Ah não! MAIS UMA resenha do Edu! Ow produção, dá um jeito nesse cara!
Foi com muita dor nas costas (tá chato isso já né?!) que no dia 21 de Agosto de 2022, um domingo frio aqui em São Paulo, eu fui ao Tokio Marine Hall para, mais um vez, presenciar Eduardo Falaschi, dessa vez em sua turnê do excelente Vera Cruz. Comecei bem a noite, parando meu carro no mesmo estacionamento que estava a van do Aquiles Priester (e que rendeu uma fotinho que está nos slides finais).
A turnê, que além de tocar o primeiro álbum solo de Edu na íntegra, também anunciava o Rebirth na íntegra, álbum do Angra que completa 20 anos (que por acaso eu perdi o show do Angra também de aniversário do álbum devido à dor nas costas) e que foi a estreia do vocalista na banda que o apresentou ao mundo, para o bem e para o mal.
O show em São Paulo contava com surpresas especiais e muitos convidados, o que não ocorreu em outras cidades por onde a turnê já passara, pois teríamos gravação de novo DVD. O último, também gravado no mesmo local, com João Carlos Martins e o Temple of Shadows na íntegra, eu estive presente e apareci durante a execução de Morning Star! Nesse, não sei se vou aparecer, pois estava bem no meio do palco, na pista premium, mas quem sabe né…
Muitas câmeras no local e nova produção da equipe do Juninho Carelli, que também produziu o último DVD do Edu. O tecladista era integrante do Noturnall (inclusive tocando junto ao James LaBrie aqui no Brasil) e que também dirige e produz conteúdo, subiu ao palco antes do show, sempre com muita descontração e muito palavrão para, assim, gravar a galera e dizer que dessa vez o celular estava liberado, já que nem ele, nem ninguém, consegue segurar a plateia de filmar qualquer show.
Com cerca de 20 minutos após o horário previsto de início, tivemos início pelo … Rebirth!
Álbum Rebirth – Celebração dos 20 anos
Eu, na minha santa ignorância, achava que o Vera Cruz seria o primeiro álbum a executar, então fui surpreendido logo de cara quando um belo palco de um navio apareceu com o abrir das cortinas, revelando Aquiles Priester já sentado em sua bateria ostentação. Era a abertura de In Excelsis, executada em playback, que mal se conseguia ouvir, encoberta por uma plateia com muito pulmão para gastar.
Segundos depois, o tecladista Fábio Laguna sobe pelas escadas da esquerda e os backing vocals Raíssa Ramos e Fábio Caldeira sobem pela direita. Raíssa é uma vocalista revelada em um concurso de talentos, que já cantou com o Edu em apresentações como a Moonlight Celebration. Já Caldeira é tecladista e vocalista da banda Maestrick (se não ouviu, tem que ouvir!) e também escreveu o livro Vera Cruz, com a história contada pelo álbum. Os dois músicos fizeram parte do coral que foi gravado no álbum Vera Cruz.
Nova Era deu largada para a entrada do trio de cordas: os excelentes guitarristas Roberto Barros e Diogo Mafra e o também muito bom baixista Raphael Dafras. Quando Edu entrou eu nem consegui ver, porque a pista estava abarrotada de gente e eu, com dores nas costas, tive a locomoção um pouco comprometida, só conseguindo mexer um pouco o tronco superior. Como Nova Era é a Fear of the Dark do Edu, que bom que ela foi tocada de largada, assim quem é plateia já fica logo quieto e para de fazer radicalismo. Confesso que mal deu para ouvir a faixa, porque o barulho da plateia era algo realmente alto.
O som, apesar de bem montado, me soou estranho no início, porque a bateria do Aquiles estava posicionada bem ao alto do palco. Para os chatos de plantão, como eu, isso acabou influenciando na harmonia do som, mas depois eu acabei me acostumando.
Edu ficou imóvel no centro do palco nas primeiras três faixas. Acho que por ser gravação de DVD ele fica muito ansioso e acaba duro no palco, até ter uma maior confiança para se soltar. Além disso, ele usou uma arma poderosa chamada Fábio Caldeira, pois o backing vocal assumiu algumas partes altas do álbum, como o vocal de Acid Rain (Edu só cantou o refrão) entre outras partes que exigiam uma voz mais jovem.
Dois convidados deram as caras durante a execução do álbum Rebirth. O violinista Fábio Lima (o cara é um violinista erudito ímpar no instrumento) deu as caras a primeira vez na execução da faixa homônima, Rebirth, o que eu achei muito bom, assim tivemos um violão acompanhando as duas guitarras, como é originalmente feito na música. E antes de Visions Prelude entrou Thiago Arancam, tenor lírico da peça Fantasma da Ópera, que deu uma palhinha de ópera e dividiu os vocais com Edu na faixa que encerra o Rebirth (sim, é óbvio que o tenor sobrou no dueto – é até apelação comparar).
