faculdade), coleção de CDs do Iron Maiden sendo comprada com o suor e quando dava, então não dava para grandes luxos. A ida de metrô e ônibus até a casa do meu amigo Ricardo, em Interlagos, no calor daquele 17/abr/1999, desperta muitas boas memórias. Já na chegada na fila do show, em torno das 14h00-15h00, a fome imperava e o pessoal da frente cedeu BOLACHA (e não bixxxcoitos) e, ao perguntar onde a pessoa morava, ela disse: “nem te falo, você nunca vai conhecer, é lá na Zona Leste”. E eu: “opa, sou de lá, pode falar”. O cara: “não, você realmente não saberá” – e na minha insistência, o cara solta: “lá na Vila Ré”. Hahahaha. Vila Ré, o MELHOR bairro de São Paulo? E assim o papo fluiu bem…

Enquanto a fila ficava estagnada e a bolacha acabava, carros paravam por perto conflitando quem colocava mais alto Kiss. E no meio de tudo, me aparece algo que, naquele momento, eu mal imaginava: a opção de fazer a maquiagem de alguém do Kiss – e, olhem, como todos por aqui sabem, estávamos falando da formação original da banda!

No auge dos meus 17 anos, fiquei ali, olhando pessoas pagando, novamente com a memória podendo estar me traindo, algo como R$ 5,00, R$ 8,00 ou R$ 10,00 para ser Paul, Gene, Ace ou Peter. Apesar de eu nunca ter usado maquiagem de qualquer tipo na vida – e mal saber os nomes das coisas, bom até hoje para as duas coisas – ali pensei: “puxa, que legal, queria fazer”. Entretanto, e o dinheiro? O dinheiro era para uma comida (que se concretizou no lotadíssimo Habbib’s de Interlagos na congelante saída do autódromo) e a condução do dia seguinte, já que eu dormi na casa do Ricardo, no bairro, mas longe pra $#@$@ do autódromo andando naquele frio. Assim, a vontade do cara de 17 anos ficou ali, e um dia pensei (eu sou assim – sempre me prometendo as coisas: “um dia, eu vou assistir um show e faço”). Outros shows vieram: 2009 – onde pude ver os bastidores, ver a banda muito de perto, ver o camarim e até subir no palco ; dois shows em 2012, um show em Las Vegas e outro em São Paulo ; e o show também na terra da garoa de 2015, no (novamente sumido) Monsters of Rock. Todos com a ideia da maquiagem (ok, talvez não o de Vegas, ali foi uma correria maluca), mas os outros, sim.

Bom, o post vai parar por aqui. Está bastante óbvio o que virá. O “estalo” veio no carro, dirigindo esta semana para o trabalho, e a “empolgação da quinta série” bateu. Minha esposa embarcou no desafio e me ajudou com as “compras”. Eu liguei durante a semana para o “primeiro idiota” para oferecer passar perrengue comigo, e ele parece ter se animado (Marcus Batera), mas a confirmar pois a logística do dia de amanhã (festinha na escolinha dos pequenos, esposa trabalhando) está “no limite do tempo”. Mas, sim, eu que nunca passei nada na cara… bom, vamos ver…

O professor parece adequado – usando uma camisa da “Farewell Tour” (há!!!).

O post parte 2 desta cobertura será do pré-show e Live Blogging até momentos antes do início.

Até amanhã, Kiss!

[ ] ‘ s,

Eduardo.



Categorias:Agenda do Patrãozinho, Cada show é um show..., Curiosidades, Kiss, Resenhas

4 respostas

  1. Excelente!
    Tem o pessoal do Kiss for Kids eu também faz maquiagem
    Tenho contato do Felipe Simmons que é o Gene….se precisar de apoio me avise

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    • Que maneiro todo o post e a história de 1999 ! Espero que se divirtam bastante!
      Eu nunca iria imaginar a história das maquiagens e como Bside se tivesse de optar iria de cruz Ankha, mas conhecendo voces há algum tempo vou chutar um Gene Simmons pra pelo menos um de vocês.
      E a hora é agora , sem dúvida, até por que se nao for agora dificilmente isso vai se repetir com os caras originais.
      Divirtam- se amigos, e obrigado pela menção minha neste muito coerente post.

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    • Rolf, valeu de novo… viu que realmente não precisou, né? 🙂

      [ ] ‘ s,

      Eduardo.

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