Durante Rebirth os instrumentos estavam todos muito bem tocados (principalmente o teclado, que estava bem protagonista e o Laguna deu realmente um show a parte), mas eu achei que Edu estava poupando a voz para aguentar o Vera Cruz (o que, mais para frente, veio a comprovar a minha tese). O vocalista inclusive usou a mesma jaqueta na gravação da Rebirth World Tour: Live in São Paulo, mesma turnê de quando eu tinha 20 anos e vi o Angra pela primeira vez em Bauru, então pude matar a saudade com músicas que não ouvi há muito tempo, como Unholy Wars e Millennium Sun (minhas favoritas do álbum). Como eu queria gravar a Elba Ramalho, convidada que entraria no encerramento do show, acabei maneirando nos vídeos, para não virar refém de memória ou bateria, mas acabei gravando algumas faixas.
Álbum Vera Cruz
As cortinas se fecharam por cerca de cinco minutos e, quando abriram, após uma introdução nos telões da casa, o palco tinha mudado, e muito! Entraram canhões, estátuas gigantes, um timão de navio. Sem brincadeira, Eduardo Falaschi entregou uma produção de dar tapa na cara de qualquer artista brasileiro – e muito mais estava para acontecer: canhões de fumaça, muitos fogos e encenações de atores durante as faixas introdutórias das músicas (Edu também trocou de figurino, para capitão do navio). Nunca tinha presenciado isso em uma produção brasileira. De cabeça aqui, do que eu já vi (e olha que foi muita coisa nesses quarenta anos) me lembro do Iron Maiden, AC/DC, KISS e o U2. Acho que o Edu encabeça o Top 5 nas produções – ficou um negócio realmente fora de série (e quem duvidar, vai ter DVD e cenário não tem playback, para o engraçadinho que aparecer).
Mesmo nas faixas ultra rápidas, todo o time estava extremamente bem azeitado. Aquiles comeu aquela bateria com farofa e Roberto Barros estava impressionante – até mesmo quando Edu parava entre as músicas para falar com a galera, o Cyborg, como é conhecido, ficava dedilhando escalas para deixar o dedo aquecido – foi muito profissional e muito focado.
Nos convidados, tivemos o irmão do Edu, o Tito Falaschi, também tocando guitarra em Bonfire of the Vanities, que também teve novamente a presença do violinista Fábio Lima. Tito poderia ter deixado aqueles óculos escuros de “roqueiro comedor” nos bastidores. Mesmo com o adorno, a execução do solo que ele criou para a canção foi muito bem executada.
As duas canções finais foram um show a parte. Face of the Storm deve a presença de Marcello Pompeu, do Korzus, junto da Fernanda Lira, do Crypta. Ambos substituíram Max Cavalera, que não pôde vir ao show (mas que ursinho hein Max!). O Pompeu é muito rato de palco e colocou a plateia na mão, além de fazer um vocal trash que é tão característico quanto o de Max. Já Fernanda, que cantou o segundo verso do Cavalera, trouxe uma sonoridade mais Death, que é a praia dela, e vou dizer que ficou muito legal também!
E para fechar, chora neném: Elba Ramalho, nos seus o quê, setenta anos, deu uma aula de canto junto a um espírito de juventude durante Rainha do Luar. Cantou, dançou, encantou! Óbvio que, por segurança, tinha uma colinha da letra em um teleprompter, mas até aí ema ema. Foi de aplaudir até a mão doer.
E teve saideira: Spread of Fire! Aí meu amigo, como diria o Rolf, é pra matar passarinho! Se alguém tinha fôlego naquela altura, perdeu ali mesmo. Uma noite memorável! Como diria em inglês: Kudos Eduardo Falaschi! Kudos equipe da Produção! Kudos banda impecável! Todos os louros possíveis para esses caras!
Juninho ficou ao final para refazer uma cena de batalha, pois ele quebrou a espada na encenação principal. Eu até queria ver, mas começou a demorar demais, pois ele tinha que posicionar os câmeras em uma maneira do palco onde não teria mais os músicos, então eu fui embora, porque a dor nas costas já estava comprometida. Na saída, Nando Fernandes estava mandando um Deep Purple com um pessoal, para despedir o público do que foi um grande show.
O metal nacional, mais uma vez, fez história!
Segue a galeria das fotos:
Beijo nas crianças!
Kelsei
Categorias:Angra, Artistas, Curiosidades, Músicas, Resenhas, Setlists
Impressiona principalmente a produção, é realmente comparável aos grandes espetáculos internacionais.
E o repertório é matador, resultado dw um legado historico e uma cartada muito bem orquestrada, com esse disco solo.
Considero um show de profissionalismo o atingimento deste patamae por Falaschi. Ouso dizer que não fosse pela marca Angra, ele talvez superasse sua antiga banda com facilidade neste momento de carreira ( a comparação é meio inevitável)
Por fim, o que já se tornou rotina:
Parabens, Kelsei, espetacular resenha!
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